Influência da proximidade de áreas verdes na frequência de caminhada de pessoas idosas ao longo de 10 anos
estudo de Coorte EpiFloripa Idoso
DOI:
https://doi.org/10.24220/2318-0919v21e2024a12347Palavras-chave:
Áreas verdes, Caminhada, Deslocamento, Idosos, LazerResumo
A prática de atividade física regular traz inúmeros benefícios à saúde, em especial entre a população idosa. Uma das atividades mais praticadas por pessoas de todas as idades é a caminhada, uma atividade física de fácil acesso. O incentivo à caminhada, seja ela para o deslocamento e/ou lazer, representa uma estratégia para aumentar o nível de atividade física entre as pessoas idosas. A presença de áreas verdes, ruas arborizadas, parques e praças próximas do local de moradia estão positivamente associadas com a caminhada. Este estudo tem como objetivo analisar a relação entre a percepção de áreas verdes próximas à moradia e a frequência de caminhada de pessoas idosas de Florianópolis ao longo de 10 anos (2009-2019). Foi utilizada a base de dados do Estudo de Coorte EpiFloripa Idoso, um estudo de base populacional e domiciliar que acompanha as condições de saúde de uma amostra de pessoas idosas (60 anos ou mais), representativa da zona urbana do município de Florianópolis (SC).
Foi realizada uma análise longitudinal GEE para determinar o efeito da proximidade de áreas verdes sobre a frequência de caminhada ao longo das ondas do EpiFloripa Idoso. A análise indicou um efeito significativo quando há percepção de proximidade de áreas verdes em relação a frequência de caminhada para o deslocamento, lazer e ambas. Os resultados
permitem concluir que, a proximidade de áreas verdes, parques, praças e ruas arborizadas contribuiu para o aumento em 53% a frequência de caminhada para o deslocamento e em 33% a frequência de caminhada para o lazer ao longo de dez anos.
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