Relação pai-bebê no contexto da prematuridade

gestação, internação do bebê e terceiro mês após a alta hospitalar

Autores

  • Fernanda Borges de MEDEIROS Universidade Federal do Rio Grande do Sul, Instituto de Psicologia, Programa de Pós-Graduação em Psicologia.
  • Cesar Augusto o PICCININI Universidade Federal do Rio Grande do Sul, Instituto de Psicologia, Programa de Pós-Graduação em Psicologia.

Palavras-chave:

Nascimento prematuro, Relação pai-criança, Unidades de Terapia Intensiva

Resumo

O presente estudo buscou compreender o impacto do nascimento pré-termo na relação pai-bebê. Participaram do estudo três pais de bebês nascidos pré-termo, com idade entre 27 e 45 anos e que residiam com a mãe do bebê. Foi utilizado um delineamento longitudinal de estudo de caso coletivo, envolvendo entrevistas sobre a relação do pai com o bebê no período gestacional, no período de internação da criança e no terceiro mês após a alta hospitalar. Os relatos foram analisados por meio de análise de conteúdo qualitativa. De modo geral, constataram-se expressivas transformações na interação pai-bebê no lapso de tempo compreendido entre a gestação e o terceiro mês após a alta hospitalar. Além disso, os resultados revelaram a importância das visitas frequentes ao bebê durante a internação, para o estabelecimento daquela relação. Por outro lado, ficou evidente o receio de contato físico, em especial nas primeiras semanas de hospitalização, o que deve ser considerado nas intervenções pai-bebê durante a internação.

Downloads

Não há dados estatísticos.

Referências

Anderson, A. M. (1996). The father-infant relationship: Becoming connected. Journal of the Society Pediatric Nurses, 1(2), 83-92.

Barker, C., Pistrang, N., & Elliot, R. (1994). Research methods in clinical and counselling psychology. London: Wiley.

Barros, S. M. M., Menandro, P. R. M., & Trindade, Z. A. (2006). Vivências paternas em UTI neonatal. Psicologia Hospitalar, 4(2), 1-18.

Barros, F. C., Victora, C. G., Barros, A. J. D., Santos, I. S., Albernaz, E., Matijasevich, A., ... Vaughan, J. P. (2005). The challenge of reducing neonatal mortality in middle-income countries: Findings from three Brazilian birth cohorts in 1982, 1993, and 2004. The Lancet, 365(9462), 847-854

Beck, S., Wojdyla, D., Say, L., Betran, A. P., Merialdi, M., Requejo, J. H., … Look, P. F. V. (2010). The worldwide incidence of preterm birth: A systematic review of maternal mortality and morbidity. Bulletin of the World Health Organization, 88(1), 31-38.

Bercini, L. O. (1994). Mortalidade neonatal de residentes em localidade urbana da região sul do Brasil. Revista de Saúde Pública, 28(1), 38-45.

Brazelton, T. B., & Cramer, B. G. (1992). As primeiras relações. São Paulo: Martins Fontes.

Coutinho, H. R. B. C., & Morsch, D. S. (2006). A paternidade em cuidados intensivos neonatais. Revista da Sociedade Brasileira de Psicologia Hospitalar, 9(1), 55-69.

Fegran, L., Helseth, S., & Fagermoen, M. S. (2008). A comparison of mothers’ and fathers’ experiences of the attachment process in a neonatal intensive care unit. Journal of Clinical Nursing, 17(6), 810-816.

Finnbogadottir, H., Crang Svalenius, E., & Persson, E. K. (2003). Expectant first-time fathers’ experiences of pregnancy. Midwifery, 19(2), 96-105.

Hollywood, M., & Hollywood, E. (2011). The lived experiences of fathers of a premature baby on a neonatal intensive care unit. Journal of Neonatal Nursing, 17(1), 32-40.

Jackson, K., Ternestedt, B. M., & Schollin, J. (2003). From alienation to familiarity: Experiences of mothers and fathers of preterm infants. Journal of Advanced Nursing, 43(2), 120-129.

Klaus, M. H., Kennell, J. H., & Klaus, P. H. (2000). Vínculo: construindo as bases para um apego seguro e para a independência. Porto Alegre: Artes Médicas Sul.

Klaus, M. H., Kennell, J. H., & Klaus, P. H. (2000). Vínculo: construindo as bases para um apego seguro e para a independência. Porto Alegre: Artes Médicas Sul.

Lamy, Z. C., Gomes, R., & Carvalho, M. (1997). A percepção dos pais sobre a internação de seus filhos em unidade de terapia intensiva neonatal. Jornal de Pediatria, 73(5), 293-297.

Laville, C., & Dione, J. (1999). A construção do saber: manual de metodologia da pesquisa em ciências humanas. Porto Alegre: Artmed.

Lebovici, S. (1987). O bebê, a mãe e o psicanalista. Porto Alegre: Artes Médicas.

Lindberg, B., Axelsson, K., & Öhrling, K. (2008). Adjusting to being a father to an infant born prematurely: Experiences from Swedish fathers. Scandinavian Journal of Caring Sciences, 22(1), 79-85.

Linhares, M. B. M., Chimello, J. T., Bordin, M. B. M., Carvalho, A. E. V., & Martinez, F. E. (2005). Desenvolvimento psicológico na fase escolar de crianças nascidas pré-termo em comparação com crianças nascidas a termo. Psicologia: Reflexão e Crítica, 18(1), 109-117.

Löhr, T., Gontard, A., & Roth, B. (2000). Perception of premature birth by fathers and mothers. Archives of Women’s Mental Health, 3(2), 41-46.

Miles, M. S., & Holditch-Davis, D. (1997). Parenting the prematurely born child: Pathways of influence. Seminars in Perinatology, 21(3), 254-266.

Piccinini, C. A., Levandowski, D. C., Gomes, A. G., Lindenmeyer, D., & Lopes, R. S. (2009). Expectativas e sentimentos de pais em relação ao bebê durante a gestação. Estudos de Psicologia (Campinas), 26(3), 373-382. http://dx.doi.org/10.1590/S0103-166X2009000300010

Pinto, E. B., Graham, S., Igert, B., & Solis-Ponton, L. (2004). El bebé prematuro, las vicisitudes de la parentalidad. In L. Solis-Ponton (Ed.), La parentalidad: desafio para el tercer milenio (pp.133-143). México: El Manual Moderno.

Ramos, J. G. L., Martins-Costa, S. H., Valério, E. G., & Müller, A. L. L. (2011). Nascimento pré-termo. In Rotinas em obstetrícia. Porto Alegre: Artmed.

Rugolo, L. M. S. S. (2005). Crescimento e desenvolvimento a longo prazo do prematuro extremo. Jornal de Pediatria, 81(Supl 1), S101-S110.

Silveira, M. F., Santos, I. S., Barros, A. J. D., Matijasevich, A., Barros, F. C., & Victora, C. G. (2008). Aumento da prematuridade no Brasil: revisão de estudos de base populacional. Revista de Saúde Pública, 42(5), 957-964.

Stake, R.E. (1994). Case studies. In N. Denzin & Y. Lincoln (Eds.), Handbook of qualitative research (pp.236-247). London: Sage.

Tronchin, D. M. R., & Tsunechiro, M. A. (2006). Cuidar e o conviver com o filho prematuro: a experiência do pai. Revista Latino-Americana de Enfermagem, 14(1), 93-101.

World Health Organization. (2003). Kangaroo mother care: A practical guide. Geneva: Author.

Zomignani, A. P., Zambelli, H. J. L., & Antonio, M. A. R. G. M. (2009). Desenvolvimento cerebral em recém- -nascidos prematuros. Revista Paulista de Pediatria, 27(2), 198-203.

Downloads

Publicado

2023-04-13

Como Citar

MEDEIROS, F. B. de, & o PICCININI, C. A. (2023). Relação pai-bebê no contexto da prematuridade: gestação, internação do bebê e terceiro mês após a alta hospitalar. Estudos De Psicologia, 32(3). Recuperado de https://seer.sis.puc-campinas.edu.br/estpsi/article/view/8219

Edição

Seção

PSICOLOGIA DA SAÚDE