As meninas mesmo à margem têm voz e falam sobre a escola
Palavras-chave:
meninas marginalizadas, absenteísmo, escola, sociedadeResumo
Este estudo teve início a partir de algumas contradições evidenciadas em relação às meninas marginalizadas e ao ensino fundamental. Tais contradições dizem respeito ao reconhecimento delas, de seus familiares e dos pesquisadores da importância que a escola tem para as suas vidas, o interesse em nela permanecerem e a sua ausência no final do ensino fundamental. Considerando o problema e a nossa preocupação em estudá-lo em profundidade, propusemo-nos a refletir sobre o absenteísmo escolar dessas meninas, levando em conta o seu contexto social, econômico, cultural, político e escolar. Demos voz a quem nunca foi ouvida, e elas falaram das suas vidas, da escola, do cotidiano da sala de aula e da escola do seu imaginário. A partir dessas representações e das de outros partícipes das suas histórias, obtivemos dados que nos permitiram a análise do fenômeno em questão, nos revelaram aspectos de uma vida marginal e de uma trajetória escolar descontínua, marcada por fracassos e resistência. A compreensão do universo social e escolar no qual vive e sobrevive a menina marginalizada, pode favorecer O encaminhamento de práticas pedagógicas alternativas, que contribuam para a manutenção dessa menina na escola, ainda que nos limites desse nosso momento histórico.
Downloads
Referências
ARIÊS, Philippe. História social da criança e da família. 2.ed. Rio de Janeiro: Guanabara, 1981.
BAUDELOT, C e ESTABLET, R. La escuela capitalista. 8 ed. México, Siglo Veintiuno, 1986.
BELLEW, Rosemary et alii. A educação infantil feminina. ln: Finanças e desenvolvimento. São Paulo, março de 1992.
BORDIEU, P e PASSERON, J.C. A reprodução: elementos para uma teoria do ensino. Rio de Janeiro: Francisco Alves, 1975.
BRANDÃO, Zaia et alii. O estado da arte da pesquisa sobre evasão e repetência no ensino de 1° grau no Brasil. Revista Brasileira de Estudos Pedagógicos. Brasília, 64 (14 7): 38-69, maio/ago, 1983.
BUARQUE, Cristovam. A revolução nas prioridades: da modernidade técnica à modernidade ética. São Paulo: Paz e Terra, 1994.
CAMPOS, Maria Malta. Escola e participação popular: a luta por educação elementar em dois bairros de São Paulo. São Paulo, 1982. (Tese de doutoramento, USP - FFLCH).
ENGUITA, Mariano. A face oculta da escola: educação e trabalho no capitalismo. Porto Alegre: Artes Médicas, 1989.
FOUCAUL T, Michel. Vigiar e punir: histórias da violência nas prisões. 9.ed. Petrópolis: Vozes, 1991.
FREITAS, Luiz Carlos de. A dialética da eliminação no processo seletivo. Educação e sociedade. n. 39, Rio de Janeiro: Cortez, 1991.
GOHN, Maria da Glória Marcondes. Os sem-terra, ONGs e cidadania: a sociedade civil brasileira na era da globalização. São Paulo: Cortez, 1997.
HELLER, A. Para mudar a vida. São Paulo: Brasiliense, 1982.
LÜDKE, Menga e ANDRÉ, Marli. E.P. A Pesquisa em educação: abordagens qualitativas. São Paulo: E.P.U, 1986.
NÓVOA, Antônio. (coord.). Para uma análise das instituições escolares. ln: NÓVOA, Antônio. As organizações escolares em análise. Lisboa, Portugal: Publicações Dom Quixote, 1992.
PATTO, Maria Helena Souza. A produção do fracasso escolar. São Paulo: T.A. Queiroz, 1990.
ROSEMBERG, Fúlvia et alii. Mulher e educação formal no Brasil: Estado da Arte e Bibliografia, Brasília: Fundação Carlos Chagas, 1990.
SAFFIOTI, Heleieth. l. B.A mulher na sociedade de classes: mito e realidade. Petrópolis: Vozes, 1976.
SIRGADO, Angel Pino. Uma pedagogia para o menor marginalizado. Educação e Sociedade. Rio de Janeiro: Cortez, 1980. 5:47-60.
SNYDERS, Georges. A alegria na escola. São Paulo: Manole, 1988.
SOUZA, Herbert. Reflexões para o futuro. Revista Veja. São Paulo: Abril, 1993, p. 15-21.
SPÓSITO, Marília Pontes. A ilusão fecunda: a luta por educação nos movimentos populares. São Paulo: Hucitec: Edusp, 1993.