Trabalho infanto-juvenil em artigos acadêmicos de psicólogos

uma interpretação ideológica

Autores/as

  • Renata Lopes Costa PRADO Universidade de São Paulo, Instituto de Psicologia.

Palabras clave:

Infância, Psicologia, Publicações científicas e técnicas, Trabalho infantil

Resumen

Este estudo teve como objetivo oferecer uma interpretação do tratamento dado ao tema trabalho infantojuvenil na produção acadêmica brasileira da Psicologia. Foram analisados 29 artigos publicados entre 1985 e 2012. Contou-se, para tanto, com aportes dos estudos sociais sobre a infância, dos estudos sobre construção de problemas sociais e da produção de John Thompson sobre ideologia. No plano metodológico, buscou-se articular o método da hermenêutica de profundidade, tal como proposto por Thompson, às técnicas da análise de conteúdo. Apreendeu-se o uso de retórica dramática que estigmatiza crianças, adolescentes trabalhadores e famílias pobres. Assim, essa produção pode ser reinterpretada como ideológica na medida em que sustenta relações de dominação entre idades e entre classes sociais

Descargas

Los datos de descargas todavía no están disponibles.

Citas

Andrade, L. (2004). Prostituição infantojuvenil na mídia: estigmatização e ideologia. São Paulo: EDUC.

Alberto, M. F., & Santos, D. (2011). Trabalho infantil e desenvolvimento: reflexões à luz de Vigotski. Psicologia em Estudo, 16(2), 209-218.

Alberto, M. F., Santos, D., Leite, F., Lima, J., & Wanderley, J. C. (2011). O trabalho infantil doméstico e o processo de escolarização. Psicologia & Sociedade, 23(2), 293-302.

Alves, P. B., Koller, S. H., Silva, M. R., Santos, C. L., Silva, A. S., Reppold, C. T., et al. (2001). Brinquedo, trabalho, espaço ne companhia de atividades lúdicas no relato de crianças em situação de rua. Psico, 32(2), 47-71.

Alves, P. B., Koller, S.H., Silva, A. S., Santos, C. L., Silva, M. R., Reppold, C. T., et al. (2002). Atividades cotidianas de crianças em situação de rua. Psicologia: Teoria e Pesquisa, 3(18), 305-313.

Artes, A. C., & Carvalho, M. P. (2010). O trabalho como fator determinante da defasagem escolar dos meninos no Brasil: mito ou realidade? Cadernos Pagu, 34, 41-74.

Bardin, L. (2002). Análise de conteúdo. Lisboa: Edições 70.

Best, J. (2007). Social problems. New York: Norton and Company.

Calazans, G. J. (2000). O discurso acadêmico sobre a gravidez na adolescência: uma produção ideológica (Dissertação de mestrado não-publicada). Programa de Estudos Pós-graduados em Psicologia Social, Pontifícia Universidade Católica de São Paulo.

Campos, H. R., & Alverga, A. R. (2001). Trabalho infantil e ideologia: contribuição ao estudo da crença indiscriminada na dignidade do trabalho. Estudos de Psicologia (Natal), 2(6), 227-233.

Campos, H. R., & Francischini, R. (2003). Trabalho infantil produtivo e desenvolvimento humano. Psicologia em Estudo, 1(8), 119-129.

Cirino, D. C. S., & Alberto, M. F. (2009). Uso de drogas entre trabalhadores precoces na atividade de malabares. Psicologia em Estudo, 3(14), 547-555.

Clacherty, G., & Donald, D. (2007). Child participation in research: Reflections on ethical challenges in the Southern African context. African Journal of AIDS Research, 6(2), 147-156.

Corsaro, W. A. (2011). Sociologia da infância. Porto Alegre: Artmed.

Cosendey, E. M. V. (2002). Histórico do trabalho infantojuvenil. Revista Devir, 2(1), 21-31.

Feitosa, I. C., & Dimenstein, M. (2004a). Escola, família e trabalho infantil: subjetividade e práticas disciplinares. Interação, 8(2), 287-296.

Feitosa, I. C., & Dimenstein, M. (2004b). Trabalho infantil e ideologia nas falas de mães de crianças trabalhadoras. Estudos e Pesquisas em Psicologia, 2(4), 59-75.

Feitosa, I. C. N., Gomes, M. A. F. Gomes, M. V. S., & Dimenstein, M. (2001). O trabalho precoce e as políticas de saúde do trabalhador em Natal. Estudos de Psicologia (Natal), 2(6), 259-268.

Ferreira, M. M. M. (2008). “Branco demasiado” ou reflexões epistemológicas, metodológicas e éticas acerca da pesquisa com crianças. In M. Sarmento & M. C. S. Gouvea, (Orgs.), Estudos da infância: educação e práticas sociais. Petrópolis: Vozes.

Freitas, R. R. (2004). O tema trabalho infantojuvenil na mídia: uma interpretação ideológica (Tese de doutorado não-publicada). Programa de Estudos Pós-graduados em Psicologia Social, Pontifícia Universidade Católica de São Paulo.

Guerra, R. B. (2002). Trabalho precoce no carvão: a resposta das crianças. Revista Devir, 1(2), 77-93.

Hilgartner, S., & Bosk, C. (1988). The rise and fall of social problems: A public arenas model. American Journal of Sociology, 94(1), 53-78.

Hillesheim, B. (2001). O trabalho e o ser-criança na vida de meninos e meninas trabalhadores(as) em lavouras de fumo. Redes, 3(6), 109-117.

Hillesheim, B. (2004). Infância e trabalho: feminino e masculino em construção. Barbarói, 20, 61-70.

International Movement of Working Children (The). (1996). Kandapur Declaration. Retrieved on July 17, 2008, from <http://www.workingchild.org/prota2.htm>.

Lahire, B. (2005). L’invention de l’illettrisme: rhétorique publique éthique et stigmates. Paris: La Découverte.

Lopes, V. L. S. (1986). Adolescência e criatividade: o trabalho precoce e suas relações com a personalidade. Arquivos Brasileiros de Psicologia, 38(4), 95-114.

Madeira, F. R. (1997). A trajetória das meninas dos setores populares: escola, trabalho... ou reclusão. In F. R. Madeira (Org.), Quem mandou nascer mulher? Estudos sobre crianças e adolescentes pobres no Brasil (pp.45-133). Rio de Janeiro: Record.

Marques, W. E. U. (1996). Crianças e adolescentes marginalizados: como a rua passou a ser este lugar. Trabalho e Educação, 0, 149-158.

Marques, W. E. U. (1998). Criança trabalhadora, família e identidade: desafios para o mundo atual. Trabalho e Educação, 3, 143-159.

Marques, W. E. U. (2001). Trabalho infantil e contexto sociofamiliar: considerações acerca dos resultados de um estudo relativo às infâncias (pre)ocupadas. Trabalho e Educação, 8(8), 112-131.

Marques, W. E. U. (2004). Trabalho infantil, família, identidade e saúde mental: indagações construídas diante de um fenômeno familiar transgeracional. Trabalho e Educação, 13(1), 29-42.

Martinez, A. M. (2001). Trabajo infantil y subjetividad: uma perspectiva necesaria. Estudos de Psicologia (Natal), 2(6), 235-244.

Myers, W. E. (2001). Canchildren´s education and work be reconciled? International Journal of Educational Poluy, Research and Practice, 2(3), 307-330.

Mollo-Bouvier, S. (2005). Transformações dos modos de socialização das crianças: uma abordagem sociológica. Educação e Sociedade, 91(26), 391-403.

Moraes, R. V. (2007). A produção acadêmica sobre trabalho infantil: um olhar nos periódicos científicos brasileiros (1981-2004) (Dissertação de mestrado não-publicada). Programa de Pós-graduação em Ciências Sociais, Universidade Estadual de São Paulo.

Oliveira, D. C., Fischer, F. M., Martins I. S., & Sá, C. P. (2001). Futuro e liberdade: o trabalho e a instituição escolar nas representações sociais de adolescentes. Estudos de Psicologia (Natal), 2(6), 245-258.

Oliveira, D. C., Sá, C. P., Fischer, F. M., Martins I. S., & Teixeira, L. R. (2002). Representações sociais e fatores de risco para o trabalho infantil e do adolescente: uma aproximação possível. Cadernos de Saúde Pública, 2(10), 177-194.

Oliveira, I. C. C., & Francischini, R. (2003). A importância da brincadeira: o discurso de crianças trabalhadoras e não trabalhadoras. Psicologia: Teoria e Prática, 5(1), 41-56.

Paparreli, R. (2004). Trabalho precoce e escolarização: problematizando uma relação. In A. Garbin & S. Santos (Org.), O compromisso do SUS na erradicação do trabalho de crianças e controle do trabalho de adolescentes (pp.129-157). São Paulo: CEREST.

Quinteiro, J. (2009). Infância e educação no Brasil: um campo de estudos em construção. In A. L. G. Faria, Z. B. F. Demartini & P. D. Prado (Orgs.), Por uma cultura da infância: metodologias de pesquisa com criança (3ª ed.). Campinas: Autores Associados.

Qvortrup, J. (2010). A infância enquanto categoria estrutural. Educação e Pesquisa, 2(36), 631-643.

Rosemberg, F., & Freitas, R. R. (2002). Participação de crianças brasileiras na força de trabalho e educação. Educação e Realidade, 27, 95-125.

Rosemberg, F., & Mariano, C. S. (2010). A convenção internacional sobre os direitos da criança: debates e tensões. Cadernos de Pesquisa, 141(40), 693-728.

Schwartman, S., & Schwartman, F. (2004). Tendências do trabalho infantil no Brasil entre 1992 e 2002. Brasília: OIT.

Silva, R. (2001). Trabalho infantil e construção da identidade de gênero. Barbarói, 15(2), 83-111.

Sirota, R. (2001). Emergência de uma sociologia da infância: evolução do objeto e do olhar. Cadernos de Pesquisas, 112, 7-31

Sousa, S. M. G. (1999). Trabalho infantil: a negação da infância? Estudos (Goiânia), 1(26), 119-141.

Sousa, O. M. C. G., & Alberto, M. F. P. (2008). Trabalho precoce e processo de escolarização de crianças e adolescentes. Psicologia em Estudo, 4(13), 713-722.

Spink, P. (1999). Análise de documentos de domínio público. In M. J. P. Spink (Org.), Práticas discursivas e produção de sentidos no cotidiano (pp. 123-151). São Paulo: Cortez.

Stengel, M., Castro, M. C. G., Marques, M. E., Moreira, M. I. C., Fazzi, C. F., & Leal, R. S. (2002). Narrativas infanto-juvenis sobre o trabalho doméstico em Belo Horizonte: histórias de vida das meninas. Psicologia em Revista, 8(11), 125-129.

Streck, C. F., & Frison, T. B. (1999). Lembranças de velhos: o mundo da infância. Estudos Interdisciplinares sobre o Envelhecimento, 1(1), 103-118.

Thompson, J. B. (2002). Ideologia e cultura moderna: teoria social crítica na era dos meios de comunicação de massa (6ª ed.). Petrópolis: Vozes.

White, B. (1999). Defining the intolerable: Child work, global standards and cultural relativism. Childhood: A Global Journal of Child Research, 6(1), 133-144.

Woodhead, M. (1999). Combatting child labour: Listen to what the children say. Childhood: A Global Journal of Child Research, 6(1), 27-49.

Publicado

2013-03-31

Cómo citar

PRADO, R. L. C. (2013). Trabalho infanto-juvenil em artigos acadêmicos de psicólogos: uma interpretação ideológica. Estudos De Psicologia, 30(1). Recuperado a partir de https://seer.sis.puc-campinas.edu.br/estpsi/article/view/8599