A experiência da maternidade no contexto da depressão materna no final do primeiro ano de vida do bebê

Autores

  • Daniela Delias de Sousa SCHWENGBER Universidade Federal do Rio Grande do Sul
  • Cesar Augusto PICCININI Universidade Federal do Rio Grande do Sul

Palavras-chave:

Bebês, depressão pós-parto, mãe, maternidade, relações mãe-criança

Resumo

O presente estudo investigou a experiência da maternidade no contexto da depressão materna no final do primeiro ano de vida do bebê. Participaram dezoito díades mãe-bebê, metade das quais com mães com indicadores de depressão e as demais sem esses indicadores, conforme os escores do Inventário Beck de Depressão. A análise de conteúdo de entrevista sobre o desenvolvimento do bebê e a experiência da maternidade mostrou que mães com indicadores de depressão relataram mais insatisfação com o desenvolvimento do bebê, com o desempenho do papel materno e com o apoio recebido do companheiro e de outras pessoas, maior nível de estresse pela separação dos filhos em função do trabalho, pela ocorrência de conflitos familiares e conjugais, por dificuldades no manejo com o bebê e por dificuldades financeiras. Esses achados apontam para a importância de avaliações e intervenções precoces para minimizar os efeitos negativos da depressão materna para a díade mãe-bebê.

Downloads

Não há dados estatísticos.

Referências

Anderson, V., Fleming, A., & Steiner (1994). Mood and the transition to motherhood. Journal of Reproductive and Infant Psychology, 12 (2),69-77.

Beck, A.T., & Steer, R.A. (1993). Beck Depression Inventory. Manual. San Antonio: Psychological Corporation.

Beck, C.T., Reynolds, M.A., & Rutowsky, P. (1992). Maternity blues and postpartum depression. Journal of Obstetric, Gynaecologic and Neonatal Nursing, 21 (4), 287-93.

Brown, G.W., Andrews, B., Harris, T., Adler, Z., & Bridge, L. (1986). Social support, self-esteem and depression. Psychological Medicine, 16 (4),813-31.

Brown, S., Lumley, J., Small, R., & Astbury, J. (1994). Missing voices: the experience of motherhood. New York: Oxford University Press.

Burke, L. (2003). The impact of maternal depression on familial relationships. International Review of Psychiatry, 15, 243-55.

Clark, R., Tluczek, A., & Wenzel, A. (2003). Psychotherapy for postpartum depression: A preliminary report. American Journal of Orthopsychiatry, 73 (4),441-454.

Cooper, P.J., & Murray, L. (1995). Course and recurrence of postnatal depression. Evidence for the specificity of the diagnostic concept. British Journal of Psychiatry, 166 (2), 191-5.

Cummings, M.E., & Davies, P.T. (1994). Maternal depression and child development. Journal of Child Psychology and Psychiatry, 35 (1), 73-112.

Cunha, J.A. (2001). Escalas Beck. São Paulo: Casa do Psicólogo.

Cunha, J.A., Prieb, R.G.G., Goulart, P.M., & Lemes, R.B. (1996). O uso do inventário de Beck para avaliar depressão em universitários. Psio, 27 (1),107-115.

Cutrona, C., & Troutman, B. (1986). Social support, infant temperament, and parenting self-efficacy: A mediational model of postpartum depression. Child Development, 57 (6),1507-1518.

Deal, L.W., & Holt, V.L. (1998). Young maternal age and depressive symptoms: Results from the 1988 National Maternal and Infant Health Survey. American Journal of Public Health, 88 (2), 266-269.

Downey, G., & Coyne, J.C. (1990). Children of depressed parents: An integrative review. Psychological Bulletin, 108 (1), 50-76.

Eiden, R.D., & Reifman, A. (1996). Effects of Brazelton demonstrations on later parenting: A meta-analysis. Journal of Pediatric Psychology, 21 (6), 857-868.

Field, T., Morrow, C., & Adlestein, D. (1993). Depressed mother's perceptions of infant behavior. Infant Behavior and Development, 16, 99-108.

Field, T. (1995). Infants of depressed mothers. Infant Behavior and Development, 18, 1-13.

Fowles, E. (1996). Relationships among prenatal attachment, presence of postnatal depressive symptoms and maternal role attainment. Journal of the Society of Pediatric Nurses, 1 (2),75-82.

Grupo de Interação Social, Desenvolvimento e Psicopa-tologia (1999). Entrevista sobre o desenvolvimento do bebê e a experiência da maternidade. [Instrumento não publicado]. Porto Alegre: Instituto de Psicologia, Universidade Federal do Rio Grande do Sul.

Hart, S., Field, T., & Nearing, G. (1998). Depressed mother's neonates improve following the MABI and a Brazelton demonstration. Journal of Pediatric Psychology, 23 (6), 351-356.

Hock, E., & DeMeis, D. (1990). Depression in mothers of infants: the role of maternal employment. Developmental Psychology, 26 (2),285-291.

Hopkins, J., Campbell, S.B., & Marcus, M. (1987). Role of infant-related stressors in postpartum depression. Journal of Abnormal Psychology, 96, 237-241.

Klaus, M.H., Kennell, J.H., & Klaus, P. (2000). Vínculo: construindo as bases para um apego seguro e para a independência. Porto Alegre: Artes Médicas.

Kumar, R., & Robson, K. (1984). A prospective study of emotional disorder in pregnancy and the first postnatal year. British Journal of Psychiatry, 144, 35-47.

Langer, M. (1986). Maternidade e sexo. Porto Alegre: Artes Médicas.

Laville, C., & Dione, J. (1999). A construção do saber: manual de metodologia de pesquisa em ciências humanas. Porto Alegre: Artes Médicas.

Lovejoy, M.C., Graczyk, P.A., O'Hare, E., & Neuman, G. (2000). Maternal behavior and parenting behavior: A meta-analytic review. Clinical Psychology Review, 20 (5),561-592.

Maldonado, M.T. (1990). Psicologia da gravidez: parto e puerpério. Rio de Janeiro: Vozes.

McKim, M.K., Cramer, K.M., Stuart, B., & O'Connor, D.L. (1999). Infant care decisions and attachment security: The Canadian transition to child care study. Canadian Journal of Behavioral Science, 31 (2),92-106.

Mebert, C.J. (1991). Dimensions of subjectivity in parent's ratings of infant temperament. Child Development, 62, 352-361.

Milgron, J., & McCloud, P. (1996). Parenting stress and postnatal depression. Stress Medicine, 12 (3), 177-186.

Murray, L., Kempton, C., Woolgar, M., & Hooper, R. (1993). Depressed mother's speech to their infants and its relation to infant gender and cognitive development. Journal of Child Psychology and Psychiatry, 34 (7),1083-1101.

Murray, D., Cox, J., Chapman, G., & Jones, P. (1995). Childbirth: life event or start of a long-term difficulty? British Journal of Psychiatry, 166, 595-600.

Nachmias, C., & Nachmias, D. (1996). Research methods in the social sciences. London: Arnolds.

Panzarine, S., Slater, E., & Sharps, P. (1995). Coping, social support and depressive symptoms in adolescent mothers. Journal of Adolescent Health, 17 (2),113-119.

Pfost, K.S., Stevens, M.J., & Lum, C.U. (1990). The relationship of demographic variables, antepartum depression and stress to postpartum depression. Journal of Clinical Psychology, 46 (5), 588-592.

Piccinini, C.A., Tudge, J., Lopes, R.C.S., & Sperb, T. (1998). Estudo longitudinal de Porto Alegre: da gestão à escola. (Projeto de Pesquisa). Porto Alegre: Universidade Federal do Rio Grande do Sul.

Radke-Yarrow, M., Nottelmann, E., Belmont, B., & Welsh, J.D. (1993). Affective interactions of depressed and nondepressed mothers and their children. Journal of Abnormal Child Psychology, 21 (6), 683-695.

Reading, R., & Reynolds, S. (2001). Debt, social disadvantage and maternal depression. Social Science & Medicine, 53, 441-453.

Romito, P., Saurel-Cubizolles, M.J., & Lelong, N. (1999). What makes new mothers unhappy: Psychological distress one year after birth in Italy and France. Social Science & Medicine, 49, 1651-1661.

Rutter, (1990). Commentary: some focus and process considerations regarding the effects of parental depression on children. Developmental Psychology, 26, 60-67.

Schwengber, D.D.S., Alfaya, C., Lopes, R.C.S., & Piccinini, C.A. (2003). A orientação interacional como alternativa de intervenção precoce pais-bebê no contexto da depressão materna: Algumas reflexões iniciais. Psico, 34 (2),297-316.

Schwengber, D.D.S., & Piccinini, C.A. (2003). O impacto da depressão pós-parto para a interação mãe-bebê. Estudos de Psicologia, 8 (3),403-411.

Schwengber, D.D.S., & Piccinini, C.A. (2004). Depressão materna e interação mãe-bebê no final do primeiro ano de vida. Psicologia: Teoria e Pesquisa, 20 (3),233-240.

Soifer, R. (1980). Psicologia da gravidez: parto e puerpério. Rio de Janeiro: Vozes.

Stern, D.N. (1997). A constelação da maternidade: o panorama da psicoterapia pais/bebê. Porto Alegre: Artes Médicas.

Szejer, M., & Stewart, R. (1997). Nove meses na vida da mulher: uma abordagem psicanalítica da gravidez e do nascimento. São Paulo: Casa do Psicólogo.

Whiffen, V. (1990). Maternal depressed mood and perceptions of child temperament. Journal of Genetic Psychology, 151 (3), 329-339.

Downloads

Publicado

2005-06-30

Como Citar

SCHWENGBER, D. D. de S., & PICCININI, C. A. . (2005). A experiência da maternidade no contexto da depressão materna no final do primeiro ano de vida do bebê. Estudos De Psicologia, 22(2). Recuperado de https://seer.sis.puc-campinas.edu.br/estpsi/article/view/6743