Remanescentes ferroviários e sistemas de espaços livres

regeneração de dinâmicas biofísicas e urbanas na paisagem: estudo de caso em Belo Horizonte, Brasil

Autores

DOI:

https://doi.org/10.24220/2318-0919v20e2023a5450

Resumo

O artigo propõe a transformação de espaços remanescentes provenientes da desativação de linhas férreas em espaços livres de uso público inseridos no sistema de espaços livres da cidade. Tem como objetivo demonstrar o papel que esses espaços podem desempenhar como elementos ativos para a regeneração de
dinâmicas biofísicas e urbanas da paisagem de cidades brasileiras. Essa reflexão é materializada em diretrizes
projetuais para um remanescente ferroviário em Belo Horizonte (Minas Gerais). No Brasil, as experiências de reutilização de espaços remanescentes ferroviários e sua conversão em espaços livres públicos partem de um sistema em que espaços livres são incipientes, constituindo-se em um vasto campo a ser pesquisado
a partir do potencial regenerativo desses espaços, em termos biofísicos e urbanos, e da perspectiva
do projeto. As questões teórico-metodológicas levantadas são refletidas em diretrizes projetuais
estratégicas que abrangem: a água e o relevo, a vegetação, as infraestruturas de mobilidade, as dinâmicas de uso e ocupação do solo e a conexão dos espaços livres urbanos, e contribuem com pesquisas e projetos que consideram os espaços livres em sistema como ferramentas essenciais para ativar novas dinâmicas na paisagem, de modo integrado.

Downloads

Não há dados estatísticos.

Biografia do Autor

Raquel Tardin-Coelho, Universidade Federal do Rio de Janeiro | Faculdade de Arquitetura e Urbanismo | Programa de Pós-Graduação em Urbanismo

Architect and Urban Planner, Associate Professor at the Faculty of Architecture and Urbanism at the Federal University of Rio de Janeiro. Works in the Postgraduate Program in Urbanism (PROURB / FAU / UFRJ) – Master's and Doctorate. She conducts research in the field of landscape analysis, ordering and design. It develops research and extension projects that aim to build methodologies and systemic strategies for intervention in the landscape as a basis for plans and projects aimed at sustainable urban development.

Referências

AHERN, J. Greenways as a planning strategy. Landscape and Urban Planning, v. 33, p. 131-155, 1995.

Disponível em: https://www.sciencedirect.com/science/article/abs/pii/016920469502039V. Acesso em: 18 jul. 2020.

BENNE, B.; MANG, P. Working regeneratively across scales: insights from nature applied to the built environment. Journal of Cleaner Production, v. 109, p. 42-52, 2015. Disponível em: https://www.sciencedirect.com/science/article/abs/pii/S095965261500150X. Acesso em: 28 maio 2021.

BENEDICT, M.; MCMAHON, E. Green Infrastructure: linking landscapes and communities. Washington: Island Press, 2006.BORDE, A. Vazios urbanos: perspectivas contemporâneas. 2006. 226 f. Tese (Doutorado em Urbanismo) — Universidade Federal do Rio de Janeiro, Rio de Janeiro, 2006.

BORSAGLI, A. Rios invisíveis da metrópole mineira. Belo Horizonte: Ed. do autor, 2016.

BRASIL. Lei nº11.483 de 31 de maio de 2007. Dispõe sobre a revitalização do setor ferroviário, altera dispositivos da Lei no 10.233, de 5 de junho de 2001, e dá outras providências. Brasília: Diário Oficial da União, 2007.

CAMPOS, H. G. Da inclusão à exclusão social: a trajetória dos trens de subúrbio da região metropolitana de Belo Horizonte (1976-1996). 2002. 342 f. Dissertação (Mestrado em Ciências Sociais) — Pontifícia Universidade Católica de Minas Gerais, Belo Horizonte, 2002.

CORMIER, N.; PELLEGRINO, P. R. Infra-estrutura verde: uma estratégia paisagística para a água urbana. Paisagem Ambiente, n. 25, p.127-142, 2008. Disponível em: https://www.revistas.usp.br/paam/article/view/105962. Acesso em: 28 abr. 2021.

CONSTANTINO, N. R. Rios urbanos no oeste paulista: permanências nas cidades. In: PEIXOTO, E. et al. (org.). Tempos e escalas da cidade e do urbanismo. Brasília: Anais do XIII Seminário de História da Cidade e do Urbanismo, 2014.

CORNER, J. Foreword. In: CZERNIAK, J.; HARGRAVES, G. (ed.). Large Parks. New York: Princeton Architectural Press, 2007. p. 11-14.

FALCÓN, A. Espacios verdes para una ciudad sostenible: planificación, proyecto, mantenimiento y gestión. Barcelona: Editora Gustavo Gili, 2007.

FORMAN, R.T. Land Mosaics: the ecology of landscape and regions. Cambridge: Cambridge University Press, 1995.

HOUGH, M. Cities and natural process. Londres e Nova York: Routlegde, 1995.

JACOBS, J. Morte e vida de grandes cidades. 3. ed. São Paulo: Martins Fontes, 2014.

LYNCH, K. The openness of open space [1965]. In: BANERJEE, T.; SOUTHWORTH, M. (ed.). City sense and city design: writings and projects of Kevin Lynch. Cambridge: The MIT Press, 1996. p. 396-412.

MAGNOLI, M. M. Espaços livres e urbanização: uma introdução a aspectos da paisagem metropolitana. 1982. 116 f. Tese (Livre-docência em Arquitetura e Urbanismo) — Universidade de São Paulo, São Paulo, 1982.

MANG, P.; REED, B. Designing from place: a regenerative framework and methodology. Building Research & Information, v. 40, n. 1, p. 23-38, 2012. Disponível em: https://www.tandfonline.com/doi/abs/10.1080/09613218.2012.621341. Acesso em: 29 maio 2021.

MATOS, R. S. A reinvenção da multifuncionalidade da paisagem em espaço urbano: reflexões. 2010. 372 f. Tese (Doutorado em Artes e Técnicas da Paisagem) — Universidade de Évora, Évora, 2010.

MEDEIROS, I. H.; MAGALHÃES, A. P. M. Resignificação de rios urbanos em grandes metrópoles: limites entre o ideal e o possível. In: SIMPÓSIO BRASILEIRO DE GEOGRAFIA FÍSICA APLICADA, 13., 2009, Viçosa. Anais [...]. Viçosa: Universidade Federal de Viçosa, 2009. p. 1-8.

OLIVEIRA, A. M. O verde na cidade: uma aproximação ao planejamento da rede de espaços verdes de Belo Horizonte, Brasil. 2010. 84 f. Dissertação (Mestrado em Geografia e História) — Universitat de Barcelona, Barcelona, 2010.

OLIVEIRA, L.M. Ferrovia-parque: possibilidades para paisagens das cidades do Triângulo Mineiro. 2020. 194 f. Tese (Doutorado em Arquitetura e Urbanismo) — Universidade de São Paulo, São Paulo, 2020.

OLIVEIRA, E. R. Memória ferroviária e cultura do trabalho: balanços teóricos e metodológicos de registro de bens ferroviários numa perspectiva multidisciplinar. São Paulo: Cultura Acadêmica, 2019.

PARKER, J.; ZINGONI DE BARO, M. E. Green infrastructure in the urban environment: a systematic quantitative review. Sustainability, v. 11, n. 11, 31820, p. 1-20, 2019. Disponível em: https://www.mdpi.com/2071-1050/11/11/3182. Acesso em: 24 abr. 2021.

PERPÉTUO, M. O.; TARDIN-COELHO, R. De espaço residual a espaço livre público: potencial das linhas férreas desativadas como indutoras de novas dinâmicas ambientais e urbanas na paisagem. In: CONGRESSO LUSO-BRASILEIRO PARA O PLANEJAMENTO URBANO, REGIONAL, INTEGRADO E SUSTENTÁVEL PLURIS, 9, 2021, Bauru. Anais Digitais [...]. Bauru: Universidade Estadual Paulista Júlio de Mesquita Filho, 2021. p. 33. Disponível em: https://pluris2020.faac.unesp.br/Paper1091.pdf. Acesso em: 24 jun. 2021.

PREFEITURA MUNICIPAL DE BELO HORIZONTE. Consolidação do diagnóstico das enchentes das Bacias do Córrego Cachoeirinha e dos Ribeirões Pampulha e da Onça. Belo Horizonte: Superintendência de Desenvolvimento da Capital, 2011. PREFEITURA MUNICIPAL DE BELO HORIZONTE. Diagnóstico técnico e Memorial Descritivo Parque do Onça. Belo Horizonte: Secretaria de Planejamento Urbano, 2015.

QUEIROGA, E. Do vazio ao espaço público: requalificando paisagens, reestruturando territórios. Paisagem Ambiente: Ensaios, n. 28, p. 21-40, 2010. Disponível em: https://www.revistas.usp.br/ paam/article/view/77381. Acesso em: 16 maio 2021.

SANCHES, P. M.; PELLEGRINO, P. R. Greening potential of derelict and vacant lands in urban areas. Urban Forestry & Urban Greening, v. 19, p. 128-139, 2016. Disponível em: https://www.sciencedirect.com/science/article/abs/pii/S1618866715300935. Acesso em: 16 maio 2021.

SCHICCHI, S. et al. Território e cidade: novas problemáticas para a gestão do patrimônio cultural e industrial. In: OLIVEIRA, E. (org.). Memória ferroviária e cultura do trabalho: balanços teóricos e metodológicos de registro de bens ferroviários numa perspectiva multidisciplinar. São Paulo: Cultura Acadêmica, 2019. p. 333-366.

TARDIN, R. Espaços livres: sistema e projeto territorial. Rio de Janeiro: 7Letras, 2008.

THOMPSON, C. W. Urban open space in the 21st century. Landscape and Urban Planning, v. 60, p. 59-7, 2002. Disponível em: https://citeseerx.ist.psu.edu/viewdoc/download?doi=10.1.1.463.2355&rep=rep1&type=pdf. Acesso em: 9 abr. 2021.

VERÓL, A. et al. River Restoration integrated with sustainable urban water management for resilient cities. Sustainability, v. 12, n. 11, p. 2-36, 2020. Disponível em: https://www.mdpi.com/2071-1050/12/11/4677. Acesso em: 6 abr. 2021.

TREDICI, P. D. Spontaneous urban vegetation: reflections of change in a globalized world. Nature and Culture, v. 5, n. 3, p. 299-315, 2010. Disponível em: https://www.researchgate.net/publication/228388746_Spontaneous_Urban_Vegetation_Reflections_of_Change_in_a_

Globalized_World. Acesso em: 23 maio 2021.

VICHIATO, M. R.; VICHIATO, M. Flora ruderal da cidade de Belo Horizonte. Revista Tecnologia & Ciência Agropecuária, v. 10, n. 5, p. 7-15, 2016. Disponível em: https://revistatca.pb.gov.br/edicoes/volume-10-2016/v-10-n-5-julho-2016/tca10502.pdf. Acesso em: 16 maio 2021.

WOOLLEY, H. Urban Open Spaces. Londres: Spon Press, 2003.

Downloads

Publicado

2023-05-12

Como Citar

Perpétuo, M. de O., & Tardin-Coelho, R. H. (2023). Remanescentes ferroviários e sistemas de espaços livres: regeneração de dinâmicas biofísicas e urbanas na paisagem: estudo de caso em Belo Horizonte, Brasil. Oculum Ensaios, 20, 1–21. https://doi.org/10.24220/2318-0919v20e2023a5450

Edição

Seção

Artigos de Pesquisa