Mudanças curriculares no Ensino Médio a partir da Lei n°13.415/2017: percepção de estudantes secundaristas | Curricular changes in High School Education from Law n°13.415/2017: Perception of High School Students

Autores

DOI:

https://doi.org/10.24220/2318-0870v25e2020a4577

Palavras-chave:

Currículo. Ensino Médio. Políticas públicas em educação. Reforma de ensino.

Resumo

O presente artigo objetiva problematizar as mudanças curriculares que a Lei n°13.415/2017 impõe ao Ensino Médio brasileiro, assim como verificar a percepção que estudantes secundaristas, da Escola Estadual Dr. Augusto Duprat na Cidade do Rio Grande (RS), têm sobre essas mudanças. A base empírica foi construída a partir de uma investigação dissertativa de cunho qualitativo, contando com a participação de 61 alunos de 1º, 2º e 3º ano do Ensino Médio. Como procedimento para produção dedados, formaram-se 4 grupos focais, um com cada turmada escola; ademais, também foi aplicado um questionário fechado. Para a análise dos dados utilizou-se a metodologia de análise do conteúdo, a partir de 4 categorias estabelecidas a priori, sendo o presente trabalho produto de uma dessas categorias. A partir da análise dos dados, aponta-se um discurso reprobatório por parte dos estudantes, no que se refere à determinação de dispor de Língua Portuguesa e matemática como únicas disciplinas obrigatórias nos três anos de Ensino Médio. Os estudantes também discordaram da proposta de tornar uma percentagem do Ensino a Distância, afirmando que atualmente o ensino é precário e que essas disposições iriam fragilizá-lo ainda mais. Nas falas, identificou-se também uma associação da retirada de disciplinas como Filosofia e História com intenções governamentais de controlar a população. Por fim, considera-se fundamental que os jovens sejam ouvidos, visto que são os sujeitos do Ensino Médio os mais afetados com essas mudanças.

 

Downloads

Não há dados estatísticos.

Biografia do Autor

Lurvin Gabriela Tercero Reyes, Universidade Federal do Rio Grande

Licenciatura em Administração e Gestão da Educação pela Universidad Pedagógica Nacional Francisco Morazán. Mestre em Educação pela Universidade Federal do Rio Grande- FURG.

Suzane da Rocha Vieira Gonçalves, Universidade Federal do Rio Grande

Mestre em Educação e Doutora em Educação Ambiental. Professora Adjunta da Universidade Federal do Rio Grande - FURG. Docente do Programa de Pós-graduação em Educação e do curso de Pedagogia FURG.

Referências

Adrião, T. Dimensões e formas da privatização da educação no Brasil: caracterização a partir de mapeamento de produções nacionais e internacionais. Currículo sem Fronteiras, v.18, n.1, p.8-28, 2018.

Althusser, L. Ideologia e aparelhos ideológicos do Estado. Lisboa: Editorial Presença, 1983. p.21.

Bardin, L. Análise de conteúdo. São Paulo: Edições 70, 2011. p.47.

Brasil. Lei nº9.394, de 20 de dezembro de 1996. Estabelece as diretrizes e bases da educação nacional. Diário Oficial da União, Brasília, 23 dez. 1996.

Brasil. Diretrizes Curriculares Nacionais para Educação Básica. Brasília: MEC, 2013a. p.171. Disponível em: http://portal.mec.gov.br/docman/julho-2013-pdf/13677-diretrizes-educacao-basica-2013-pdf/file. Acesso em: 15 fev. 2019.

Brasil. Projeto de Lei n°6.840/2013. Brasília: Câmara dos Deputados, 2013b. Disponível em: https://www.camara.leg.br/proposicoesWeb/prop_mostrarintegra?codteor=1200428. Acesso em: 15 fev. 2019.

Brasil. Lei nº 13.415, de 16 de fevereiro de 2017. Altera a Leis n°9.394, de 20 de dezembro de 1996, que estabelece as diretrizes e bases da educação nacional. Brasília: MEC, 2017. Disponível em: http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_Ato2015-2018/2017/Lei/L13415.htm. Acesso em: 20 jan. 2019.

Brasil. Resolução CNE-CEB n°3, de 21 de novembro de 2018. Atualiza as Diretrizes Curriculares Nacionais para o Ensino Médio. Brasília: MEC, 2018. Disponível em: http://novoensinomedio.mec.gov.br/resources/downloads/pdf/dcnem.pdf. Acesso em: 20 jan. 2019.

Carneiro, M. LDB: leitura crítico-compreensiva: artigo a artigo. Petrópolis: Vozes, 1998. p.31.

Gonçalves, S. Interesses mercadológicos e o “novo” Ensino Médio. Revista Retratos da Escola, v.11, n.20, p.131-145, 2017. Disponível em: http://retratosdaescola.emnuvens.com.br/rde/article/view/753. Acesso em: 10 fev. 2019.

Krawczyk, N.; Ferretti, C.J. Flexibilizar para quê? Meias verdades da “reforma”. Revista Retratos da Escola, v.11, n.20, p.33-44, 2017. Disponível em: http://retratosdaescola.emnuvens.com.br/rde/article/view/757. Acesso em: 10 fev. 2019.

Lino, L. As ameaças da reforma desqualificação e exclusão. Revista Retratos da Escola, v.11, n.20, p.75-90. 2017. Disponível em: http://retratosdaescola.emnuvens.com.br/rde/article/view/756. Acesso em: 7 fev. 2019.

Peroni, V. Múltiplas formas de materialização do privado na Educação Básica pública no Brasil: sujeitos e conteúdo da proposta. Currículo sem Fronteiras, v.18, n.1, p.212-238, 2018.

Silva, M. Currículo e competências: a formação administrada. São Paulo: Cortez, 2008.

Silva, M. Juventudes e Ensino Médio: possibilidades diante das novas DCN. In: Azevedo, J.; Reis, J. (org.). Ensino Médio e os desafios da experiência: movimentos da prática. São Paulo: Moderna, 2014.

Silva, T.T. Documentos de identidade: uma introdução as teorias do currículo. 2. ed. Belo Horizonte: Autentica, 2005.

Triviños, A. Introdução à pesquisa em Ciências Sociais: a pesquisa qualitativa em educação. São Paulo: Atlas, 1987. p.132.

Downloads

Publicado

2020-02-13

Como Citar

Reyes, L. G. T., & Gonçalves, S. da R. V. (2020). Mudanças curriculares no Ensino Médio a partir da Lei n°13.415/2017: percepção de estudantes secundaristas | Curricular changes in High School Education from Law n°13.415/2017: Perception of High School Students. Revista De Educação PUC-Campinas, 25, 1–15. https://doi.org/10.24220/2318-0870v25e2020a4577

Edição

Seção

O Ensino Médio no Brasil: quais possíveis rumos?