Baixa estatura e magreza em crianças e adolescentes com doença falciforme

Autores

  • Karen Cordovil Marques de SOUZA Especialista em Nutrição Clínica, Universidade Federal do Rio de janeiro, Instituto de Nutrição Josué de Castro, Programa de Pós-Graduação em Nutrição
  • Paulo Ivo Cortez de ARAÚJO Universidade Federal do Rio de Janeiro, Instituto de Puericultura e Pediatria Martagão Gesteira, Centro de Referência em Assistência a Crianças com Doença Falciforme.
  • Paulo Roberto Borges SOUZA-JUNIOR Fundação Oswaldo Cruz, Instituto de Informação e Comunicação Científica e Tecnológica.
  • Elisa Maria de Aquino LACERDA Universidade Federal do Rio de Janeiro, Instituto de Nutrição Josué de Castro, Departamento de Nutrição e Dietética

Palavras-chave:

Adolescente, Anemia falciforme, Criança, Doença falciforme, Estado nutricional

Resumo

Objetivo
Avaliar o estado nutricional antropométrico de crianças e adolescentes com doença falciforme, atendidas em um hospital de pediatria no município do Rio de Janeiro.
Métodos
Trata-se de estudo descritivo transversal, com dados extraídos dos prontuários. Foram coletadas variáveis antropométricas, sociodemográficas, clínicas e hematológicas referentes à última consulta da criança no ano de 2006.
Resultados
A amostra foi composta por 161 crianças e adolescentes. Dentre elas, 15,5% apresentaram baixa estatura (estatura/idade <-2 escore-Z), e 5,7%, magreza (índice de massa corporal/idade <-2 escore-Z). Crianças de baixo peso ao nascer e cujo responsável não vive com o companheiro apresentaram menor escore-Z para o índice altura/idade do que crianças de peso adequado ao nascimento (p=0,030) e cujo responsável vive com o companheiro (p=0,003).

Conclusão
Crianças e adolescentes com doença falciforme apresentaram maior prevalência de baixa estatura e magreza em relação à população geral. Por outro lado, o baixo peso ao nascer e o fato de o responsável não viver com o companheiro foram fatores associados com a menor estatura da criança.

Referências

Loureiro MM, Rozenfeld S. Epidemiologia de internações por doenças falciformes no Brasil. Rev Saúde Pública. 2005; 39(6):943-9. doi: 10.1590/ S0034-89102005000600011.

Lobo CLC, Bueno LM, Moura P, Ogeda LL, Castilho S, Carvalho SMF. Triagem neonatal para hemoglobinopatias no Rio de Janeiro, Brasil. Rev Panam Salud Pública. 2003; 1(2-3):154-9. doi: 10.1590/S1020-4 9892003000200018.

Di Nuzzo DVP, Fonseca SF. Anemia falciforme e infecções. J Pediatr. 2004; 80(5):347-54. doi: 10.15 90/S0021-75572004000600004.

Alves AL. Estudo da mortalidade por anemia falciforme. Inf Epidemiol SUS. 1996; 5(4):45-53.

American Academy of Pediatrics. Committee on Genetics. Health supervision for children with sickle cell disease. Pediatrics. 2002; 109(3):526-35. doi: 10.1542/peds.109.3.526

Carneiro J, Murad Y. Crescimento e desenvolvimento. In: Manual de diagnóstico e tratamento para doenças falciformes. Brasília: Agência Nacional de Vigilância Sanitária; 2002. p.77-82.

Singhal A, Davies P, Wierenga K JJ, Thomas P, Grahanis. Is there an energy deficiency in homozygous sickle cell disease? Am J Clin Nutr. 1997; 66(2):386-90

Braga JAP, Kerbauy J, Fisberg M. Zinc, copper and iron and their interrelations in the growth of sickle cell patients. Arch Latin Nutr. 1995; 45(3):198-203.

Barden EM, Kawchak DA, Ohene-Frempong K, Stallings V, Zemel B. Body composition in children with sickle cell disease. Am J Clin Nutr. 2002; 76: 218-25.

Zemel BS, Kawchak DA, Fung EB, Frempong KO, Staliings VA. Effect of zinc supplementation on growth and body composition in children with sickle cell disease. Am J Clin Nutr. 2002; 75:300-7.

Zemel BS, Kawchak DA, Ohene-Frempong K, Schall JI, Stallings VA. Effects of delayed pubertal development, nutritional status, and disease severity on longitudinal patterns of growth failure in children with sickle cell disease. Pediatrics Res. 2007; 61(5):607-13.

World Health Organization. The WHO child growth standards. Geneva: WHO; 2006 [cited 2007 Jun 24]. Available from: <http://www.who.int/childgrowth/standards>.

World Health Organization. Growth reference data for 5-19 years: WHO Reference 2007. Geneva: WHO; 2007. [cited 2007 Jun 24]. Available from: <http://www.who.int/growthref/en/>.

World Health Organization. Training course on child growth assessment. Version 1. Geneva: WHO; 2006 [cited 2007 Jun 24]. Available from: <http://www.who.int/childgrowth/training/Interpreting.pdf>

Miller O, Gonçalves RR. Laboratório para o clínico. 8th ed. Rio de Janeiro: Atheneu; 1999.

World Health Organization. Iron deficiency anaemia assessment, prevention, and control: a guide for programme managers. Geneva: WHO; 2001

Yip R, Johnson C, Dallman PR. Age-related changes in laboratory values used in the diagnosis of anemia and iron deficiency. Am J Clin Nutr. 1984; 39:427-36.

Neto GCG, Pitombeira MS. Aspectos moleculares da anemia falciforme. J Bras Patol Med Lab. 2003; 39(1):51-3.

Programa Nacional de Controle da Qualidade. Valores normais hemogramas. [acesso: 2007 mar. 27]. Disponível em: <http://www.pncq.org.br/biblioteca/valores_normais_hemograma.pdf>

Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística. Pesquisa de orçamentos familiares 2002-2003: tabelas 7-13. Brasília: IBGE; 2003 [acesso 2007 mar 27]. Disponível em: <http://www.ibge.gov.br>.

Sociedade Civil Bem-Estar Familiar no Brasil 1996. Pesquisa Nacional de Demografia e Saúde. Rio de Janeiro: Bemfam; 1996 [acesso 2008 jan 1]. Disponível em: <http://dtr2004.saude.gov.br>.

Rodrigues CSC, Lamarca FP, Carvalho CNM, Oliveira CL, Rocha FZ, Marchon VSS, et al. Avaliação antropométrica de admissão em crianças com anemia falciforme internadas na enfermaria de pediatria do hospital Universitário Pedro Ernesto. Nutr Pauta. 2005; 7/8:25-8

Silva CM, Viana MB. Growth deficits in children with sickle cell disease. Arch Med Res. 2002; 33(3): 308-12. doi:10.1016/S0188-4409(01)00360-5.

Al-Saqladi AW, Bin-Gadeen HA, Brabin BJ. Growth in children and adolescents with sickle cell disease in Yemen. Ann Trop Paediatr. 2010; 30(4):287-98. doi:10.1179/146532810X12858955921113.

Buison AM, Kawchak DA, Schall JI, OheneFrempong K, Stallings VA, Leonard MB, et al. Bone area and bone mineral content deficits in children with sickle disease. Pediatrics. 2005; 116(4):943-9. doi: 10.1542/peds.2004-2582.

Al-Saqladi AW, Cipolotti R, Fijnvandraat K, Brabin BJ. Growth and nutritional status of children with homozygous sickle cell disease. Ann Trop Paediatr. 2008; 28(3):165-89. doi: 10.1179/146532808X335624.

Brasil. Ministério da Saúde. Fundamentos técnicocientíficos e orientações práticas para o acompanhamento do crescimento e desenvolvimento - Parte 1: crescimento. Brasília: MS; 2001 [acesso: 2008 jan 7]. Disponível em: .

Puffer ES, Schatz JC, Roberts CW. Relationships between somatic growth and cognitive functioning in young children with sickle cell disease. J Pediatr Psychol. 2010; 35(8):892-304

Carvalhaes MABL, Benício MHDA. Capacidade materna de cuidar e desnutrição infantil. Rev Saúde Pública. 2002; 36(2):188-97.

. Silva FG, Tavares-Neto J. Avaliação dos prontuários médicos de hospitais de ensino do Brasil. Rev Bras Educ Med. 2007; 31(2):113-26. doi: 10.1590/S010 0-55022007000200002.

Downloads

Publicado

29-09-2023

Como Citar

SOUZA, K. C. M. de ., ARAÚJO, P. I. C. de, SOUZA-JUNIOR, P. R. B. ., & LACERDA, E. M. de A. (2023). Baixa estatura e magreza em crianças e adolescentes com doença falciforme. Revista De Nutrição, 24(6). Recuperado de https://seer.sis.puc-campinas.edu.br/nutricao/article/view/9877

Edição

Seção

ARTIGOS ORIGINAIS