Escrita acadêmica: fragilidades, potencialidades e articulações possíveis | Academic writing: Weaknesses, potentialities and possible associations
DOI:
https://doi.org/10.24220/2318-0870v23n3a3952Palavras-chave:
Escrita acadêmica. Pós-graduação. Práticas pedagógicas.Resumo
Os cursos de pós-graduação em educação no Brasil desenvolvem estudos sobre a prática docente e a pesquisa científica. Esses processos são transversalizados pela escrita acadêmica, objeto deste estudo, que faz emergir questões como “O que torna a escrita na academia um processo tão desafi ador para os estudantes?” ou “Afi nal, por que é tão difícil escrever?”. Esta investigação tem o objetivo de analisar ponderações e argumentações de acadêmicos de um curso de pós-graduação em educação do Rio Grande do Sul acerca das dificuldades inerentes à escrita acadêmica. Quanto aos procedimentos metodológicos, utilizou-se uma análise qualitativa exploratória, realizada por meio de um estudo de caso. A coleta de dados envolveu uma pesquisa-ação que contou com a técnica de análise de conteúdo para a análise dos resultados. Evidenciou-se neste estudo significativa preocupação com a escrita de teses e dissertações, sobretudo quanto ao atendimento de especificidades de forma textual e formatação dos textos de acordo com as normas técnicas adotadas pelo curso. Os acadêmicos reconhecem a importância e a necessidade do engajamento ligado à aprendizagem e à capacidade de tomar decisões, assim como enfrentar complexos desafios na escrita acadêmica. Para os estudantes a escrita acadêmica é uma tarefa difícil, influenciada por fatores como escassez de leitura, insegurança sobre as próprias ideias, dificuldade de realizar registros por escrito, falta de familiaridade com a escrita acadêmica na graduação e dificuldades na (re)construção de conhecimentos gramaticais, semânticos e sintáticos.
Downloads
Referências
Abreu, A.S. O design da escrita: redigindo com criatividade e beleza, inclusive ficção. São Paulo: Ateliê Editorial, 2012. E-book. p.9.
André, M.E.D.A. Estudo de caso em pesquisa e avaliação educacional. Brasília: Liber Livro, 2005.
Bardin, L. Análise de conteúdo. São Paulo: Persona, 2010. Bazerman, C. Gêneros textuais, tipificação e interação. 4. ed. São Paulo: Cortez, 2011. p.29.
Becker, H.S. Truques da escrita: para começar e terminar teses, livros e artigos. Rio de Janeiro: Zahar, 2014. p.50.
Borges, A.G.S.; Assagra, A.G.; Alda, C.L. Leitura: o mundo além das palavras. Curitiba: Instituto RPC, 2010. p.40.
Carlino, P. Enseñar a escribir en la universidad: cómo lo hacen en Estados Unidos y por qué. Revista Uni-Pluri/Versidad, v.2, n.2, p.57-67, 2002.
Charolles, M. Introduction aux problémes de la cohérense des textes. Paris: Larousse, 1978. (Langue Française).
Demo, P. Pesquisa e construção de conhecimento: metodologia científica no caminho de Habermas. Rio de Janeiro: Tempo Brasileiro, 2009. p.28.
Etcheverry, G. La tragedia educativa. Buenos Aires: Fondo de Cultura Económica, 2013. p.2.
Freire, P. A importância do ato de ler: em três artigos que se completam. São Paulo: Cortez, 2003.
Giannetti, E. Auto-engano. São Paulo: Companhia das Letras, 2005. p.25.
Halliday, M. Introduction to functional grammar. Sydney: Routledge, 2013.
Imbernón, F. Formação docente e profissional. São Paulo: Cortez, 2011.
Lispector, C. A descoberta do mundo. São Paulo: Rocco, 2008. p.277.
Lispector, C. As palavras: nada têm a ver com as sensações, palavras são pedras duras e as sensações delicadíssimas, fugazes, extremas. Rio de Janeiro: Rocco Digital, 2014.
E-book. p.22-136.
Lopes, A.P.B. Escrita eficiente sem plágio. [S.l.]: Construindo um Aprendizado, 2012. Disponivel em: <https://construindoumaprendizado.files.wordpress.com/2012/12/escritaeficiente-sem-plagio-ana-lopes.pdf>. Acesso em: 25 jun. 2018.
Moraes, J. A arte de ler. São Paulo: Editora Unesp, 1996. p.12.
Mortatti, M.R.L. et al. (Org.). Sujeitos da história do ensino de leitura e da escrita no Brasil. São Paulo: Unesp Digital, 2015.
Ramos, M.B.J.; Faria, E.T. Aprender e ensinar: diferentes olhares e práticas. Porto Alegre: PUCRS, 2011. E-book. p.160.
Thiollent, M. Metodologia de pesquisa-ação. 15. ed. São Paulo: Cortez, 2007. p.16.
Yin, R.K. Estudo de caso: planejamento e métodos. 4. ed. Porto Alegre: Bookman, 2010. p.32.
Zabalza, M.A. Diários de aula: um instrumento de pesquisa e desenvolvimento profissional. Porto Alegre: Artmed, 2008.