Saber, agir e educar: o ensino-aprendizagem em serviços de saúde
Palavras-chave:
ensino-aprendizagem, integração docente-assistencial, modelos tecnoassistenciais em saúdeResumo
Este artigo aborda a questão do processo ensino-aprendizagem em serviços de saúde. Com base na revisão de algumas teorias pedagógicas, procurou-se construir um referencial, que permitisse repensar aspectos do ensino experimentado através do trabalho cotidiano. É este trabalho, realizado nos serviços de saúde, que possibilita articular a educação a suas dimensões sociais, ideológicas e técnicas e, por outro lado, defini-lo não somente pelas necessidades dos profissionais, mas principalmente, como resposta à realidade do serviço e suas finalidades. A dialética entre a prática educacional e a atenção tem gerado correntes de pensamento inovadoras. De uma maneira geral, pode-se dizer que a educação em serviços ressalta o potencial educativo do trabalho cotidiano e orienta a aprendizagem enquanto um processo contínuo e de natureza participativa, possibilitando a articulação entre o fazer, o educar, o saber e o porquê o não fazer o não educar e/ou o não saber. Enquanto um processo pedagógico que integra o individual, o grupal, o institucional e o social, como também, o cognitivo e o afetivo, orienta-se pelo compromisso com a transformação das práticas.
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