Violência e convivência escolar
contribuições e desafios para políticas educacionais a partir da Psicologia Escolar
DOI:
https://doi.org/10.24220/2318-0870v30a2025e14243Palavras-chave:
Convivência escolar, Educação básica, Políticas públicas, psicologia escolarResumo
O aumento de atos de violência extrema em escolas de vários estados brasileiros trouxe para a cena educacional situações que sequer puderam ser consideradas em estudos sobre os processos de escolarização. As temáticas da aprendizagem e do desenvolvimento, tão caras para os pesquisadores e formadores de professores/as e psicólogos/as, não são suficientes para analisar a complexidade da vida escolar. Um novo ator entrou em cena: o processo de convivência escolar. Agravada pela situação deflagrada pela pandemia de COVID-19 e pela ação de grupos extremistas, as relações escolares encontram-se “à flor da pele” e precisam ser reconstruídas por meio de processos de civilidade, de garantia de direitos e de cultura de paz e não-violência, de forma a resgatar princípios de humanização que possibilitem a democratização das relações e a materialização da função social da escola. Este artigo tem como objetivo discutir a problemática da violência e convivência nas escolas. Por meio da Teoria Histórico-Cultural e de pesquisas e legislações sobre o tema, busca-se analisar: (a) o contexto de violência na sociedade e sua presença nas escolas (b) a mobilização da sociedade civil visando enfrentar situações de violência escolar; (c) os desafios da implementação de uma política educacional para o enfrentamento da violência escolar; e (d) ações de enfrentamento à violência na perspectiva da convivência escolar e o Sistema Nacional de Acompanhamento e Combate à Violência nas Escolas.
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