Hábitos alimentares de crianças eutróficas e com sobrepeso em Viçosa, Minas Gerais, Brasil

Autores

  • Juliana Farias de NOVAES Universidade Federal de Viçosa
  • Sylvia do Carmo Castro FRANCESCHINI Universidade Federal de Viçosa
  • Silvia Eloiza PRIORE Universidade Federal de Viçosa

Palavras-chave:

criança, estado nutricional, hábitos alimentares

Resumo

Objetivo
Comparar os hábitos alimentares entre crianças eutróficas e com sobrepeso.

Métodos
Estudo caso-controle com 50 crianças eutróficas e 50 com sobrepeso, pareadas de acordo com o sexo, idade e condição socioeconômica, selecionadas a partir da avaliação nutricional de 2.074 crianças, entre 6 e 8 anos, de escolas públicas e privadas da área urbana de Viçosa, Minas Gerais. O estado nutricional foi classificado pelo Índice de Massa Corporal, segundo o Centers for Disease Control and Prevention. Um questionário de freqüência alimentar seletivo de alimentos que contribuem para o sobrepeso, bem como recordatórios alimentares habituais relativos aos dias de semana e finais de semana foram aplicados, sendo, nestes últimos, avaliada a ingestão de energia, carboidrato, lipídio, proteína, vitamina C, vitamina A, ferro, cálcio e fibras. Um quarto questionário foi aplicado, a fim de analisar a prática de realizar dietas pelas crianças.

Resultados
Destaca-se a excessiva ingestão de alimentos pelo grupo com sobrepeso, evidenciando um maior consumo de energia, lipídio, carboidrato, proteína, vitamina C e vitamina A (p<0,05). Entretanto, os hábitos alimentares foram semelhantes em ambos os grupos. Um maior percentual de crianças com sobrepeso tinha hábito, passado e/ou atual, de realizar dietas (p<0,05).

Conclusão
Este estudo confirma a importância do trabalho de reeducação nutricional, tanto em crianças eutróficas quanto naquelas com sobrepeso, ressaltando a necessidade de uma alimentação mais saudável e variada nesta faixa etária, bem como a conscientização quanto ao tamanho das porções ingeridas pelas crianças com sobrepeso.

Referências

Kiess W, Reich A, Muller G, Meyer K, Galler A, Bennek J, et al. Clinical aspects of obesity in childhood and adolescence: diagnosis, treatment and prevention. Int J Obes. 2001; 25(Suppl 1): S75-S79.

Marins VMR, Almeida RMVR, Pereira MBA. Factors associated with overweight and central body fat in the city of Rio de Janeiro: results of a two-stage random sampling survey. Public Health. 2001; 115(3):1-7.

Dietz WH. The obesity epidemic in young children. BMJ. 2001; 322(7282):313-4.

Schwartz MB, Puhl R. Childhood obesity: a societal problem to solve. Obes Rev. 2003; 4:57-71.

Epstein LH, Gordy CC, Raynor HA, Beddome M, Kilanowski CK, Paluch R. Increasing fruit and vegetable intake and decreasing fat and sugar intake in families at risk for childhood obesity. Obes Res. 2001; 9(3):171-8.

Sigman-Grant M, Zimmerman S, Kris-Etherton PM. Dietary approaches for reducing fat intake of preschool-age children. Pediatrics. 1993; 91(5): 955-60.

Butte NF. Fat intake of children in relation to energy requirements. Am J Clin Nutr. 2000; 72(5): 1246S-52S.

Centers for Disease Control and Prevention. 2000 CDC Growth Charts for the United States: methods and development. Vital Health Statistics. 2000; 11(246):189.

World Health Organization. Obesity: preventing and managing the global epidemic. Geneva; 1998 Report of a WHO Consultation on Obesity.

Jelliffe DB. Evaluación del estado de nutrición de la comunidad. Ginebra: OMS; 1968. OMS Série de monografías, 53.

Accioly E, Saunders C, Lacerda EMA. Nutrição em obstetrícia e pediatria. Rio de Janeiro: Cultura Médica; 2003.

National Research Council. Dietary references intakes: applications in dietary assessment. Washington (DC): National Academy Press; 2001.

National Research Council. Dietary reference intakes for energy, carbohydrate, fiber, fat, fatty acids, cholesterol, protein, and amino acids (macronutrients). Washington (DC): National Academy Press; 2002.

National Research Council. Dietary reference intakes for vitamin A, vitamin K, arsenic, boron, chromium, copper, iodine, iron, manganese, molybdenum, nickel, silicon, vanadium, and zinc. Washington (DC): National Academy Press; 2002.

National Research Council. Dietary reference intakes for vitamin C, vitamin E, selenium, and carotenoids. Washington (DC): National Academy Press; 2002.

National Research Council. Dietary reference intakes for calcium, phosphorus, magnesium,

vitamin D, and fluoride. Washington (DC): National Academy Press; 1999.

Zabotto, CB. Registro fotográfico para inquéritos dietéticos: utensílios e porções. Campinas: Unicamp; 1996.

McGloin AF, Livingstone MB, Greene LC, Webb SE, Gibson JM, Jebb AS, et al. Energy and fat intake in obese and lean children at varying risk of obesity. Int J Obes. 2002; 26(2):200-7.

Hui LL, Nelson EAS, Yu LM, Li AM, Fok TF. Risk factors for childhood overweight in 6- to 7-y-old Hong Kong children. Int J Obes. 2003; 27(11):1411-8.

Berenson GS, Srinivasan SR, Nicklas TA. Atherosclerosis: a nutritional disease of childhood. Am J Cardiol. 1998; 82(10B):22T-29T.

Philippi ST. Tabela de composição de alimentos: suporte para decisão nutricional. Brasília: Anvisa; 2001.

Pereira CAS, Rezende FAC, Tuccori LP, Souza CJ. Informações nutricionais de produtos industrializados. Viçosa: UFV; 2003.

Sigulem DM, Taddei JAAC, Escrivão MAMS, Devincenzi MU. Obesidade na infância e na adolescência. Compacta Nutr. 2001; 2:5-16.

Strauss RS. Comparison of serum concentrations of alpha-tocopherol and beta-carotene in a crosssectional sample of obese and non-obese children (NHANES III). National Health and Nutrition Examination Survey. J Pediatr. 1999; 134(2):160-5.

Rogers IS, Emmett PM, Alspac Study Team. Fat content of the diet among preschool children in southwest Britain: II relationship with growth blood lipids and iron status. Pediatrics. 2001; 108(3):1-9.

Pinhas-Hamiel O, Newfield RS, Koren I, Agmon A, Lilos P, Phillip M. Greater prevalence of iron deficiency in overweight and obese children and adolescents. Int J Obes. 2003; 27(3):416-8.

Klesges RC, Hanson CL, Eck LH, Durff AC. Accuracy of self-reports of food intake in obese and normalweight individuals: effects of parental obesity on reports of children’s dietary intake. Am J Clin Nutr. 1988; 48(5):1252-6.

Maffeis C, Provera S, Filippi L, Sidoti G, Schena S, Pinelli L, et al. Distribution of food intake as a risk factor for childhood obesity. Int J Obes. 2000; 24(1):75-80.

Danielzik S, Czerwinski-Mast M, Langnase K, Dilba B, Muller MJ. Parental overweight, socioeconomic status and high birth weight are the major determinants of overweight and obesity in 5-7 y-old children: baseline data of the Kiel Obesity Prevention Study (KOPS). Int J Obes. 2004; 28(11):1494-502.

Duarte ACG, Castellani FR. Semiologia nutricional. Rio de Janeiro: Axcel Books; 2002.

Escrivão MAMS, Oliveira FLC, Taddei JAAC, Lopez FA. Obesidade exógena na infância e na adolescência. J Pediatr. 2000; 76(Supl.3): S305-S310.

Valverde MA, Patin RV. Aconselhamento dietético e mudança de comportamento. In: Fisberg M. Atualização em obesidade na infância e adolescência. São Paulo: Atheneu; 2004.

Downloads

Publicado

15-09-2023

Como Citar

Farias de NOVAES, J. ., Castro FRANCESCHINI, S. do C., & PRIORE, S. E. (2023). Hábitos alimentares de crianças eutróficas e com sobrepeso em Viçosa, Minas Gerais, Brasil. Revista De Nutrição, 20(6). Recuperado de https://seer.sis.puc-campinas.edu.br/nutricao/article/view/9718

Edição

Seção

ARTIGOS ORIGINAIS

Artigos mais lidos pelo mesmo(s) autor(es)

1 2 > >>