Balanço energético em crianças e adolescentes com bronquiolite obliterante pós-infecciosa
Palavras-chave:
Bronquiolite obliterante pós-infecciosa, Calorimetria indireta, Doença pulmonar, Gasto energéticoResumo
bjetivos
Quantificar o gasto e estimar a ingestão energética de crianças e adolescentes com bronquiolite obliterante pós-infecciosa e comparar com crianças e adolescentes hígidos.
Métodos
Estudo transversal com 72 crianças e adolescentes de 8 a 18 anos. Compararam-se dois grupos de 36 indivíduos - um com diagnóstico de bronquiolite obliterante e outro hígido -, os quais foram pareados pelo sexo, idade e classificação do índice de massa corporal. Para avaliação nutricional, utilizaram-se a antropometria e a composição corporal. O gasto energético foi medido pela calorimetria indireta; o fator atividade, pelo recordatório 24h de atividades físicas, e a ingestão energética, pelos inquéritos alimentares.
Resultados
O grupo com bronquiolite obliterante e o grupo-controle apresentaram respectivamente: índice de massa corporal de M=18,9, DP=4,0kg/m2 e M=18,8, DP=3,4kg/m2; gasto energético de repouso de M=1717,6, DP=781,5 e M=2019,9, DP=819; gasto energético total de M=2677,5, DP=1514,0kcal/dia e M=3396,1, DP=1557,9kcal/dia; estimativa da ingestão energética de M=2294,1, P=746,7kcal/dia e M=2116,5, DP=612,1kcal/dia. O gasto energético de repouso (p=0,102) e o gasto energético total (p=0,051) não foram diferentes entre os grupos, mesmo quando ajustados pela massa magra. Não houve diferenças estatisticamente significativas entre o o gasto energético total e o consumo energético no grupo com bronquiolite obliterante (p=0,202). O grupo-controle consumiu menos calorias do que o previsto pelo gasto energético total (p<0,001).
Conclusão
O gasto energético de repouso e o gasto energético total foram semelhantes entre os grupos. A estimativa da ingestão energética dos hígidos foi menor que o gasto energético total. O grupo com bronquiolite obliterante apresentava um balanço energético adequado.
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