MISOPROSTOL VERSUS LAMINÁRIA PARA PREPARO CERVICAL EM GESTAÇÕES COM MORTE FETAL

Autores

  • Fernanda Garanhani de Castro Surita
  • José Guilherme Cecatti
  • Mary Angela Parpinelli
  • João Luiz Pinto e Silva

Palavras-chave:

misoprostol, laminaria, preparo cervical, morte fetal, ensaios controlados aleatorios

Resumo

Introdução
Entre os vários agentes mundialmente estudados para o preparo cervical, as prostaglandinas e laminárias têm se mostrado seguras e eficazes. As prostaglandinas têm sido mais utilizadas na maioria dos países; entretanto, no Brasil apenas a PgE 1 metil-análoga (misoprostol) está disponível comercialmente, e seu uso em obstetrícia tem aumentado significativamente em virtude de seu custo mais baixo em relação às outras prostaglandinas, com eficácia comparável.
Métodos
Para avaliar o grau de modificação cervical obtido utilizando dois métodos distintos, foi realizado um ensaio clínico randomizado e cego com 60 gestantes que apresen­taram morte fetal em gestação com mais de I 5 semanas e índice de Bishop inferior a 6 e estavam fora de trabalho de parto. As gestantes foram alocadas em dois grupos: um utilizando um comprimido de 200J.Lg de misoprostol e outro uma laminaria, inseridos por via intracervical 24 horas antes de iniciar a indução ocitócica.
Resultados
Não houve diferença entre as variáveis de controle, nem com relação ás complicações maternas. No entanto, houve diferença de efeitos entre os dois grupos, e 78,9% das mulheres que utilizaram misoprostol evoluíram para parto durante as 24 horas reservadas para o preparo cervical. Além disso, neste grupo foram significativamente menores a dose de ocitocina utilizada, o tempo de internaçcio e o custo hospitalar.
Conclusão
Ambos os métodos foram seguros e eficazes para o preparo cervical. Contudo, o misoprostol, na dose e via em que foi utilizado, demonstrou ser um método eficaz não só 110 preparo cervical, mas também na induçcio de parto na população estudada.

Downloads

Não há dados estatísticos.

Referências

American College ofübstetrician anel Gynecologists. ACOG comrnittee opinion. lnduction of labor with misoprostol (Number 228). lnt J Gynecol Obstet 2000; 69:77-8.

Bique C, Bugalho A, Bergstrom S. Labor induction by vaginal misoprostol in grand multiparous women. Acta Obstet Gynecol Scand 1999; 181 (2):339-45.

Bishop EH. Pelvic scoring for elective induction. Obstet Gynecol 1964; 24:266-8.

Blanchard K, Clark S, WinikoffB, Gaines G,Kabani G, Shannon C. Misoprostol for Women's Health: a review. Obstet Gynecol 2002; 99:316-32.

Boulvain M, Kelly A, Lohse C, Stan C, lrion O. Mechanical methods for induction of labour (Cochrane Review). Cochrane Database Syst Rev 2001;4 CD001233.

Bugalho A, Bique C, Machungo F, Faaundes A. lnduction of labor with intra vaginal misoprostol in intrauterine fetal death. Am J Obstet Gynecol 1994; 171 :538-41.

Cullen BM, Harkness RD. The effect ofhormones on the physical properties and collagen content of the rat's uterine cervix. J Physiol 1960; 152 :419-36.

Cunninghan FG, MacDonald PC, Gant NF, Leveno KJ, Gilstrap III LC, Hankins GDY, et ai. armai labor and delivery. Parturition. ln: Willians Obstetrics. 21 th ecl. New York: Prentice-Hal l lnternational; 2001.

Ellwood DA, Mitchell MD, Anderson ABM, Turnbull AC. The in vitro production of prostanoids by the human cervix during pregnancy: preliminary observations. Br J Obstet Gynaecol 1980; 83:244-7.

FletcherH, Mitchel S, Simeon D, Frederick J, Brown D. lntravaginal misoprostol as a cervical ripening agent. Br JObstet Gynecol 1993; 100:641-4.

HarknessMLR, HarknessRD. Changes in thephysical properties ofthe cervix ofthe rat during pregnancy. J Physiol 1959; 148:524-47.

Hem WM. Laminaria, induced fetal demise anel misoprostol in late abortion. lnt J Gynecol and Obst 2001; 75:279-86.

Hofmeyr GJ, Gulmezoglu AM, Alfirevic Z. Misoprostol for induction of labour: a systematic review. Br J Obstet Gynaecol 1999; 106(8):798-803.

Kazzi GM, Bottoms SF, Rosen MG. Efficacy anel safety of laminaria digita ta for preinduction ripening of cervix. Obstet Gynecol 1982; 60:440-3.

Mariani Neto C, Leão EJ, Barreto EMCP, Kenj G, Aquino MMA, Tuffi YHB. Uso do misoprostol para indução do parto com feto morto. [Use ofmisoprostol for labor induction in fetal death]. Rev Paul Med 1987; 105:325-8.

Morris ND, McCallum GI, Hammond L. Preoperative cervical dilatation: a triai of laminaria tents and prostaglandin F 2., gel. Aust N Z J Obstet Gynaecol 1986; 26:36-9.

Parpinelli MA, Cecatti JG, Ribeiro ST, Besteti Pires HM, Faúndes A. Uso da laminaria no preparo do colo uterino para indução de parto em gestações com óbito fetal [Laminaria tent for cervical ripening in fetal death]. Rev Bras Ginecol Obstet 1996; 18 (9): 697-702.

Poma PA. Cervical ripening: a review anel recommendations for clinicai practice. J Reprod Med 1999; 44(8):657-68.

Royal Society of Medicine Services. The role of prostaglandins in labour. ln: International Congress and Symposium Series, Number 92. London; 1985.

Tang OS, Schweer H, Seyberth HW, Lee SWH, Ho PC. Pharmacokinetics of different routes of adrninistration ofmisoprostol. Humarn Reprod 2002; 17:332-6.

Wing DA, Ham D, Paul RH. A comparison of orally administered with vaginally administered rnisoprostol for cervical ripening and labor induction. Am J Obstet Gynecol 1999; 180(5): 1155-60.

Wing DA. Labor induction with misoprostol. Am J Obstet Gynecol 1999; 181 (2):339-45.

Wing DA, Rahall A, fones MM, Goodwin TM, Paul RH. Misoprostol: an effective agent for cervical ripening and labor induction. Am J Obstet Gynecol 1995; 172:1811-6.

Zieman M, F ong SK, BenowitzNL, Banskter D, Damey PD. Absorption kinetics ofmisoprostol with oral or vaginal administration. Obstet Gynecol 1997; 90(1 ):88-92.

Downloads

Publicado

2002-04-30

Como Citar

Surita, F. G. de C., Cecatti, J. G., Parpinelli, M. A., & Silva, J. L. P. e. (2002). MISOPROSTOL VERSUS LAMINÁRIA PARA PREPARO CERVICAL EM GESTAÇÕES COM MORTE FETAL . Revista De Ciências Médicas, 11(1). Recuperado de https://seer.sis.puc-campinas.edu.br/cienciasmedicas/article/view/1302

Edição

Seção

Artigos Originais