Plano de ação (page), e a arquitetura moderna | Action plan (page) and modern architecture

Autores

DOI:

https://doi.org/10.24220/2318-0919v17e2020a4127

Palavras-chave:

Arquitetura moderna. Diversidade arquitetônica. Plano de ação.

Resumo

 

 A implementação do Plano de Ação na gestão do governador Carvalho Pinto no Estado de São Paulo (1959-1963) teve um impacto profundo na administração pública e na difusão e afirmação da arquitetura moderna em todo o Estado, sobretudo no interior, com a produção de mais de mil equipa­mentos públicos. Até o Plano, as obras públicas na sua imensa maioria eram projetadas pelo Departa­mento de Obras Públicas com uma arquitetura de extração eclética, neocolonial ou ainda possuíam uma linguagem corrente de difícil definição. As obras do Plano de Ação implantadas em um momento no qual a Arquitetura Moderna já gozava de ampla aceitação e há um ano da inauguração de Brasília, além de ali­nharem a produção estatal paulista com a produção arquitetônica em geral, não se restringiram a replicar soluções consagradas e existentes. A especulação arquitetônica propiciada e estimulada pelo Plano de Ação deu vazão a um conjunto de concepções que renovaram a proposição da dimensão pública dos equipamentos por meio de uma pluralidade arquite­tônica substantiva. Essa produção colocou em relevo a dimensão social da própria arquitetura moderna, e foi o terreno no qual se constituiu a corrente que veio a ser conhecida como Escola Paulista, uma das expressões da pluralidade arquitetônica desenvolvida

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Biografia do Autor

Miguel Antonio Buzzar, Universidade de São Paulo

Instituto de Arquitetura e Urbanismo | Programa de Pós-Graduação em Arquitetura e Urbanismo.

Maria Tereza Regina Leme de Barros Cordido, Instituto de Arquitetura e Urbanismo da Universidade de São Paulo

Instituto de Arquitetura e Urbanismo | Programa de Pós-Graduação em Arquitetura e Urbanismo.

Referências

Artigo elaborado a partir da pesquisa intitulada “Difusão da Arquitetura Moderna no Brasil: o patrimônio arquitetônico criado pelo Plano de Ação do Governo Carvalho Pinto (1959-1963)”. Universidade de São Paulo, 2015.

Apoio: Fundação de Amparo à Pesquisa (Processo nº2011/51108-0, 2012/2014).

Instituído pelo governo de Eurico Gaspar Dutra [1946-1951], o Plano SALTE, composto pelas iniciais de Saúde, Alimentação, Transporte e Energia, tinha como objetivo melhorar o desenvolvimento desses setores. O Plano de Metas tinha como objetivo dar sustentação ao programa de governo desenvolvimentista de Juscelino Kubitschek (1956-1961). Era constituído por 30 metas”, divididas em: Setores da Energia (1 a 5), Setores do Transporte (6 a 12), Setores da Alimentação (13 a 18), Setor da Indústria de Base (19 a 29), Setor da Educação (30). Brasília representava a Meta síntese do plano.

O FECE e o FCCUASO foram estruturados através da Lei Estadual nº5.444, de 17.11.1959 (SÃO PAULO, 1959b), bem como a criação da Universidade de Campinas através da Lei Estadual nº7.655 em 28.12.1962, sendo que sua instalação ocorreu somente em 1966 (SÃO PAULO, 1962c). O FECE, depois CONESP, hoje é a Fundação para o Desenvolvimento Escolar (FDE) e o FCCUASO deu origem à atual Superintendência de Espaço Físico da USP.

Ver Barros (1974); de forma mais específica Tolentino (2011) apresenta e discute a política agrícola do PAGE e de forma breve, Kugelmas (1985) também o faz.

Para teses e dissertações sobre a temática, ver Cordido (2007), Alves (2008) e Lima (2013). Para artigos em eventos acadêmicos e publicações, ver Buzzar (2007); Buzzar, Simoni e Cordido (2008, 2014), Buzzar, Cordido e Simoni (2015), Buzzar et al. (2016a), Buzzar, Cordido e Camargo (2016).

Entrevista cedida ao Projeto Difusão da Arquitetura Moderna no Brasil: o patrimônio arquitetônico criado pelo Plano de Ação do Governo Carvalho Pinto (1959-1963) em maio de 2007. Ver: Buzzar, Cordido e Camargo (2015).

Atualmente o Fundo Agropecuário foi transformado no Fundo de Expansão do Agronegócio Paulista. Os demais fundos foram, pode-se dizer, nacionalizados como ações do BNDES.

Obras projetadas pelo PAGE na Cidade Universitária/USP: Setor residencial por Eduardo Knesse de Mello e Joel Ramalho; Área esportiva por Ícaro de Castro Mello e Alfredo Paesani; Centro de Convivência por Nestor Lindenberg (parcialmente implantado); Centro Cultural por Oswaldo Arthur Bratke (não implantado – n.i.); Centro Social por Rino Levi (n.i.); Centro Social do setor tecnológico por Oswaldo Correa Gonçalves, Abrahão Sanovicz e Júlio Katinsky; Instituto de Eletrotécnica por Fábio Penteado, José Ribeiro e Stipan Milicic; Departamento de Eletricidade por Zenon Lotufo e Ubirajara Ribeiro; Departamento de Mecânica por Ariaki Kato e Ernesto C. Mange; Departamento de Metalurgia por Oswaldo Bratke; Departamento de Geologia e Minas por Oswaldo Bratke; Laboratório de Hidráulica - Ariosto Mila e João Cacciola; Setor de Física por Oswaldo Correa Gonçalves, João Clodomiro B. de Abreu, Ubirajara Giglioli, Renato Luiz Martins Nunes e Gesel Himmelstein; Setor Biológico e Instituto Butantã por Jorge Wilheim; Julio José Franco Neves, Luis Carlos Anthony, Maurício Tuck Schneider; Rodolpho Ortenblad Filho, Rubens Carneiro Viana, Mário Rosa Soares e Rogelio Gutierrez; Setor de Químicas por Alberto Daniel; Setor de Ciências Políticas Sociais e Humanas - Departamento de Letras por Carlos Millan (n.i.); Departamento de História e Geografia por Eduardo Corona; Departamento de Geologia, Paleontologia, Minerologia e Petrologia: Pedro Paulo de Mello Saraiva; Departamento de Sociologia, Antropologia, Economia Política e História das Doutrina: Paulo Mendes da Rocha; Departamento de Matemática e Estatística (n.i.): Joaquim Guedes (n.i.); Faculdade de Arquitetura: João Vilanova Artigas e Carlos Cascaldi.

Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado de São Paulo foi criada em 1960 (SÃO PAULO, 1960) pela Lei Orgânica nº5.918, de 18.10.1960, começando a funcionar em 1962 com o Decreto nº40.132, de 23.05.1962 (SÃO PAULO, 1962b).

Comissão Econômica para a América Latina (CEPAL) criada em 1948 pelo Organização das Nações Unidas (ONU), tendo como objetivo o desenvolvimento econômico da América Latina. A partir de 1984 passou a se chamar Comissão Econômica para a América Latina e o Caribe.

Diogo A. Nunes Gaspar, economista Secretário Executivo do GP.

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Publicado

2020-06-01

Como Citar

Buzzar, M. A., & Cordido, M. T. R. L. de B. (2020). Plano de ação (page), e a arquitetura moderna | Action plan (page) and modern architecture. Oculum Ensaios, 17, 1–18. https://doi.org/10.24220/2318-0919v17e2020a4127

Edição

Seção

Artigos de Pesquisa