Feira das pulgas na contemporaneidade: cartografia nas cidades de Buenos Aires, Montevidéu e Curitiba | Flea markets in contemporary: cartography in the cities of Buenos Aires, Montevidéu and Curitiba
DOI:
https://doi.org/10.24220/2318-0919v17e2020a4370Palavras-chave:
Cartografia. Feira. Filosofia da diferença. Urbanismo contemporâneo.Resumo
As feiras na contemporaneidade transcorrem caminhos múltiplos e mutáveis através da reunião de cores, sabores, cheiros e sociabilidades. As feiras das pulgas, que serão abordadas neste artigo, compõem este cenário, posto que promovem a troca de culturas, memórias, histórias. Com o intuito de mapear a inserção das feiras das pulgas no espaço público, visando descobrir como elas modificam e/ ou interferem no espaço da cidade e no cotidiano das pessoas, a presente pesquisa desenvolve-se através do processo de cartografia/corpografia, A partir das viagens para as feiras de San Telmo (Buenos Aires), Tristan Narvaja (Montevidéu) e Feira do Largo da Ordem (Curitiba), foi possível estabelecer encontros potentes entre o corpo que pesquisa e outros corpos que constituem a cidade. A cartografia das feiras das pulgas, junto às teorias do urbanismo contemporâneo e da filosofia da diferença, resultou nos agenciamentos de hospitalidade + hostilidade e estrutura + ruptura. Não capturadas pelos poderes hegemônicos, as feiras das pulgas resistem, tornam a cidade mais humana, viva e sensível. Como resultado, notou-se que mapear essas intensidades a partir de uma experiência corpográfica permitiu explorar essa essência em constante movimento.
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