Subjetividade da saúde, subjetividade política
DOI:
https://doi.org/10.24220/2675-9160v1e2020a5156Palavras-chave:
Filosofia da saúde. Norma. Subjetividade.Resumo
A partir de Georges Canguilhem e Michel Foucault, a subjetividade da saúde não pode ser compreendida como um enfeixamento meramente biológico. A historicidade e a sociabilidade se levantam como determinantes de um sujeito da saúde que é, ao mesmo tempo, sujeito econômico capitalista, sujeito político e sujeito de direito. A especificidade da relação entre o vital e o social, tendo por lastro filosofias contemporâneas críticas como as de Macherey, Lecourt e Edelman, posiciona-se entre as normas de vida dos sujeitos e as normas da Saúde enquanto ordem determinante das formas relacionais presentes.Downloads
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