Modernismo versus pós-modernismo: o plano de Mies van der Rohe para Londres
DOI:
https://doi.org/10.24220/2318-0919v14n3a3699Keywords:
Arquitetura moderna. Arquitetura pós-moderna. Estética. Patrimônio Arquitetônico. Urbanismo do Século XX.Abstract
Este artigo discute as razões que levaram ao indeferimento de um projeto que Mies van der Rohe fez para a City de Londres nos anos 1960. Aprovado pelas autoridades em 1969, o projeto foi indeferido em 1982. Em 1984, o empresário Peter Palumbo, que contratara Mies em 1962, entrou com um pedido de reconsideração, que foi novamente rejeitado, em 1985. Terminava o longo processo de mais de 20 anos, que poderia ter dado “um Mies” à Londres, sendo substituído por um edifício de James Stirling. A mudança de atitude (aceita nos 1960, rejeitada nos anos de 1980) mostra o enfrentamento entre as visões moderna e pós-moderna, manifestadas no último quartel do Século XX. A pesquisa foi realizada sobre documentos públicos do arquivo Mansion House Scheme (Royal Institute of British Architects), nos quais (reports do processo) fica evidente que havia duas posições contrárias e legalmente bem sustentadas, apoiando ou rejeitando o projeto, o que leva a pensar que o indeferimento foi movido por outras razões. Além de expor o acontecido, este artigo aponta as motivações de caráter cultural, sobretudo estético, subjacente ao complexo processo que moldou essa área da City londrina. A reflexão apresentada embasa sua posição metodológica fundamentalmente em três formas de aproximação com o problema, através das quais, acredita-se que é possível interpretar e ponderar o porquê aquela sociedade, em tão pouco tempo, encampou e depois rejeitou o mesmo projeto. São elas: o valor da imagem, a identidade e, principalmente, o gosto.
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