Estudo comparativo dos resultados gestacionais entre dois grupos de gestantes de peso elevado

Autores

  • Renato Passini Jr
  • Belmiro Gançalves Pereira
  • Mary Angela Parpinelli
  • Eliana Amaral
  • Adriana Salzani
  • Giuliane Jesus Lajos
  • José Carlos Gama da Silva

Palavras-chave:

obesidade, complicações na gravidez, resultados perinatais, parto, recem-nascido

Resumo

O objetivo deste trabalho foi comparar condições gestacionais e resultados perinatais entre mulheres obesas admitidas para parto no Centro de Atenção Integral à Saúde da Mulher da Universidade Estadual de Campinas. Utilizou-se o estudo retrospectivo comparando os resultados de 294 mulheres com peso ao final da gravidez maior ou igual a 100 kg, com os de 385 gestantes que pesaram entre 80 e 99 kg. Foram estudadas 27 condições maternas e fetais, analisadas por média, desvio-padrão e testes "t" Student e Qui-quadrado. As mulheres mais obesas foram de maior idade e paridade, com menor taxa de etilismo e apresentaram mais antecedentes mórbidos, elevada prevalência de doenças clínicas (45,2%) e obstétricas (3 7, 8%). Metade destas pacientes ganhou acima de 20 kg e o índice de massa corpórea foi, em média, maior que 40 kg/m2. Estas mulheres tiveram elevada incidência de hipertensão arterial (3 7, 9%), diabetes (10, 0%), infecções (8,2%) e a cesárea foi a forma departo mais frequente (48,3%). Entre as mais obesas, houve, também, maior incidência de prematuros (8,0%) e de depressão neonatal. A média de peso dos recém-nascidos foi 116 g maior e um terço destes foram grandes para a idade gestacional. As mulheres que atingiram os 100 kg ou mais na gestação foram de maior risco e deveriam ser acompanhadas em serviços que permitam oferecer assistência obstétrica, anestésica e neonatal de maior complexidade.

Downloads

Não há dados estatísticos.

Referências

BEATTIE, P .G. et al. Risk factors for wound infection following caesarian section. Aust N Z J Obstet Gynaecol, Melbourne, v.34, n.4, p.398-402, 1994.

GALTIER-DEREURE, F., BOULOT, P. Obstetrical complications ofmaternal overweight. Contracept FertilSex, v.22, n.2,p.113-116, 1994.

GALTIER-DEREURE,F.eta1. before_pregnancy: complications and cost. Int J Obes RelatMetabDis, v. 19, n.7, p.443-448, 1995.

GRIO,R.,PORPIGLIA,M. Obesity: internai medicine, obstetric and gynecological problems related to overweight. Panminerva Med, Torino, v.36, n.3, p.138-141,1994.

HOOD, D. D., DEWAN, D.M. Anestetic and obstetric outcome in morbidly obese parturients. Anesthesiology, Philadelphia, v.79, n.6, p. 1210-1218, 1993.

JOHNSON, S. R. et al. Maternal obesity and pregnancy. Surg Gynaecol Obstet, Chicago, v. 164, n.5,p.431-437, 1987.

KARIM, S.A. et al. Macrossomia: maternal and fetal outcome. Asia Oceania J Obstet Gynaecol, Tokyo,v.20, n.1,p.73-76, 1994.

LUBCHENCO, L.O., Neonatal mortality rate: relationship to birth weight and gestational age.JPediatr, St Louis, v.81 , n.4, p.814-822, 1972.

MAZZAFERRI, E.L. Obesidade. In: MAZZAFERRI, E.L Endocrinologia. Rio de Janeiro : Guanabara Koogan, 1978. 384p.

MESHARI,A.A., DE-SILVA, S., RAHMAN, I. Fetal macrossomia-maternal risks and fetal outcome. Int J Gynaecol Obstet, Limerick, v. 32, n.3, p.215-222, 1990.

NAEF, R.W. et al. Prediction of hemorrhage at cesarean delivery. Obstet Gynaecol, New York, 1994.

NAEYE, R.L. Maternal body weight and pregnancy outcome. Am J Clin Nutr, Bethesda, v.52, n.2, p.273-279, 1990.

NOCON, J.J. et al. Shoulder distocia: na analysis of risks and obstetric maneuvers. Am J Obstet Gynecol, St Louis, v. 168 (6 Pt 1), p. 1732-1737, 1993. (Discussion).

PASSINI Jr, R. Associação entre trabalho materno e resultados gestacionais. Campinas, 1996. 168p. Tese (Doutorado em Tocoginecologia) - Faculdade de Ciéncias Médicas, Universidade Estadual de Campinas, 1996.

PARROT, T. et al. Infection following caesarean section. J Hosp Infect, New York, v.13, n.4, p.349-354, 1989.

PELLE, H. et al. Wound infection after cesarean section. Infect Control, v.7, n.9, p.456-461, 1986.

PERLOW, J.H., MORGAN, M.A. Massive maternal obesity and perioperative cesarean morbidity. Am J Obstet Gynecol, St Louis, v. 170, n.2, p.560-565, 1994.

PONGTHAI, S. Labour and delivery of obese parturients. J Med Assoc Thai, Bangkok, v. 73 (Supplement 1), p.52S-56S, 1990.

PORTO, C.C. et al. Sistema cardiovascular. In: PORTO, C.C. Semiologia médica. 2.ed. Rio de Janeiro: Guanabara Koogan, 1994. 1442p.

RAHMAN, J., NARAYANSINGH, G.V. ROOPNARINESINGH, S. Fetal outcome among obese parturients. Int J Gynaecol Obstet, Limerick, v.31, n.3, p.227-230, 1990.

RANTA, P. et al. The effect of maternal obesity on labour and labour pain. Anaesthesia, London, v.50, n.4,p.322-326, 1995.

ROSSNER, S., OHLIN, A. Maternal body weight and relation to birth weight. Acta Obstet Gynaecol Scand, Stockholm, v.69, n.6, p.475-478, 1990.

ROSSO, P. A new chart to monitor weight gain during pregnancy. Am J Clin Nutr, Bethesda, v.41, n.3, p.644-652, 1985.

SHAW, G.M., VELIE, E.M., SCHAFFER, D. Risk of neural tube defect-affected pregnancies among obese women. JAMA, Chicago, v.275, n. 14, p.1093-1096, 1996.

SZILAGYI, A. et al. Screening for diabetes in obese pregnant women. Orv Hetil, Budapest, v. 131, n.29, p1585-1588, 1990.

TILTON, Z. et al. Complications and outcome of pregnancy in obese women. Nutrition, London, v.5, n.2, p.95-99, 1989.

TOMODA, S. et al. Effects of obesity on pregnant women: maternal hemodynamic change. Am J Perinatol, New York, v. 3, n.2, p.73-78, 1996.

WERLER, M.M. et al. Prepregnant weight in relation to risk of neural tube defects. JAMA, Chicago, 1996.

Downloads

Publicado

1999-12-31

Como Citar

Passini Jr, R., Pereira, B. G., Parpinelli, M. A., Amaral, E., Salzani, A., Lajos, G. J., & Silva, J. C. G. da. (1999). Estudo comparativo dos resultados gestacionais entre dois grupos de gestantes de peso elevado. Revista De Ciências Médicas, 8(3). Recuperado de https://seer.sis.puc-campinas.edu.br/cienciasmedicas/article/view/1341

Edição

Seção

Artigos Originais