Seção Temática: A construção de âncoras narrativas em tempos de plataformização digital

2024-02-27

Responsáveis

Elizeu Clementino de Souza (Universidade Estadual da Bahia - UNEB / Brasil)

Maria Amália de Almeida Cunha (Universidade Federal de Minas Gerais - UFMG / Brasil)

Luciana Haddad Ferreira (Pontífícia Universidade Católica de Campinas - PUCC / Brasil)

 

Narrar requer um estado de distensão, de relaxamento. Entretanto, paradoxalmente, vivemos hoje sob o domínio do instantâneo: likes, curtidas, stories, surgem por meio de narrativas fragmentadas, sempre à procura de novidade. Estamos entregues à caixa preta algorítmica e, portanto, estamos perdendo a capacidade de construir um arco narrativo, uma história. Esta crise, que se soma a tantas outras na era do antropoceno, subverte não somente a nossa relação com a natureza, mas também com a humanidade e com a comunidade de ouvintes.  Uma das marcas da aceleração do tempo presente é iminente crise da narração ou a aceleração da desnarrativização, esvaziando de sentido a capacidade humana de ouvir e contar histórias. O narrador de Benjamim é a contrafigura de um sujeito que está incessantemente à procura de novidades, likes e curtidas.

A proposta deste dossiê é reafirmar a necessidade da construção de âncoras narrativas, a fim de que seja possível criar comunidades de pertencimento, coletivos e histórias que possam ainda conectar pessoas. Por meio desta reflexão, pretendemos problematizar em que medida as plataformas digitais têm tensionado este debate acerca do processo de aceleração da desnarrativização.

 

 

Prazos (autores):

- Submissões aceitas até 17 de maio de 2024

- Previsão de publicação: setembro de 2024

 

Sobre os / as proponentes:

Elizeu Clementino de Souza é membro do CA-ED/CNPq. Bolsista de Produtividade em Pesquisa 1B. Secretário Especial de Relações Internacionais (SERINT/UNEB). Possui graduação em Pedagogia pela Universidade Católica de Salvador (1989), Graduação em Pedagogia em Habilitação em Supervisão Escolar pela Universidade Federal da Bahia (1995), Doutorado Sanduíche na Faculdade de Psicologia e Ciências da Educação/Universidade de Lisboa e Doutorado em Educação pela Universidade Federal da Bahia (2004), Pós-Doutorado pela Faculdade de Educação da Universidade de São Paulo (2012), Pós-Doutorado/Estágio Sênior na Universidade de Paris 13-França (2018). Editor da Revista Brasileira de Educação (RBE/ANPEd), Editor da Revista Brasileira de Pesquisa (Auto)biográfica (RBPAB). Atualmente é Professor Titular da Universidade do Estado da Bahia.

Maria Amália de Almeida Cunha graduou-se em Ciências Sociais pela Universidade Estadual Paulista Júlio de Mesquita Filho (1993) onde também realizou seu mestrado (1997). Seu doutorado em Educação foi realizado na Universidade Estadual de Campinas (2003), com estágio realizado na Universidade de Paris X - Nanterre (2001). Atualmente é professora Titular na Universidade de Federal de Minas Gerais, onde atua no Programa de Pós-Graduação em Educação: Conhecimento e Inclusão Social. É pesquisadora associada do OSFE- Observatório Sociológico Família-Escola e do NUPEDE-Núcleo de Pesquisa em Desigualdades Escolares.

Luciana Haddad Ferreira é graduada em Pedagogia também pela Unicamp (2004), onde também realizou o Doutorado em Educação (2015). Realizou pós-doutorado no Instituto de Psicologia da Universidade Federal de Uberlândia (linha de pesquisa Psicologia e Arte). Atualmente é pesquisadora e docente permanente do Programa de Pós-Graduação em Educação da Pontifícia Universidade Católica de Campinas (PUCC), onde tem discutido especialmente as contribuições das abordagens narrativas e (auto)biográficas para a formação profissional docente. É pesquisadora associada à Biograph, membro da Rede Estrado – Rede latino-americana de estudos sobre trabalho docente e do GT8 (formação de professores) da Anped.