A educação que constrói como "Especialmente Inclusiva"

Resumo

Neste artigo, a Educação Especial e a Escola Inclusiva são abordadas como expressão do modo como a Sociedade, localizada em Comunidades, representada pelo Estado e inserida perifericamente no Sistema Mundial organizado pela Economia, lida com a Diferença. Assume o ponto de vista de que as pessoas com necessidades especiais são um entre outros grupos sociais, cujas diferenças são transformadas em desvantagens no acesso ao direito à inclusão social. Para refletir sobre como os Educadores e outros atores locais participam neste processo, através de práticas que sancionam diferenças e legitimam a integração subordinada e da exclusão social, parte-se da narrativa de uma experiência local que foi reconhecida em Portugal como pioneira na integração de crianças com deficiência mental nas escolas públicas. A recusa da subordinação e exclusão como "outros" lugares de integração na Sociedade atual, manteve o grupo vivo, como lugar de procura de alternativas para a educação especial, naquilo que esta participa para a reprodução da realidade existente. É desta forma que se pode incluir, na história de um País que saiu em busca de mais justiça e liberdade, a história de lutas menos visíveis talvez, dos que lutaram por uma horizonte de possibilidade de que a Escola Inclusiva é uma parte.