Caminhos para a mobilidade e acessibilidade urbana
desafios e percepções da Terceira Idade na cidade de Pelotas (Rio Grande do Sul)
DOI:
https://doi.org/10.24220/2318-0919v22e2025a12958Palavras-chave:
Cidade, Desenho urbano, Envelhecimento saudável, Planejamento urbanoResumo
Este estudo analisa a mobilidade e a acessibilidade urbana a partir da percepção de pessoas com 60 anos ou mais na cidade de Pelotas (RS), localizada no sul do Brasil. O objetivo é identificar os desafios que essas pessoas enfrentam cotidianamente ao se deslocarem e acessarem serviços, amenidades, espaços de lazer e de moradia em áreas urbanas caracterizadas por diferentes condições socioeconômicas. A coleta de dados partiu da aplicação de dois métodos qualitativos: o Mapeamento Participativo e o World Café. A metodologia buscou por meio de uma abordagem participativa potencializar a voz dos moradores e entender quais aspectos devem
ser prioritariamente considerados para planejar comunidades amigas do envelhecimento, ou seja, que forneçam todo suporte necessário para um envelhecimento saudável com acesso a apoios e possibilidades de deslocamento seguro. Dados coletados em três comunidades são apresentados neste artigo: a área Central, representando uma renda econômica mais alta, um recorte do bairro Fragata, representando uma renda média, e o loteamento Navegantes, representando uma renda mais baixa. Os dados coletados e analisados fazem parte de um projeto internacional de pesquisa denominado “Place-Making with Older People: Towards Age Friendly Communities”, realizado de 2016 a 2021 e financiado pela agência britânica ESRC. Os resultados destacaram questões fundamentais como segurança e caminhabilidade, indicando que a possibilidade de se manter ativo na vizinhança está diretamente ligada à percepção de segurança no deslocamento. Espera-se que as discussões apresentadas possam contribuir para pesquisas na área de políticas públicas de planejamento e desenho urbano para a terceira idade.
Downloads
Referências
Anderson, S. et al. Participatory resource mapping. International Institute for Environment and Development, 2017. Disponível em: https://www.iied.org/sites/default/files/pdfs/migrate/17401IIED.pdf. Acesso em: 5 maio 2024.
Araújo, F. E.; Anjos, R. S.; Rocha-Filho, G. B. Mapeamento participativo: conceitos, métodos e aplicações. Boletim de Geografia, v. 35, n. 2, p. 128-140, 2017. Doi: http://dx.doi.org/10.4025/bolgeogr.v35i2.31673.
Bezerra, F. C.; Almeida, M. I.; Nobrega-Therrien, S. M. Estudos sobre evelhecimento no Brasil: Revisão Bibliográfica. Revista Brasileira de Gereatria e Gereontologia, v. 15, n. 1, p. 155-167, 2012. Doi: https://doi.org/10.1590/S1809-98232012000100017.
Brown, J.; Isaacs, D. The World Café: living knowledge through conversations that matter. The Systems Thinker, v. 12, n. 5, p. 1-5, 2001. Disponível em: https://thesystemsthinker.com/the-world-cafe-living-knowledgethrough-conversations-that-matter/. Acesso em: 5 maio 2024.
Buffel, T.; Phillipson, C.; Scharf, T. Ageing in urban environments: Developing ‘age-friendly’ cities. Critical Social Policy, v. 38, n. 3, p. 493-513, 2018. Doi: https://doi.org/10.1177/0261018311430457.
Buffel, T.; et al. Theorising the Relationship between Older People and their Immediate Social Living Environment. International Journal of Lifelong Education, v. 30, n. 1, p. 13-32, 2012. Doi: http://dx.doi.org/10.1080/02601370.2012.636577.
Brasil. Lei nº 10.098, de 19 de dezembro de 2000. Estabelece normas gerais e critérios básicos para a promoção da acessibilidade das pessoas portadoras de deficiência ou com mobilidade reduzida, e dá outras providências. Diário Oficial da União: seção 1, Brasília, DF, 20 dez. 2000.
Brasil. Ministério das Cidades. Política Nacional de Mobilidade Urbana Sustentável. Cadernos MCidades, n. 6, 2004.
Brasil. Lei nº 12.587, de 3 de janeiro de 2012. Institui as diretrizes da Política Nacional de Mobilidade Urbana; revoga dispositivos dos Decretos-Lei n. 3.194, de 24 de janeiro de 1941, e 3.198, de 27 de fevereiro de 1941, e dá outras providências. Diário Oficial da União: seção 1, Brasília, DF, 4 jan. 2012.
Comissão Econômica para a América Latina. Panorama social da América Latina 2011. Santiago: CEPAL, 2011. Cochrane, L.; Corbett, J. Participatory Mapping. In: Servaes, J. (ed.). Handbook of Communication for Development and Social Change. Cham: Springer, 2018. p. 375-395. Doi: http://dx.doi.org/10.1007/978-981-10-7035-8_6-1.
Cox, K. R. Man, Location and Behavior: an introduction to human geography. New York: Wiley, 1972.
Emmel, N. P. Participatory Mapping: An innovative sociological method. Toolkit #03. Real Life Methods. ESRC National Centre for Research Methods, 2008. Disponível em: https://eprints.ncrm.ac.uk/id/eprint/540/2/2008-07-toolkit-participatory-map.pdf. Acesso em: 5 maio 2024.
Finkelstein, J. Diagrama da hierarquia das necessidades de Maslow. Wikipedia, 2007. Disponível em: https://en.wikipedia.org/wiki/Image:Maslow%27s_hierarchy_of_needs.svg. Acesso em: 19 maio 2024.
Fouché, C.; Light, G. An invitation to dialogue: ‘The World Café’ in social work research. Qualitative Social Work, v. 10, n. 1, p. 28-48, 2011. Doi: http://dx.doi.org/10.1177/1473325010376016.
Gutiérrez, A. Movilidad o inmovilidad: ¿qué es la movilidad? Aprendiendo a delimitar los deseos. XV CLATPU, Buenos Aires, 2012. Disponível em: https://ingenieria.uncuyo.edu.ar/catedras/movilidad-o-inmovilidad-quees-la-movilidad-aprendiendo-a-delimitar-los-deseos.pdf. Acesso em: 5 maio 2024.
Herbolsheimer, F. et al. Relationship between social isolation and indoor and outdoor physical activity in community-dwelling older adults in Germany: Findings from the ActiFE study. Journal of Aging and Physical Activity, v. 25, n. 3, p. 387-394, 2017. Doi: https://dx.doi.org/10.1123/japa.2016%2D0060.
Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística. Pesquisa nacional por amostra de domicílios contínua: características gerais dos domicílios e dos moradores 2021. Rio de Janeiro: IBGE, 2021.
Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística. Síntese de indicadores sociais: uma análise das condições de vida da população brasileira 2022. Rio de Janeiro: IBGE, 2022.
Kalache, A.; Veras, R. P.; Ramos, L. R. O Envelhecimento da população mundial. um desafio novo. Revista Saúde Pública, v. 21, n. 3, p. 200-210, 1987. Doi: http://dx.doi.org/10.1590/S0034-89101987000300005.
Lawson, B. The Language of Space. Architetural Press. Oxford, UK: Routledge, 2000. Doi: http://dx.doi.org/10.4324/9780080509969.
Löhr, K.; Weinhardt, M.; Sieber, S. The “World Cafe” as a Participatory ´ Method for Collecting Qualitative Data. International Journal of Qualitive Methods, v. 19, p. 1-15, 2020. Doi: https://doi.org/10.1177/1609406920916976.
Longman, J. et al. The role of social isolation in frequent and/or avoidable hospitalisation: rural communitybased service providers’ perspectives. Australian Health Review, v. 37, n. 2, p. 223-231, 2013. Doi: http://dx.doi.org/10.1071/AH12152.
Necochea, L.; Cline, S. Border Pedagogy Cafes: Grassroots Conversations that Matter. Educational Forum, v. 72, n. 3, p. 245-259, 2008. Doi: http://dx.doi.org/10.1080/00131720802046057.
Organização dos Estados Americanos. Direitos humanos e o envelhecimento na América Latina. Washington, D.C.: OEA, 2014.
Organização Mundial da Saúde. Relatório mundial sobre envelhecimento e saúde. Genebra: OMS, 2016.
Oswald, F.; Konopik, N. Impact of out-of-home activities, neighborhood and urban-related identity on well-being in old age. Zeitschrift fur Gerontologie und Geriatrie, v. 48, n. 5, p. 401-407, 2015. Doi: https://doi.org/10.1007/s00391-015-0912-1.
Smith, A. E.; Victor, C. R. Typologies of loneliness, living alone and social isolation, and their associations with physical and mental health. Ageing & Society, v. 39, n.8, p. 1709–1730, 2019. Doi: https://doi.org/10.1017/S0144686X18000132.
Speck, J. Cidade caminhável: como design urbano pode salvar a nossa economia e a nossa saúde. São Paulo: Perspectiva, 2016.
Stjernborg, V. The meaning of social participation for daily mobility in later life: an ethnographic case study of a senior project in a Swedish urban neighbourhood. Ageing International, v. 42, n. 3, p. 374-391, 2017. Doi: https://doi.org/10.1007/s12126-017-9296-4.
Taaffe, E. J.; Gauthier, H. L.; O’Kelly, M. E. Geography of Transportation. New Jersey: PrenticeHall, 1996.
Woolrych, R. Constructing and negotiating social participation in old age: Experiences of older adults living in urban environments in the UK. Ageing and Society, v. 41, n. 6, p. 1-23, 2019. Doi: https://doi.org/10.1017/s0144686x19001569.
Ziegler, F.; Schwanen, T. I like to go out to be energised by different people’: An exploratory analysis of mobilityand wellbeing in later life. Ageing and Society, v. 31, n. 5, p. 758-781, 2011. Doi: http://dx.doi.org/10.1017/S0144686X10000498.