A ingerência de práticas higienistas, da legislação e do poder local a transformação da paisagem urbana na Primeira República

o caso de São José do Rio Pardo, São Paulo

Autores

  • Natalia Cappellari Rezende Universidade de São Paulo, Instituto de Arquitetura e Urbanismo, Programa de Pós-Graduação Stricto Sensu em Arquitetura e Urbanismo https://orcid.org/0000-0003-4976-8718
  • Maria Angela Pereira de Castro e Silva Bortolucci Universidade de São Paulo, Instituto de Arquitetura e Urbanismo, Programa de Pós-Graduação Stricto Sensu em Arquitetura e Urbanismo https://orcid.org/0000-0002-8237-1862

DOI:

https://doi.org/10.24220/2318-0919v19e2022a4989

Palavras-chave:

Discursos e práticas higienistas, legislação – códigos de posturas, política republicana, paisagem urbana, São José do Rio Pardo – cidade.

Resumo

Este artigo investiga e problematiza a ingerência de práticas higienistas, das legislações e do poder local na redefinição dos espaços da cidade de São José do Rio Pardo. Evidencia a preocupação com a situação sanitária, em virtude da epidemia de febre amarela, fazendo com que a medicina higienista e a engenharia sanitarista condicionassem a transformação da paisagem. Revela ainda as ações de autoridades guiadas pela política republicana e pelos interesses de uma parcela dessa sociedade, nas duas primeiras décadas do século XX. Por meio de estudo de
caso, contribui para a historiografia da arquitetura e da cidade paulista ao ampliar o conhecimento de questões basilares na construção do espaço urbano vigente na Primeira República.

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Publicado

2022-08-12

Como Citar

Rezende, N. C., & Bortolucci, M. A. P. de C. e S. (2022). A ingerência de práticas higienistas, da legislação e do poder local a transformação da paisagem urbana na Primeira República: o caso de São José do Rio Pardo, São Paulo. Oculum Ensaios, 19, 1–21. https://doi.org/10.24220/2318-0919v19e2022a4989

Edição

Seção

Artigos de Pesquisa