Light and space e a materialização da luz
da literalidade ao fenômeno
DOI:
https://doi.org/10.24220/2318-0919v21e2024a5459Palavras-chave:
Light and Space, Luz materializada, Percepção Sensível, PresençaResumo
Poucos são os estudos sobre as origens do conceito de “materialização da luz”, um tipo de proposta artística/arquitetônica, na qual espaço e luz se unem, afetando intimamente a percepção, a experiência e a participação do espectador em relação ao ambiente. Nesse sentido, este artigo busca contribuir não apenas percorrendo as ideias e práticas ligadas ao uso da luz como objeto de arte e/ou elemento arquitetural a partir da década de 1960, mas, principalmente, provocando uma reflexão a respeito da relação entre a luz materializada e o espaço, e entre estes e os sujeitos. O presente trabalho traz uma revisão bibliográfica baseada em Butterfield, Didi-Huberman, Merleau-Ponty e Robert Morris, revisitando as propostas do “Light and Space”, movimento iniciado na década de 1960 que buscava elevar a experiência em relação à materialidade da luz à sua máxima potência. Tal movimento representou não só uma resposta dada por importantes nomes da arte e da arquitetura, como Dan Flavin, James Turrell, Robert Irwin e Larry Bell aos ideais da época de justaposição de tecnologia, arte, percepção
sinestésica e experiência plena do sujeito, como também uma expansão do papel da percepção sensível do sujeito-percebedor, que deixa de ser algo externo surgido a partir da obra, para ser o próprio elemento compositivo do espaço artístico e arquitetônico.
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