Adaptação do índice de alimentação saudável ao guia alimentar da população brasileira

Autores/as

  • João Felipe MOTA Universidade Estadual Paulista Júlio de Mesquita Filho
  • Ana Elisa Madalena RINALDI Universidade Estadual Paulista Júlio de Mesquita Filho
  • Avany Fernandes PEREIRA Universidade Federal do Rio de Janeiro
  • Nailza MAESTÁ Universidade Estadual Paulista Júlio de Mesquita Filho
  • Marita Mecca SCARPIN Universidade Estadual Paulista Júlio de Mesquita Filho
  • Roberto Carlos BURINI Universidade Estadual Paulista Júlio de Mesquita Filho

Palabras clave:

Avaliação nutricional, Hábitos alimentares, Nutrição, Registro de dieta

Resumen

Objetivo
Adaptar o Índice de Alimentação Saudável norte-americano de acordo com as recomendações do Guia Alimentar da População Brasileira e da Pirâmide Alimentar Adaptada.

Métodos
Foi realizada avaliação do consumo alimentar de 502 indivíduos, de ambos os sexos (54, desvio-padrão=10 anos), na cidade de Botucatu (SP) ano de 2006. O método utilizado para estimar a ingestão foi o questionário recordatório de 24 horas e os alimentos relatados foram convertidos em porções, pelo valor energético, de acordo com os grupos alimentares da Pirâmide Alimentar Adaptada. Além disso, foram avaliados os nutrientes (colesterol, gordura total e saturada) e variedade da dieta. Foi realizada análise estatística descritiva e os valores intermediários da pontuação dos componentes foram calculados por razão e proporção.

Resultados
Foram alterados os números das porções alimentares conforme as estabelecidas na Pirâmide Alimentar Adaptada, além da inclusão dos grupos das leguminosas, doces e açúcares, óleos e gorduras na pontuação do Índice de Alimentação Saudável adaptado e exclusão do item sódio. Para os nutrientes a variedade da dieta foi estabelecida pontuação intermediária. O Índice de Alimentação Saudável adaptado pontuou 12 componentes no total, classificando as dietas em boa qualidade (boa qualidade: superior a 100 pontos), precisando melhorar (precisando melhorar: 71-100 pontos) e má qualidade (má qualidade: inferior a 71 pontos). A proporção de indivíduos classificados com dieta de boa qualidade 15%, precisando melhorar 71% e de má qualidade 14%.

Conclusão
O Índice de Alimentação Saudável adaptado é um instrumento que pode ser utilizado para avaliar os hábitos alimentares populacionais, porém específico para a população brasileira adulta. Contudo, se faz necessário que estes índices sejam constantemente revisados e adequados às novas recomendações nutricionais. 

Citas

Zeferino AMB, Filho AAB, Bettiol H, Barbieri MA. Acompanhamento do crescimento. J Pediatr. 2003, 79(1):S23-S32.

Kennedy ET, Ohls J, Carlson S, Fleming K. The Healthy Eating Index: design and applications. J Am Diet Assoc. 1995; 95(10):1103-9.

Weinstein SJ, Vogt TM, Gerrior SA. Healthy Eating Index scores are associated with blood nutrient concentrations in the Third National Health and Nutrition Examination Survey. J Diet Assoc. 2004; 104(4):576-84.

Hann CS, Rock CL, King I, Drewnowski A. Validation of the Healthy Eating Index with use of plasma biomarkers in a clinical sample of women. Am J Clin Nutr. 2001; 74(4):479-86.

Mertz W. Foods and nutrients. J Am Diet Assoc. 1984; 84(1):769-70.

Vieira VL, Gomes ALC, Araújo EA, Cervato AM. Qualidade da dieta: avaliação por meio de dois instrumentos de medida. Rev Bras Nutr Clin. 2005; 20(1):9-15.

Cervato AM, Vieira VL. Índices dietéticos na avaliação da qualidade global da dieta. Rev Nutr. 2003; 16(3):347-55.

Nutrition and Your Healthy. Dietary guidelines for americans. 3th ed. Washington (DC): US Department of Agriculture; 1999. Home and Garden Bulletin, nº 232.

U.S. Department of Agriculture. The food guide pyramid: a guide to daily food choices. Washington (DC): Center for Nutrition Policy and Promotion; 1992. Home and Garden Bulletin, nº 252.

Bowman AS, Lino M, Gerrior AS, Basiotis PP. The healthy eating index: 1994-96. Washington (DC): US Department of Agriculture, 1998. Publication nº CNPP-5.

Fisberg RM, Slater B, Barros RR, Lima FD, Cesar CLG, Carandina L, et al. Índice de qualidade da dieta: avaliação da adaptação e aplicabilidade. Rev Nutr. 2004; 17(3):301-8.

Philippi ST, Latterza AR, Cruz ATR, Ribeiro LC. Pirâmide alimentar adaptada: guia para escolha dos alimentos. Rev Nutr. 1999; 12(1):65-80.

Brasil. Ministério da Saúde. Secretaria de Atenção à Saúde. Coordenação-Geral da Política de Alimentação e Nutrição. Guia alimentar para a população brasileira: promovendo a alimentação saudável. Brasília: Ministério da Saúde; 2005.

Pereira AF, Morelli MYG, Mota JF, Sakzenian VM, Bastos JM, Vassimon HS, et al. Avaliação da qualidade da dieta de amostra populacional adulta de Botucatu segundo o índice de alimentação saudável (IAS) segundo as pirâmides alimentares brasileira e americana [abstract]. Rev Bras Nutr Clin. 2003; 18(1):S541.

Mota JF, Medeiros OL, Denipote FG, Buscariolo FF. Prevalência do consumo de frutas e hortaliças, associada à ingestão excessiva de gorduras em adultos de acordo com a faixa etária [abstract]. Gerontologia. 2004; 12(1):S56.

Crispim SP, Franceschini SCC, Priore SE, Fisberg RM. Validação de inquéritos dietéticos: uma revisão. Nutrire: Rev Soc Bras Alim Nutr. 2003; 26(12): 127-41.

Zabotto CB, Vianna RPT, Gil MF. Registro fotográfico para inquéritos dietéticos: utensílios e porções. Instituto Nacional de Alimentação e Nutrição (INAN). Goiânia: Núcleo de Estudos e Pesquisas em Alimentação, Universidade Estadual de Campinas; 1996.

Programa de Apoio à Nutrição. Versão 1.5. São Paulo: Departamento de Informática em Saúde, Universidade Federal de São Paulo; 2002.

Núcleo de Estudos e Pesquisas em Alimentação. Universidade Estadual de Campinas. Tabela brasileira de composição de alimentos. Versão II. 2a. ed. Campinas: Unicamp; 2006.

Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística. Tabela de composição de alimentos. 4a. ed. Rio de Janeiro: IBGE; 1996.

Philippi ST. Tabela de composição de alimentos: suporte para decisão nutricional. 2a. ed. São Paulo: Coronário; 2002.

Pinheiro ABV, Lacerda EMA, Benzecry EH, Gomes MCS, Costa VM. Tabela para avaliação de consumo alimentar e medidas caseiras. São Paulo: Atheneu; 2002.

Alaimo K, McDowell MA, Briefel RR. Dietary intake of vitamins, minerals, and fiber of persons ages 23 months and over in the United States: third national health and nutrition examination survey, phase 1, 1988-91. Adv Data Vital and Health Statistics. 1994; 258:1-26.

Pennington JA. Bowes and Church’s food values of portions commonly used. 16th ed. Philadelphia (PA): JB Lippincott Company; 1994.

Espeland MA, Kumanyika S, Wilson AC, Reboussin DM, Easter L, Self M, et al. Statistical issues in analyzing 24-Hour dietary recall and 24-hour urine collection data for sodium and potassium intakes. Am J Epidemiol. 2001; 153(10):996-1006.

Fisberg RM, Morimoto JM, Slater B, Barros MBA, Carandina L, Goldbaum MJ, et al. Dietary quality and associated factors among adults living in the State of São Paulo, Brazil. J Am Diet Assoc. 2006; 106(12):2067-72.

Bermudez OI, Tucker KL. Trends in dietary patterns of Latin American populations. Cad Saúde Pública. 2003; 19(Suppl):S87-99.

Publicado

2023-09-04

Cómo citar

MOTA, J. F. ., Madalena RINALDI, A. E. ., Fernandes PEREIRA, A. ., MAESTÁ, N. ., Mecca SCARPIN, M. ., & BURINI, R. C. . (2023). Adaptação do índice de alimentação saudável ao guia alimentar da população brasileira. Revista De Nutrição, 21(5). Recuperado a partir de https://seer.sis.puc-campinas.edu.br/nutricao/article/view/9608

Número

Sección

ARTIGOS ORIGINAIS