Estudo comparativo dos resultados gestacionais entre dois grupos de gestantes de peso elevado
Palavras-chave:
obesidade, complicações na gravidez, resultados perinatais, parto, recem-nascidoResumo
O objetivo deste trabalho foi comparar condições gestacionais e resultados perinatais entre mulheres obesas admitidas para parto no Centro de Atenção Integral à Saúde da Mulher da Universidade Estadual de Campinas. Utilizou-se o estudo retrospectivo comparando os resultados de 294 mulheres com peso ao final da gravidez maior ou igual a 100 kg, com os de 385 gestantes que pesaram entre 80 e 99 kg. Foram estudadas 27 condições maternas e fetais, analisadas por média, desvio-padrão e testes "t" Student e Qui-quadrado. As mulheres mais obesas foram de maior idade e paridade, com menor taxa de etilismo e apresentaram mais antecedentes mórbidos, elevada prevalência de doenças clínicas (45,2%) e obstétricas (3 7, 8%). Metade destas pacientes ganhou acima de 20 kg e o índice de massa corpórea foi, em média, maior que 40 kg/m2. Estas mulheres tiveram elevada incidência de hipertensão arterial (3 7, 9%), diabetes (10, 0%), infecções (8,2%) e a cesárea foi a forma departo mais frequente (48,3%). Entre as mais obesas, houve, também, maior incidência de prematuros (8,0%) e de depressão neonatal. A média de peso dos recém-nascidos foi 116 g maior e um terço destes foram grandes para a idade gestacional. As mulheres que atingiram os 100 kg ou mais na gestação foram de maior risco e deveriam ser acompanhadas em serviços que permitam oferecer assistência obstétrica, anestésica e neonatal de maior complexidade.
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