PRESS RELEASE - “Tempo de Aprender”: o retrocesso na formação de professores alfabetizadores
Este artigo problematiza o programa do Ministério da Educação de formação continuada para professores alfabetizadores, o “Tempo de Aprender”. Esse programa está alinhado à Política Nacional de Alfabetização e prevê a aplicação de práticas baseadas em evidências científicas, contudo, o que se percebe é uma proposta retrógrada, superada e ineficiente.
O artigo apresenta uma reflexão sobre o programa de formação de professores do MEC: “Tempo de Aprender”, que tem como público-alvo o nível 4 e 5 da Educação Infantil e o 1º e 2º ano do Ensino Fundamental. A proposta desse programa vai de encontro às produções desenvolvidas no campo da alfabetização no Brasil, desconsidera as pesquisas nacionais, não dialoga com a comunidade acadêmica desse campo de estudo e fere as Diretrizes Curriculares Nacionais para Educação Infantil, uma vez que propõe que as crianças sejam preparadas para o ingresso no Ensino Fundamental. Trata-se do recorte de uma pesquisa mais ampla que vem sendo desenvolvida no GEALI/FURG sobre a Política Nacional de Alfabetização (PNA) proposta pelo atual governo federal.
As autoras são professoras no Instituto de Educação da Universidade Federal do Rio Grande (FURG), situada no cordão litorâneo, em Rio Grande, Rio Grande do Sul. Além disso, são pesquisadoras atuando há mais de vinte anos no campo da alfabetização e estão vinculadas ao Grupo de Estudo e Pesquisa em Alfabetização e Letramento (GEALI). O interesse em pesquisar sobre a PNA vem do sentimento de indignação pelo total desrespeito à história da alfabetização no Brasil bem como pelo direcionamento do dinheiro público para propostas reducionistas e comprovadas por meio da pesquisa que estão superadas.
A análise dos dados da pesquisa, a partir das videoaulas do curso, evidencia que este tem uma proposta focada na instrução diretiva do professor, em que é mostrado, por meio de passo a passo, o modo como o ensino deve ser realizado. A perspectiva apresentada desconsidera o professor como um profissional
reflexivo com autonomia para pensar e decidir sobre seu planejamento e também descarta a possibilidade de que a criança possa ter autonomia intelectual e hipóteses sobre a escrita alfabética.
A pesquisa apresentada no artigo está articulada a uma rede nacional de pesquisadores do campo da alfabetização que envolve 29 universidades brasileiras: Alfabetização em Rede. A investigação terá continuidade até 2022 e, no momento, estão sendo realizados grupos focais com professores que realizaram o curso “Tempo de Aprender”.
Confira o artigo na íntegra em: https://doi.org/10.24220/2318-0870v26e2021a4933
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Leia mais:
Associação Brasileira de Alfabetização. Posicionamento da ABAlf frente ao Programa de Alfabetização “Tempo de Aprender”. Florianópolis: ABAlf, 2020. Disponível em: https://www.abalf.org.br/?page_id=69. Acesso em: 15 mar. 2020.
Links externos:
Grupo de Estudo em Alfabetização e Letramento (GEALI): https://geali.furg.br
Universidade Federal do Rio Grande (FURG): https://www.furg.br
Periódico disponível em: https://seer.sis.puc-campinas.edu.br/seer/index.php/reveducacao/issue/view/407
https://seer.sis.puc-campinas.edu.br/seer/index.php/reveducacao/article/view/4933/3203
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*Gabriela Medeiros Nogueira
*Janaína Soares Martins Lapuente
*Professoras do Instituto de Educação da Universidade Federal do Rio Grande (FURG), Rio Grande, RS, Brasil.
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