Considerações sobre “A Formação do Espírito Científico” para o Século XXI | Considerations on "The Formation of the Scientific Mind" for the 21st Century

Autores

DOI:

https://doi.org/10.24220/2318-0919v17e2020a4692

Palavras-chave:

Ciência. Formação científica. Gaston Bachelard. Imaginação. Imaginário.

Resumo

 No final da segunda década do século XXI, o “espí­rito científico” se vê mais uma vez atacado por uma onda anticientificista global com interferências especialmente graves no Brasil. Esse contexto prova a sobrevivência e a sedução contínua de concepções pré-científicas no imaginário contemporâneo. Torna-se novamente necessário revisitar os esforços de revisão dos fundamentos da ciência empreendi­dos pelo filósofo francês Gaston Bachelard (1884- 1962) no final dos anos 1930, quando a Europa vivenciava um período sombrio de guerras e apolo­gia ao obscurantismo, à violência, à intolerância e ao extermínio. Reconhecer e defender os fundamentos da “formação do espírito científico” em tempos tão adversos certamente exige a reiteração dos valores históricos do diálogo, da experiência sensível, da experimentação criteriosa, do compartilhamento de protocolos, da exposição pública à crítica e do debate. Entretanto, uma “psicanálise do conhe­cimento objetivo” deve ir além e promover uma investigação epistemológica incisiva que reconheça falseamentos, distorções e obstáculos à formação de um novo espírito científico. Essa “psicanálise” poderia contribuir para revigorar e reposicionar os entendimentos e as práticas científicas em uma nova condição dialética, crítica e consciente da mobilidade das imagens e das dinâmicas do imaginário que não atuam em outro âmbito senão naquele da política, da estética e da ética.

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Biografia do Autor

Artur Simões Rozestraten, UNIVERSIDADE DE SÃO PAULO FACULDADE DE ARQUITETURA E URBANISMO DEPARTAMENTO DE TECNOLOGIA

Pós-doutorando junto ao Centre Max Weber, Université de Lyon, França como BPE/FAPESP entre julho de 2019 e fins de junho de 2020. Livre-docente na área de conhecimento de Representação do Projeto de Arquitetura e Urbanismo (2017), Doutor em Estruturas Ambientais Urbanas pela Faculdade de Arquitetura e Urbanismo da Universidade de São Paulo (2007). Arquiteto e Urbanista graduado na FAUUSP (1995). Professor associado à FAUUSP no grupo de disciplinas de Metodologia na graduação e na área de Representações e Processos de Produção na pós-graduação. Atualmente preside a Comissão de Pesquisa da FAUUSP (dez. 2018); coordena o RELAB - Laboratório de Representações da FAUUSP; é pesquisador associado ao INCT Internet do Futuro para Cidades Inteligentes; coordenador do Grupo de Pesquisa CNPq "Representações: Imaginário e Tecnologia" (RITe) (2013), vinculado ao Centre de Recherches Internationales sur l'Imaginaire CRI2i (2015); e coordenador do acervo do Atelier de Escultura e Pesquisa da Forma, Caetano Fraccaroli (entre junho de 2016 e junho de 2019). Desde 2008 coordena o projeto Arquigrafia (Programa eScience FAPESP). Tem experiência profissional na área de projeto e gerenciamento de obras atuando como pesquisador nos seguintes temas: representação e imaginário da arquitetura, maquetes e modelagem tridimensional, processos projetuais, história do projeto e da tecnologia da arquitetura.

Referências

BACHELARD, G. La formation de l’esprit scientifique: contribution à une psychanalyse de la connaissance objective. Paris: J. Vrin, 1967. p. 27-273.

DURAND, G. As estruturas antropológicas do imaginário: introdução à arquetipologia geral. São Paulo: Martins Fontes, 2002. p. 54.

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Publicado

2020-09-29

Como Citar

Rozestraten, A. S. (2020). Considerações sobre “A Formação do Espírito Científico” para o Século XXI | Considerations on "The Formation of the Scientific Mind" for the 21st Century. Oculum Ensaios, 17, 1–19. https://doi.org/10.24220/2318-0919v17e2020a4692

Edição

Seção

Artigos Curtos