História da Educação Agrícola no Brasil: educação do campo versus educação ruralista | The History of Agricultural Education in Brazil: Countryside education versus landholder education
DOI:
https://doi.org/10.24220/2318-0870v24n3a4394Palavras-chave:
Educação do campo, Formação de professores, História da educação, Políticas públicas em Educação.Resumo
O objetivo desta pesquisa foi discutir a docência e a educação no meio rural brasileiro à luz da História, evidenciando projetos antagônicos que disputaram a hegemonia educacional e produtiva no campo. Resultante das pesquisas de pós-doutorado, a análise é amparada na teoria e na metodologia materialista histórica dialética e está inserida na área de Fundamentos
da Educação e de suas subáreas: “História da educação” e da “Educação do campo”. O principal resultado do estudo aponta um dualismo histórico e estrutural da Educação Agrícola brasileira, em que a classe dominante ruralista impôs dois projetos: de um lado, uma educação elitista mais teórica, gerencial e de capatazia destinada aos filhos dos fazendeiros e aos seus gerentes; e, de outro, uma educação mais prática, “proletária” e alienada aos trabalhadores “braçais” agrícolas, o que refletiu na formação de professores e nos sistemas educacionais. Hoje, o meio rural conta com uma inovação, a “educação do campo”, que propõe romper com esse dualismo histórico por meio de uma solução libertadora, a qual defende os interesses dos “povos da terra”; nessa perspectiva, os camponeses, os ribeirinhos, os caiçaras, os indígenas e os demais trabalhadores rurais são os protagonistas de seu futuro.
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