Sensibilidade e especificidade de diferentes critérios de classificação do excesso de peso em escolares de João Pessoa, Paraíba, Brasil
Palavras-chave:
Avaliação do estado nutricional, Dobras cutâneas, Índice de massa corporal, Medidas antropométricas, Sensibilidade e especificidade, SobrepesoResumo
Objetivo
Descrever a proporção de excesso de peso usando diferentes critérios de classificação do índice de massa corporal e avaliar valores de sensibilidade, especificidade e concordância entre os critérios.
Métodos
A população incluiu 1.570 estudantes, de 7 a 12 anos de idade, da cidade de João Pessoa (PB), 2005. O excesso de peso foi classificado conforme os critérios da World Health Organization, da International Obesity Task Force e por outros autores. O percentual de gordura foi estimado a partir das dobras cutâneas e utilizado como critério de referência (masculino: ≥25%; feminino: ≥30%).
Resultados
A proporção de excesso de peso diferiu entre os critérios, sendo menor com a utilização dos critérios da World Health Organization e maior segundo o critério de autores brasileiros (p<0,05). Os critérios de classificação do índice de massa corporal apresentaram boa sensibilidade (83-97%), exceto o critério da World Health Organization (masculino=65% e feminino=48%). A especificidade foi elevada em todos os valores críticos analisados (85-98%). O índice Kappa demonstrou boa concordância entre as propostas (Kappa >0,60), com discreto aumento no critério da IOTF (Kappa=0,72) e menor concordância para a proposta da World Health Organization (Kappa=0,63).
Conclusão
Os critérios analisados foram sensíveis para diagnosticar o excesso de peso, com menor sensibilidade ao ser adotada a proposta da World Health Organization. Houve elevada especificidade e boa concordância em todas as propostas, entretanto, os valores para os sexos e as idades oscilaram menos no critério da International Obesity Task Force. Portanto, os resultados sugerem que o critério da International Obesity Task Force mostrou-se mais adequado para confirmar a presença de excesso de peso em populações com características similares às deste estudo.
Referências
World Health Organization. Physical status: the use and interpretation of anthropometry. Geneva: WHO;1995. Report of a WHO Expert Committee.
World Health Organization. Growth reference data for 5-19 years. 2007 [cited 2009 Abr 16]. Available from: <http://www.who.int/growthref/en/>.
Cole TJ, Bellizzi MC, Flegal KM, Dietz WH. Establishing a standard definition for child overweight and obesity worldwide: international survey. BMJ. 2000; 6;320(7244):1240-3. doi: 10.1136/bmj.320.7244.1240.
Must A, Dallal GE, Dietz WH. Reference data for obesity: 85th and 95th percentiles of body mass index (wt/ht2) and triceps skinfold thikness. Am J Clin Nutr. 1991; 53(4):839-46.
Conde WL, Monteiro CA. Valores críticos do índice de massa corporal para classificação do estado nutricional de crianças e adolescentes brasileiros. J Pediatr. 2006; 82(4):266-72. doi: 10.2223/jped.1502.
Neovius M, Linné Y, Barkeling B, Rossner S. Sensitivity and specificity of classification systems for fatness in Adolescents. Am J Clin Nutr. 2004; 80(3):597-603.
Zimmermann MB, Gubeli C, Puntener C, Molinari L. Detection of overweight and obesity in a national sample of 6-12y old Swiss children: accuracy and validity of reference values for body mass index from the US Centers for Disease Control and
Prevention and the International Obesity Task Force. Am J Clin Nutr. 2004; 79(5):838-43.
Mei Z, Grummer-Strawn LM, Pietrobelli A, Goulding A, Goran IM, Dietz HW. Validity of body mass index compared with other body-composition screening indexes for the assessment of body fatness in children and adolescents. Am J Clin Nutr. 2002; 75(6):978-85.
Watts K, Naylor LH, Davis EA, Jones TW, Beeson B, Bettenay F, et al. Do Skinfolds accurately assess changes in body fat in obese children and adolescents? Med Sci Sports Exerc. 2006; 38(3): 439-44.
Semiz S, Ozgoren E, Sabir N. Comparison of ultrasonographic and anthropometric methods to assess body fat in childhood obesity. Int J Obes. 2007; 31(1):53-8. doi: 10.1038/sj.ijo.0803414.
Freedman DS, Thornton JC, Mei Z, Wang J, Dietz WH, Pierson RN, et al. Height and adiposity among children. Obes Res. 2004; 12(5):846-53.
Chiara V, Sichieri R, Martins PD. Sensibilidade e especificidade de classificação de sobrepeso em adolescentes, Rio de Janeiro. Rev Saúde Pública. 2003; 37(2):226-31. doi: 10,1590/S0034-89102003000200010.
Vitolo MR, Campagnolo PDB, Barros ME, Gama CM, Lopez FA. Avaliação de duas classificações para excesso de peso em adolescentes brasileiros. Rev Saúde Pública. 2007; 41(4):653-6. doi: 10.1590/S0034-89102007000400021.
Vieira ACR, Alvarez MM, Marins VMR, Sichieri R, Veiga GV. Desempenho de pontos de corte do índice de massa corporal de diferentes referências na predição de gordura corporal em adolescentes. Cad Saúde Pública. 2006; 22(8):1681-1690. doi: 10.1590/S0102-311X2006000800016.
Veiga GV, Dias PC, Anjos LA. A comparison of distribution curves of body mass from Brazil and the United States for assessing overweight and obesity in Brazilian adolescents. Rev Panam Salud Publica. 2001; 10(2):79-85. doi: 10.1590/S102049892001000800002.
Sardinha LB, Going SB, Teixeira PJ, Lohman TG. Receiver operating characteristic analysis skinfold thickness and arm girth for obesity screening in children and adolescents. Am J Clin Nutr. 1999; 70(6):1090-5.
Maynard LM, Wisemandle W, Roche AF, Chumlea WC, Guo SS, Siervogel RM. Childhood body composition in relation to body mass index. Pediatrics. 2001; 107(2):344-50.
Widhalm K, Schonegger K, Huemer C, Auterith A. Does the BMI reflect body fat in obese children and adolescents? A study using the TOBEC method. Int J Obes. 2001, 25(2):279-85.
Demerath EW, Schubert CM, Maynard LM, Sun SS, Chumlea WC, Pickoff A, et al. Do changes in body mass index percentile reflect changes in body composition in children? Data from the fels longitudinal study. Pediatrics. 2006; 117(3):487-95. doi: 10.1542/peds.2005-0572.
Anjos LA, Veiga GV, Castro IRR. Distribuição dos valores do índice de massa corporal da população brasileira até 25 anos de idade. Rev Panam Salud Publica. 1998; 3(3):164-73. doi: 10.1590/S1020-49891998000300004.
Luiz RR, Magnanini MMF. A lógica da determinação do tamanho da amostra em investigações epidemiológicas. Cad Saúde Coletiva. 2000; 8(2):9-28.
Hallal PC, Bertoldi AD, Gonçalves H, Victora CG. Prevalência de sedentarismo e fatores associados em adolescentes de 10-12 anos de idade. Cad Saúde Pública. 2006; 22(6):1277-87. doi: 10.1590/S0102-311X2006000600017.
Lohman TG, Roche AF, Martorell R. Anthropometric standardization reference manual. Champaign (Illinois): Human Kinetics Books; 1988.
Pederson D, Gore C. Erros de medição em antropometria. In: Kevin N, Tim O. Antropométrica. Porto Alegre: Artmed; 2005.
Boileau RA, Lohman TG, Slaughter MH. Exercise and body composition in children and youth. Scand J Sports Sci. 1985; 7(1):17-27.
Williams DP, Going SB, Lohman TG, Harsha DW, Srinivasan SR, Webber LS, et al. Body fatness and risk for elevated blood pressure, total cholesterol, and serum lipoprotein rations in children and adolescents. Am J Public Health. 1992; 82(3):358-63.
Onis M, Onyango AW, Borghi E, Siyam A, Nishida C, Siekmann J. Development of a WHO growth referente for school-aged children and adolescents. Bull World Health Org. 2007; 85(9): 660-7.
Farias Júnior JC, Konrad LM, Rabacow FM, Graup S, Araújo VC. Sensibilidade e especificidade de critérios de classificação do índice de massa corporal em adolescentes. Rev Saúde Pública. 2009; 43(1):53-9. doi: 10.1590/S0034-89102009000100007.
Fernandes RA, Rosa CSC, Silva CB, Bueno DR, Oliveira AR, Freitas Júnior IF. Desempenho de diferentes valores críticos de índice de massa corporal na identificação de excesso de gordura corporal e obesidade abdominal em adolescentes. Rev Assoc Med Bras. 2007; 53(6):515-9. doi: 10.1590/S0104-42302007000600019.
Ramirez Erik, Grijalva-Haro MI, Ponce JA, Valencia ME. Prevalencia de sobrepeso y obesidad en el noroeste de México por tres referencias de índice de masa corporal: diferencias en la clasificación. ALAN. 2006; 56(3):251-6. doi: 10.1590/S0004-0622200
Downloads
Publicado
Como Citar
Edição
Seção
Licença
Copyright (c) 2023 Kelly Samara da SILVA, Adair da Silva LOPES, Francisco Martins da SILVA
Este trabalho está licenciado sob uma licença Creative Commons Attribution 4.0 International License.