Perfil de lipoproteínas, triglicérides e glicose plasmáticos de pacientes com câncer durante o transplante de medula óssea

Autores

  • Adriana GARÓFOLO Universidade Federal de São Paulo
  • Patrícia Cláudia MODESTO Universidade Federal de São Paulo
  • Letícia Navarro GORDAN Universidade Federal de São Paulo
  • Antonio Sérgio PETRILLI Universidade Federal de São Paulo
  • Adriana SEBER Universidade Federal de São Paulo

Palavras-chave:

criança, adolescente, lipoproteínas, triglicérides, transplante de medula óssea

Resumo

O objetivo deste estudo foi avaliar a evolução do perfil metabólico-nutricional de crianças e adolescentes com câncer que realizaram transplante de medula óssea. Dezoito pacientes submetidos a transplante de medula óssea foram avaliados prospectivamente de outubro de 2003 a agosto de 2004. A avaliação foi realizada por meio da análise bioquímica de sangue para albumina, lipídeos e glicose em três momentos: antes da infusão da medula óssea, após sete dias e após catorze dias do transplante de medula óssea. O teste de Friedman foi aplicado para comparar as distribuições nos períodos e o teste de Mann’Whitney para comparar as diferenças na evolução entre os grupos de transplante de medula óssea autólogo versus alogênico. Quinze dos dezoito pacientes foram elegíveis: sete portadores de leucemia, quatro de linfomas e quatro de tumores de células germinativas. Os quinze pacientes apresentaram em média 10,7±7,1 anos. Nove realizaram transplante de medula óssea autólogo e seis alogênico aparentado; dois utilizaram ciclosporina A como imunossupressor e três receberam irradiação corporal total como parte da terapia de condicionamento. Treze de quinze usaram nutrição parenteral. A média de internação foi 33±14 dias. As prevalências nos déficits de albumina e HDL-C aumentaram progressivamente durante o acompanhamento: 15%, 31% e 46% e 54%, 69% e 85%, respectivamente. O mesmo ocorreu com os níveis de glicose e triglicérides, com aumento progressivo nas prevalências de anormalidades no decorrer do transplante de medula óssea, que foram de 7%, 43% e 50% e de 31%, 69% e 77%, respectivamente. Níveis de colesterol total e de LDL-C acima do normal foram observados somente em um paciente no primeiro momento (antes da infusão da medula óssea). A análise da evolução das variáveis no decorrer dos três períodos demonstrou que os níveis de HDL-C, glicemia e triglicérides se modificaram significantemente. Quando se compararam pacientes que realizaram transplante de medula óssea alogênico versus autólogo, não foi possível detectar diferença estatisticamente significante. Porém os níveis de HDL-C e de triglicérides apresentaram alterações mais acentuadas nos pacientes que realizaram transplante de medula óssea alogênico. Os resultados sugerem que alterações metabólicas e bioquímicas ocorrem durante o período do transplante. Tais alterações, possivelmente, são multifatoriais, podendo estar associadas com o déficit nutricional, catabolismo protéico e distúrbios no metabolismo energético. Provavelmente, a desnutrição, o uso de nutrição parenteral, bem como a resposta inflamatória e as toxicidades dos medicamentos estejam implicadas como fatores causais desses distúrbios. 

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Publicado

19-09-2023

Como Citar

GARÓFOLO, A. ., MODESTO, P. C., Navarro GORDAN, L. ., PETRILLI, A. S. ., & SEBER, A. . (2023). Perfil de lipoproteínas, triglicérides e glicose plasmáticos de pacientes com câncer durante o transplante de medula óssea. Revista De Nutrição, 19(2). Recuperado de https://seer.sis.puc-campinas.edu.br/nutricao/article/view/9789

Edição

Seção

NOTA CIENTÍFICA