Balanço energético em crianças e adolescentes com bronquiolite obliterante pós-infecciosa

Autores

  • Juliana PALUDO Universidade Federal do Rio Grande do Sul
  • Helena Teresinha MOCELIN Universidade Federal do Rio Grande do Sul
  • Franceliane Jobim BENEDETTI Universidade Federal do Rio Grande do Sul
  • Rita MATTIELLO Pontifícia Universidade Católica do Rio Grande do Sul
  • Edgar Enrique SARRIA Pontifícia Universidade Católica do Rio Grande do Sul
  • Elza Daniel de MELLO Universidade Federal do Rio Grande do Sul
  • Gilberto Bueno FISCHER Universidade Federal do Rio Grande do Sul

Palavras-chave:

Bronquiolite obliterante pós-infecciosa, Calorimetria indireta, Doença pulmonar, Gasto energético

Resumo

bjetivos
Quantificar o gasto e estimar a ingestão energética de crianças e adolescentes com bronquiolite obliterante pós-infecciosa e comparar com crianças e adolescentes hígidos.

Métodos
Estudo transversal com 72 crianças e adolescentes de 8 a 18 anos. Compararam-se dois grupos de 36 indivíduos - um com diagnóstico de bronquiolite obliterante e outro hígido -, os quais foram pareados pelo sexo, idade e classificação do índice de massa corporal. Para avaliação nutricional, utilizaram-se a antropometria e a composição corporal. O gasto energético foi medido pela calorimetria indireta; o fator atividade, pelo recordatório 24h de atividades físicas, e a ingestão energética, pelos inquéritos alimentares.

Resultados
O grupo com bronquiolite obliterante e o grupo-controle apresentaram respectivamente: índice de massa corporal de M=18,9, DP=4,0kg/m2 e M=18,8, DP=3,4kg/m2; gasto energético de repouso de M=1717,6, DP=781,5 e M=2019,9, DP=819; gasto energético total de M=2677,5, DP=1514,0kcal/dia e M=3396,1, DP=1557,9kcal/dia; estimativa da ingestão energética de M=2294,1, P=746,7kcal/dia e M=2116,5, DP=612,1kcal/dia. O gasto energético de repouso (p=0,102) e o gasto energético total (p=0,051) não foram diferentes entre os grupos, mesmo quando ajustados pela massa magra. Não houve diferenças estatisticamente significativas entre o o gasto energético total e o consumo energético no grupo com bronquiolite obliterante (p=0,202). O grupo-controle consumiu menos calorias do que o previsto pelo gasto energético total (p<0,001).

Conclusão
O gasto energético de repouso e o gasto energético total foram semelhantes entre os grupos. A estimativa da ingestão energética dos hígidos foi menor que o gasto energético total. O grupo com bronquiolite obliterante apresentava um balanço energético adequado.

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Publicado

17-08-2023

Como Citar

PALUDO, J. ., Teresinha MOCELIN, H. ., Jobim BENEDETTI, F. ., MATTIELLO, R. ., SARRIA, E. E. ., de MELLO, E. D. ., & Bueno FISCHER, G. . (2023). Balanço energético em crianças e adolescentes com bronquiolite obliterante pós-infecciosa. Revista De Nutrição, 25(2). Recuperado de https://seer.sis.puc-campinas.edu.br/nutricao/article/view/9238

Edição

Seção

ARTIGOS ORIGINAIS