Infraestrutura na construção do território nacional, décadas de 1930 a 1970: arquitetura, urbanismo e as redes | Infrastructure building the national territory,1930s to 1970s: architecture, urbanism and networks
DOI:
https://doi.org/10.24220/2318-0919v17e2020a4319Palavras-chave:
Arquitetura, Infraestrutura, Rede, UrbanismoResumo
O propósito deste artigo é problematizar o lugar da infraestrutura na construção das cidades brasileiras no período entre as décadas de 1930 e 1970 por meio da análise das obras de arquitetura e urbanismo que efetivaram investimentos na provisão infraestrutural. Parte-se dos conceitos de rede e tecnoburocracia para compreender como o território se constitui quando a infraestrutura torna-se estratégia das políticas públicas. O objeto dessa análise é a relação entre o planejamento e o processo de urbanização que se dá pela materialização das ações planejadoras, e o método apoia-se na compreensão da história urbana de Bernard Lepetit pelo reconhecimento da formação de sistemas em diferentes escalas. As conclusões demonstram que a apropriação dos padrões técnicos de infraestrutura pelas decisões políticas, entre as décadas de 1930 e 1970, resultou na configuração urbana e regional do espaço brasileiro pela constituição de redes de cidades, de equipamentos, de serviços e de moradias, mas também pela sua concentração desigual e setorizada no território ao transformar a infraestrutura em estratégia de desenvolvimento econômico.
Downloads
Referências
ANDRADE, C. R. M. A peste e o plano: o urbanismo sanitarista do engenheiro Saturnino de Brito. 1992. Tese. (Mestrado em Arquitetura e Urbanismo) — Universidade de São Paulo, São Paulo, 1992.
BENEDETT, J. K. José Geraldo da Cunha Camargo: o urbanismo na Ditadura. 2018. 136 f. Dissertação (Mestrado em Arquitetura e Urbanismo) — Universidade Federal de Maringá, Maringá, 2018.
BRAGA, M. L. A. Infra-estrutura e projeto urbano. 2006. 202 f. Tese (Doutorado em Arquitetura e Urbanismo) — Universidade de São Paulo, São Paulo, 2006.
BRASIL. Ministério da Agricultura. Urbanismo Rural. Brasília: Gráfica Gutenberg Ltda., 1973.
BRASIL. Ministério do Planejamento e Coordenação Econômica. Programa de Ação Econômica do Govêrno – 1964-1966: síntese. Brasília: Ministério do Planejamento e Coordenação Econômica,
(Documento EPEA, n. 1).
BRASIL. Ministério do Planejamento e Coordenação Econômica. Plano Decenal de Desenvolvimento Econômico e Social. Rio de Janeiro: Serviço Gráfico do IBGE, 1967a. tomo I, III, VI, VII.
BRASIL. Ministério do Planejamento e Coordenação Geral. Diretrizes de Govêrno: Programa Estratégico de Desenvolvimento. Brasília: Ministério do Planejamento e Coordenação Geral, 1967b.
BRASIL. Ministério do Planejamento, Orçamento e Gestão. IBGE. Regiões de influência das cidades. Rio de Janeiro: IBGE, 2008.
BRASIL. Presidência da República. Plano Salte: relatório e contas da administração geral (1949-1951). Rio de Janeiro: Departamento de Imprensa Nacional, 1953.
BRASIL. Presidência da República. Plano Trienal de Desenvolvimento Econômico e Social: 1963-1965 (Síntese). Brasília: Departamento de Imprensa Nacional, 1963.
BRASIL. Presidência da República. Metas e bases para ação de governo. [S.l.: s.n.], 1971a.
BRASIL. República Federativa do Brasil. I PND: Plano Nacional de Desenvolvimento (1972-1974). Rio de Janeiro: IBGE, 1971b.
BRASIL. República Federativa do Brasil. II PND: Plano Nacional de Desenvolvimento (1975-1979). Rio de Janeiro: IBGE, 1975.
BRASIL. República Federativa do Brasil. Ministério dos Transportes. Plano Nacional de Viação: Sistema Rodoviário Nacional. Brasília: Departamento Nacional de Estradas de Rodagem, 1977.
BRUAND, Y. Arquitetura Contemporânea no Brasil. 2. ed. São Paulo: Perspectiva, 1991.
CARDOSO, A. C. D.; LIMA, J. J. F. A influência do governo federal sobre cidades na Amazônia: os casos de Marabá e Medicilândia. Novos Cadernos NAEA, v. 12, n. 1, p. 161-192, 2009.
CONDURU, R. Tropical tectonics. In: ANDREOLI, E.; FORTY, A. (org.). Brazil´s modern architecture. London: Phaidon Press Limited, 2010. p. 56-105.
DEPARTAMENTO NACIONAL DE ESTRADAS DE RODAGEM. Plano Rodoviário Nacional. Organizado pela Comissão designada pela Portaria n. 168 de 19 de fevereiro de 1942, Decreto nº. 15.093 de 20 de março de 1944. Rio de Janeiro: Presidência da República, 1944.
FRAGELLI, M. A. Marcello Fragelli: quarenta anos de prancheta. São Paulo: Romano Guerra Editora,2010.
GOBBO, S. C. O. Aplicação da teoria de redes no contexto de uma rede de médicos com vínculos profissionais em unidades de saúde públicas e privadas. 2016. 193 f. Tese (Doutorado em Arquitetura e Urbanismo) — Universidade de São Paulo, São Carlos, 2016.
IANNI, O. Estado e Planejamento Econômico no Brasil. Rio de Janeiro: Editora Civilização Brasileira. 1971.
INSTITUTO DE PESQUISA ECONÔMICA APLICADA. Taxa de câmbio comercial para venda. Brasília: IPEA, 2018. Disponível em: http://www.ipeadata.gov.br/ExibeSerie.aspx?serid=31924&module=
M&chart=ChartsImage40417902344583176. Acesso em: 2 dez. 2018.
LAFER, C. JK e o Programa de Metas (1956-61): processo de planejamento e sistema político no Brasil. Rio de Janeiro: Editora FGV, 2002.
LEME, M. C. S. (coord.). Urbanismo no Brasil: 1895-1965. São Paulo: Studio Nobel, 1999.
LEPETIT, B. Por uma nova história urbana. 2. ed. São Paulo: EdUSP, 2016.
MARICATO, E. As ideias fora do lugar e o lugar fora das ideias. In: ARANTES, O.; VAINER, C.; MARICATO, E. A cidade do pensamento único: desmanchando consensos. 5. ed. Petrópolis: Vozes, 2009. p. 121-192.
PORTO, R. M. Hidráulica básica. 3. ed. São Carlos: EESC-USP, 2004.
REGO, R. L. A integração cidade-campo como esquema de colonização e criação de cidades novas: do norte paranaense à Amazônia Legal. Revista Brasileira de Estudos Urbanos e Regionais, v. 17, n. 1, p. 89-103, 2015.
REIS FILHO, N. G. Dois séculos de projetos no estado de São Paulo: grandes obras e urbanização. São Paulo: EdUSP, 2010. v. 1.
SAKAGUCHI, M. A. O espaço das infra-estruturas: da cidade bela à cidade eficiente. 2005. 152 f. Tese (Doutorado Arquitetura e Urbanismo) — Universidade de São Paulo, São Paulo, 2005. f. 101.
SANTOS, M. A Natureza do espaço: Técnica e tempo, razão e emoção. 4. ed. São Paulo: EdUSP, 2014. (Coleção Milton Santos, v. 1).
SEGAWA, H. Arquiteturas no Brasil 1900-1990. São Paulo: EdUSP, 1997. (Acadêmica, v. 21).
SILVA, R. T. Villes, infrastructures et changements environnementaux: questions emergentes à partir de l´analyse de São Paulo. In: PMG ATELIER SÃO PAULO: SÉMINAIRE DE TRAVAIL. BLOCAGES DES MOBILITÉS, DES SERVICES ET DE L’URBANISATION À SÃO PAULO: ALTERNATIVES D’UNE
MÉGAPOLE, 2008, Paris. Anais [...]. Paris: L´Ecole des Hautes Etudes en Sciences Sociales, 2008.
SILVESTRE, P. Hidráulica geral. Rio de Janeiro: Livros Técnicos e Científicos, 1979.
SPOSITO, E. S. Redes e cidades. São Paulo: Unesp, 2008.
TAVARES, J. Planejamento regional no Estado de São Paulo: polos, eixos e a região dos vetores produtivos. São Paulo: Annablume, 2018.
TREVISAN, R. Cidades Novas. 2009. 310 f. Tese (Doutorado em Arquitetura e Urbanismo) — Universidade de Brasília, Brasília, 2009.
VILLAÇA, F. Espaço intra-urbano no Brasil. São Paulo: Studio Nobel, 2001.