O processo de autogestão de Can Batlló, em Barcelona: uma feição radical do urbanismo tático | The self-management process of Can Batlló in Barcelona: a radical perspective of tactical urbanism

Autores

  • Adriana Sansão Fontes PROURB-FAU/UFRJPrograma de Pós Graduação em UrbanismoFaculdade de Arquitetura e UrbanismoUniversidade Federal do Rio de Janeiro http://orcid.org/0000-0003-0648-3894

DOI:

https://doi.org/10.24220/2318-0919v19e2022a4967

Palavras-chave:

Comuns urbanos. , Espaços coletivos. , Intervenção. , Participação.

Resumo

 O urbanismo tático tem sido disseminado como uma abordagem que utiliza ações de curto prazo e de baixo custo para demonstrar possibilidades de transformação de longo prazo nas cidades. É defen­dido como uma ação em que cidadãos, com suas próprias mãos, iniciam processos de transformação, em um contexto de ineficiência dos governos e de escassez de recursos. Apesar da crescente popula­ridade, a abordagem também vem gerando contro­vérsias; assim, o objetivo deste artigo é discuti-la em um viés mais radical, enquanto abordagem urbana de ruptura do status quo, utilizando como caso o processo de autogestão de Can Batlló, em Barcelona. Can Batlló é uma antiga fábrica têxtil, desativada na década de 1960, a qual nos últimos dez anos tem sido apropriada pela comunidade local, que vem praticando um sistema de autogestão e de criação de comuns urbanos. O artigo parte da apresentação do processo de transformação da fábrica, seguindo para a discussão sobre a crítica atual do urbanismo tático e para a interpretação do caso sob o viés mais radical, o qual experimenta formas alternativas de organização social para a promoção de transforma­ções gradativas em um espaço privado, de forma a convertê-lo em um comum urbano.

Downloads

Não há dados estatísticos.

Biografia do Autor

Adriana Sansão Fontes, PROURB-FAU/UFRJPrograma de Pós Graduação em UrbanismoFaculdade de Arquitetura e UrbanismoUniversidade Federal do Rio de Janeiro

Universidade Federal do Rio de Janeiro | Faculdade de Arquitetura e Urbanismo | Programa de Pós-Graduação em Urbanismo | Av. Pedro Calmon, 550/405, Cidade Universitária, 21941-901, Rio de Janeiro, RJ, Brasil | E-mail: adrianasansao@fau. ufrj.br

Referências

ALINSKY, S. D. Reveille for radicals. Chicago: Chicago U.P, 1946.

BAIGES CAMPRUBÍ, C. Can Batlló: cuando la ciudadanía reutiliza el patrimonio industrial. Butlletí d’Arqueologia Industrial I de Museus de Tècnica I Ciència, n. 77, p. 1-6, 2015. Disponible en: http:// www.amctaic.org/clients/amctaic/uploads/files/Butlleti76.pdf. Acceso en: 25 mayo 2020.

BARATA, A. M. F. Do micro ao macro: urbanismo tático para transformação de espaços públicos. 2018. 305 f. Dissertação (Mestrado em Urbanismo) – Universidade Federal do Rio de Janeiro, Rio de Janeiro, 2018. f. 40.

BISHOP, P. E.; WILLIAMS, L. The temporary city. New York: Routledge, 2012.

BORDE, A. Vazios urbanos, perspectivas contemporâneas. 2006. 226 f. Tese (Doutorado em Urbanismo) – Universidade Federal do Rio de Janeiro, Rio de Janeiro, 2006.

BRADLEY, K. Open-source urbanism: creating, multiplying and managing urban commons. Footprint. Delft Architecture Theory Journal, v. 9, n. 16, p. 91-107, 2015. Available from: https:// www.researchgate.net/publication/281993681_Open-Source_Urbanism_Creating_Multiplying_ and_Managing_Urban_Commons. Cited: May 25, 2020.

BRENNER, N. Seria o “urbanismo tático” uma alternativa ao urbanismo neoliberal? Revista e-metropolis, n. 27, ano 7, p. 6-18, 2016. Disponível em: http://emetropolis.net/artigo/201?name= seria-o-urbanismo-tatico-uma-alternativa-ao-urbanismo-neoliberal. Acesso em: 25 maio 2020.

CÁMARA MENOYO, C. Comunes urbanos: lecciones desde la Barcelona de principios del siglo XXI: una propuesta de caracterización desde la praxis. 2018. 412 f. Tese (Doutorado Information and Knowledge Society Doctoral Programme) – Universitat Oberta de Catalunya, Barcelona, 2018.

CAN BATLLÓ Espai veïnal i autogestionat. Barcelona: Can Batlló, 2020. Disponible en: https://www. canbatllo.org/. Acceso em: 25 mayo 2020.

CAPEL, H. El modelo Barcelona: un examen crítico. Barcelona: Ediciones del Serbal, 2005.

CASTRO-COMA, M. et al. Can Batlló: construir comunidades en las ruinas de la crisis. In: JORNADAS CONTRA LA DEPREDACIÓN DE LOS BIENES COMUNES. CIUDAD, TERRITORIO, CAPITALISMO. 2011. Madrid. Palestras [...]. Madrid: [s.n.], 2011. Disponible en: https://studylib.es/doc/6323661/ construir-comunidades-en-las-ruinas-de-la-crisis. Acceso en: 25 mayo 2020.

CERTEAU, M. The practice of everyday life. Berkley: University of California Press, 1999.

COSTA, J. [Entrevista cedida a]: Adriana Sansão Fontes. [S.l.], 22 abr. 2020.

DELGADO, M. La ciudad mentirosa: fraude y miseria del “modelo Barcelona”. Madrid: Catarata, 2007.

HARVEY, D. Cidades rebeldes: do direito à cidade à revolução urbana. São Paulo: Martins Fontes, 2014.

JACOBS, J. The death and life of great American cities. New York: Random House, 1961.

LYDON, M.; GARCIA, A. Tactical urbanism: short-term action for long-term change. New York: Island Press, 2015.

LYNCH, K. The image of the city. Cambridge: The MIT Press, 1960.

MOULD, O. Tactical urbanism: the new vernacular of the creative city. Geography Compass, v. 8, n. 8, p. 529-539, 2014. Available from: https://onlinelibrary.wiley.com/doi/10.1111/gec3.12146. Cited: May 25, 2020.

ROCAMONDE, J. La Khôra de los comunes. 2017. 195 f. Tesina (Master Urbanismo) – Universitat Politècnica de Catalunya, Barcelona, 2017. f. 176

SANSÃO-FONTES, A. Intervenções temporárias, marcas permanentes: apropriações, arte e festa na cidade contemporânea. Rio de Janeiro: Casa da Palavra, 2013.

SANSÃO-FONTES, A. et al. Urbanismo táctico como prueba del espacio público: el caso de las supermanzanas de Barcelona. Revista EURE: Revista De Estudios Urbano Regionales, v. 45, n. 136, p. 209-231, 2019. Disponible en: http://www.eure.cl/index.php/eure/article/view/2779. Acceso en: 25 mayo 2020.

SASSEN, S. Complex and incomplete: spaces for tactical urbanism. In: GADANHO, P. Uneven Growth: tactical urbanisms for expanding megacities. New York: The Museum of Modern Art, 2014. p. 40-47. SOLÀ-MORALES, I. Territórios. Barcelona: Gustavo Gili, 2002. SOLÀ-MORALES, M. Espacios públicos/espacios colectivos. In: SOLÀ-MORALES, M. De cosas urbanas. Barcelona: Editorial Gustavo Gili, 2008a. p. 184-191. SOLÀ-MORALES, M. Diez lecciones sobre Barcelona. Barcelona: COAC, 2008b. WEBB, D. Tactical urbanism: delineating a critical praxis. Planning Theory & Practice, v. 19, n. 1, p. 58-73, 2018. Available from: https://www.tandfonline.com/doi/full/10.1080/14649357.201 7.1406130. Cited: May 25, 2020. WILLIAMS, A.; GOODWIN, M.; CLOKE, P. Neoliberalism, big society, and progressive localism. Environment and Planning, v. 46, n. 12, p.2798-2815, 2014. Available from: https://journals. sagepub.com/doi/10.1068/a130119p. Cited: May 25, 2020. WHYTE, W. The social life of small urban spaces. New York: Project for Public Spaces, 1980. ZANETTI, V. Z. Planos e projetos ausentes: desafios e perspectivas da requalificação das áreas centrais de São Paulo. 2005. 400 f. Tese (Doutorado Estruturas Ambientais Urbanas) – Universidade de São Paulo, São Paulo, 2005.

Downloads

Publicado

2021-10-27

Como Citar

Fontes, A. S. (2021). O processo de autogestão de Can Batlló, em Barcelona: uma feição radical do urbanismo tático | The self-management process of Can Batlló in Barcelona: a radical perspective of tactical urbanism. Oculum Ensaios, 19. https://doi.org/10.24220/2318-0919v19e2022a4967

Edição

Seção

Artigos de Pesquisa