Padrões de amamentação e fatores que interferem no desmame precoce em mães de primeiro filho

Autores

  • Tânia Mara Cardoso de Oliveira
  • Cecília Santos de Oliveira
  • Felicia Campos Perez
  • Mariana Campanhã
  • Marina Damha Hipólito
  • Tatiane de Lima Fuentes Andrades

Palavras-chave:

Aleitamento materno, desmame, serviços de saúde

Resumo

Objetivo

Estudar as proporções dos padrões de amamentação e fatores associados ao desmame em mães de primeiro filho.

Métodos

Realizou-se estudo transversal no Ambulatório de Puericultura do Hospital e Maternidade Celso Pierro, situado na periferia de Campinas. Foram aplicados, no período de 1/9/2000 a 31/8/2001, 254 questionários a mães de primeiro filho com idade entre 6 e 12 meses, que aguardavam consulta. A análise de sobrevi­vência foi utilizada para calcular a prevalência e duração mediana dos padrões de aleitamento. A razão das prevalências foi utilizada para medir a força das associações, com intervalo de confiança de 95%. A análise de regressão logística foi utilizada para identificar os fatores de risco ao desmame precoce.

Resultados

A mediana do aleitamento materno geral foi de cinco meses, e do exclusivo, de um mês e meio. Obtiveram-se bons índices de aleitamento em geral (98,4%) e exclusivo (91,7%) apenas no primeiro mês de vida, havendo queda abrupta a partir do segundo. No quarto mês de vida encontraram-se apenas 28,7% das mães em aleitamento exclusivo, 50% em predominante e 61,8% em aleitamento geral. Ao final do primeiro ano, apenas 31,8% das mães amamentavam. Os fatores relacionados ao desmame precoce foram: demora no primeiro atendimento, baixa renda familiar, dificuldades na amamentação em casa e trabalho materno.

Conclusão

Os dados obtidos indicaram a necessidade de adoção de medidas que incentivem e promovam o aleitamento materno até dois anos e exclusivo até o sexto mês.

Downloads

Não há dados estatísticos.

Referências

Organização Mundial de Saúde. Indicadores para avaliar as práticas de lactancia materna. Genebra; 1992.

Fundo das Nações Unidas para a Infância. Situação mundial da infância. New York; 1996.

Brasil. Ministério da Saúde. Secretaria de Política de Saúde. Guia alimentar para crianças menores de 2 anos. Brasília: Ministério de Saúde; 2002.

World Health Organization. Collaborative StudyTeam on the Role of Breastfeeding protect against infant and child mortality due to infectious diseases? A pooled analysis of six studies from less developed countries. Lancet. 2000; 355(66):451-5.

Victora CG, Fuchs SC, Kirkwood BR, Lombardi C, Barros FC. Breast-feeding, nutritional status, and other prognostic for dehydration among young children with diarrhea in Brazil. WHO Buli. 1992; 70(7): 467-75.

Cesar JA, Victora CG, Barros FC, Santos IS, Flores JA. lmpact of breast feeding on admission for pneumonia during postneonatal period in Brazil: a cases-contrai study. Br Med J. 1999; 318(11):1316-20.

Duncan B, Ey J, Holberg CJ, Wright AL, Martinez FD, Taussig LM. Exclusive breast-feeding for at least 4 months protects againsts otitis media. Pediatrics. 1993; 91(24):867-72.

Giugliani ERJ. O aleitamento materno na prática clínica. J Pediatr. 2000; 76(Supl 3):S238-52.

Pisacane A, lmpagliazzo N, Russo M, Valiani R, Mandarina A, et ai. Breastfeeding and multiple sclerosis. Br Med J. 1994; 308(83): 1411-2.

O. Koletzko S, Sherman P, Corey M, Griffiths A, Smith C. Role of infant feeding practices in development of Crohn's disease in childhood. Br Med J. 1989; 298(35):1617-8

Virtanen SM, Rasanen L, Ylonen K, Aro A, Calyton D, Langholz B, et ai. Early introducion of dairy products associed with increased risk of IDDM in Finnish Children. Diabetes. 1993; 42(12):1786-90.

Vieira GO, Silva LR, Vieira TO, Almeida JAG, Cabral VA. Hábitos alimentares de crianças menores de 1 ano amamentadas e não-amamentadas. J Pediatr. 2004; 80(5):411-6.

Von Kries R, Koletzko B, Sauerwald T, Von Mutius E. Does breast-feeding protect against childhood obesity? Adv Exp Med Biai. 2000; 478(20):29-39.

Nacro B, Curtis V, Kanki B, Tall F, Traore E, Diallo 1, et ai. Prolonged breastfeeding no association with increased risk of clinicai malnutritionin young children in Brurkina Faso. Buli WHO. 1993; 71(6): 713-22.

Christensson K, Cabrere T, C h ristensson E, Uvnas-Moberg K, Winberg J. Separation distress call in the human neonate in the absence of maternal body contact. Acta Pediatr. 1996; 6(9):468-73.

Correa AMS. Evaluación dei impacto de las actividades de promoción de la lactancia materna: Hospital Guilherme Alvaro. USAID/LAC, 1994.

Giugliani ERJ, lssler RMS, Justo EB, Seffrin CF, Hartmann RM, Carvalho NM. Risk factors for early termination of breast feeding in Brazil. Acta Paediatr Scand. 1992; 81(7):484-7.

Victora CG, Tomasi E, Olinto MTA, Barros FC. Use of pacifiers and breastfeeding duration. Lancet. 1993; 341(7):404-6.

Guerrero ML, Morrow RC, Calva JJ, Ortega-Gallegos H, Weller SC, Ruiz Palacios GM, et ai. Rapid ethnografic assessment of breastfeeding pratices in periurban Mexico City. Buli WHO. 1999; 77(4) 323-30.

Arlotti JP, Cottrell BH, Lee SH, Curtin JJ. Breastfeeding among low-income women with and without peer support. J Comm Health Nurs. 1998;15(3) 163-78

Horta BL, Victora CG, Menezes AM, Barros FC. Environmental tobacco smoke and breastfeeding duration. Am J Epidemiai. 1997; 146(26):128-33.

Losch M, Dungy CI, Russell D, Dusdieker LB. lmpact of attitudes on maternal decisions regarding infant feeding. J Pediatr. 1995; 126(23):507-14.

Pesquisa Nacional sobre Demografia e Saúde (Benfam). Rio de Janeiro: Unicef; 1997.

Formam MR. Review of research on the factors associated with choice and duration of infant feeding in less-developed coutries. Pediatrics. 1984; 74(25):667-94.

Campinas. Secretaria Municipal de Saúde. Morta­ lidade em Campinas. Boletim. 2000; 27(jan./mar): 1-4.

Barros FC, Victora CG. Epideminologia da saúde infantil. 3.ed. São Paulo: Hucitec; 1998.

Caldeira AP, Goulart EMA. A situação do aleitamento materno em Montes Claros, Minas Gerais: estudo de uma amostra representativa. J Pediatr. 2000; 76(1): 65-71.

Claro RM, Buarraj MC, Silva AT, Zoldan CM, Moura EC. Prevalência e duração da amamentação em crianças de O a 2 anos na periferia de Campinas, São Paulo, Brasil, 2001. Rev Ciênc Méd. 2004; 13(4)337-46.

Silveira FJF, Lamounier JA. Prevalência do aleitamento materno e práticas de alimentação complementar em crianças com até 24 meses de idade na região do Alto Jequitinhonha, Minas Gerais. Rev Nutr. 2004; 17(4):437-47.

Pinto LM, Vítolo MR. O impacto das orientações de alta na aquisição de conhecimento pelas puérperas em Alojamento Conjunto. Rev Ciênc Méd-Puccamp. 1996; 5(1):15-20

Rea MF. A amamentação e o uso do leite humano: o que recomenda a Academia Americana de Pediatria. J Pediatr. 1998; 74(4):171-3.

Ramos CV, Almeida JAG. Alegações maternas para o desmame: estudo qualitativo. J Pediatr. 2003; 79(5):385-90.

Possas FVM, Carvalho RVB, Moura EC. Aleitamento materno no centro de saúde escola do Jardim lpaussurama, Campinas, São Paulo, Brasil. Rev Ciênc Méd. 2002; 11(1) 19-25

World Health Organization. Evidence for the ten steps to sucessful breastfeeding. Geneva; 1998.

Downloads

Publicado

2006-02-28

Como Citar

Oliveira, T. M. C. de, Oliveira, C. S. de, Perez, F. C., Campanhã, M., Hipólito, M. D., & Andrades, T. de L. F. (2006). Padrões de amamentação e fatores que interferem no desmame precoce em mães de primeiro filho. Revista De Ciências Médicas, 15(1). Recuperado de https://seer.sis.puc-campinas.edu.br/cienciasmedicas/article/view/1132

Edição

Seção

Artigos Originais