Influência do tratamento do câncer de mama na funcionalidade do membro superior e no retorno à atividade laboral

Autores

  • Bruna Fraga de Assis ROBERTI Universidade Federal de São Paulo
  • Tânia Terezinha SCUDELLER Universidade Federal de São Paulo
  • Maria Teresa Pace do Amaral Universidade Federal de São Paulo

DOI:

https://doi.org/10.24220/2318-0897v25n2a3564

Palavras-chave:

Fisioterapia. Neoplasias da mama. Retorno ao trabalho.

Resumo

Objetivo
Investigar a influência do tratamento para câncer mamário na funcionalidade do membro superior homolateral à cirurgia e no retorno ao trabalho em mulheres da Baixada Santista.
Métodos
Estudo observacional transversal com 21 mulheres submetidas a tratamento oncológico e fisioterápico. Avaliou-se amplitude de movimento de ombro através da goniometria e foram aplicados questionários de funcionalidade e de retorno ao trabalho. As variáveis momento de início da fisioterapia, fatores dificultadores do retorno ao trabalho, amplitude de movimento e funcionalidade foram verificadas após a divisão da amostra em dois grupos: as que retornaram ao trabalho e as que não retornaram.

Resultados
Amostra homogênea em relação à idade e ao índice de massa corporal. Após tratamento, 10 mulheres retornaram ao trabalho e, destas, 9 relataram dificuldades no retorno devido ao linfedema e à restrição de movimento. A rotação lateral de ombro foi menor (p=0,05) e a funcionalidade significativamente pior (p=0,02) nas mulheres que não retornaram ao trabalho. O tempo médio de início da fisioterapia para aquelas que não retornaram ao trabalho foi 14,3 meses após cirurgia.
Conclusão
O tratamento oncológico teve influência negativa na funcionalidade do membro superior homolateral à cirurgia com consequente prejuízo no retorno ao trabalho. Ainda são necessários mais estudos que verifiquem o processo de recuperação funcional associado ao retorno ao trabalho.


Palavras-chave: Fisioterapia. Neoplasias da mama. Retorno ao trabalho.

Downloads

Não há dados estatísticos.

Biografia do Autor

Bruna Fraga de Assis ROBERTI, Universidade Federal de São Paulo

1 Universidade Federal de São Paulo, Instituto de Saúde e Sociedade, Curso de Fisioterapia. Santos, SP, Brasil.

Tânia Terezinha SCUDELLER, Universidade Federal de São Paulo

Universidade Federal de São Paulo, Curso de Fisioterapia, Departamento de Gestão e Cuidados em Saúde. Campus Baixada Santista, R.
Silva Jardim, 136, Vila Mathias, 11015-020, Santos, SP, Brasil. 

Maria Teresa Pace do Amaral, Universidade Federal de São Paulo

2 Universidade Federal de São Paulo, Curso de Fisioterapia, Departamento de Gestão e Cuidados em Saúde. Campus Baixada Santista, R. Silva Jardim, 136, Vila Mathias, 11015-020, Santos, SP, Brasil. Correspondência para/Correspondence to: MTP AMARAL. E-mail:
<maiteamaral@uol.com.br>.

Referências

Instituto Nacional de Câncer. Estimativa 2016: incidência de câncer no Brasil. Rio de Janeiro: INCA; 2016 [acesso 2016 mar 15]. Disponível em: http://www.inca.gov.br/estimativa/2016/versaofinal.pdf

Shamley D, Lascurain-Aguirrebeña I, Oskrochi R, Srinaganathan R. Shoulder morbidity after treatment for breast cancer is bilateral and greater after mastectomy. Acta Oncol. 2012;51(8):1045-53.

De Groef A, Van Kampen M, Dieltjens E, Christiaens MR, Neven P, Geraerts I, et al. Effectiveness of postoperative physical therapy for upper-limb impairments after breast cancer treatment: A systematic review. Arch Phys Med Rehabil. 2015;96(6):1140-53.

Hidding JT, Beurskens CH, van der Wees PJ, van Laarhoven HW, Nijhuis-van der Sanden MW.Treatment related impairments in arm and shoulder in patients with breast cancer: A systematic review. PLoS One. 2014;9(5):e96748.

Islam T, Dahlui M, Majid HA, Nahar AM, Taib NAM, Su TT. Factors associated with return to work of breast cancer survivors: A systematic review. BMC Public Health. 2014;14(3):1-13.

de Boer AG, Taskila TK, Tamminga SJ, Feuerstein M, Frings-Dresen MH, Verbeek JH. Interven-tions to enhance return-to-work for cancer patients. Cochrane Database Syst Rev. 2015;(9):1-79.

Gandini RC. Câncer de mama: consequências da mastectomia na produtividade. Temas Psicol. 2010;18(2):449-56.

The diagnosis and treatment of peripheral lymphedema: 2013 consensus document of the International Society of Lymphology. Lymphology. 2013;46:1-13.

Orfale AG, Araújo PMP, Ferraz MB, Natour J. Translation into Brazilian Portuguese, cultural adaptation and evaluation of the reliability of the Disabilities of the Arm, Shoulder and Hand Questionnaire. Braz J Med Biol Res. 2005;38(2):293-302.

Peressin LB. Retorno ao trabalho de mulheres sobreviventes do câncer de mama: fatores intervenientes [dissertação]. Campinas: Universidade Estadual de Campinas; 2012.

Agrest A. Categorical data analysis. 2nd ed. Gainesville: Wiley-Interscience; 2002.

Magalhães MN, Lima ACP. Noções de probabilidade e estatística. 6a ed. São Paulo: EdUSP; 2005.

Winer BJ. Statistical principles in experimental design. 3a ed. Colombus (OH): McGraw-Hill; 1991.

Johansen S, Fosså K, Nesvold IL, Malinen E, Fosså SD. Arm and shoulder morbidity following surgery and radiotherapy for breast cancer. Acta Oncol. 2014; 53(4):521-9.

Akahane K, Tsunoda N, Murata T, Fujii M, Fuwa Y, Wada K, et al. An awareness survey of surgeons involved in breast cancer treatment regarding their patients returning to work. Nagoya J Med Sci. 2014;76(3-4):315-22.

Carvalho FN, Bergmann A, Koifman Rj. Functionality in women with breast cancer: The use of international classification of functioning, disability and health (ICF) in clinical practice. J Phys Ther Sci. 2014;26(5):721-30.

Soares EWS, Nagai HM, Bredt LC, Cunha Jr AD, Andrade RJ, Soares GVS. Morbidity after conventional dissection of axillary lymph nodes in breast cancer patients. World J Surg Oncol. 2014;12:67.

Schrier M, Amital D, Arnson Y, Rubinow A, Altaman A, Nissenabaum B, et al. Association of fibro-myalgia characteristics in patients with non-metastatic breast cancer and the protective role of resilience. Rheumatol Int. 2012;32(10):3017-23.

Hua-Ping H, Jian-Rong Z, Zeng Q. Risk factors associated with lymphedema among postmenopausal breast cancer survivors after radical mastectomy and axillary dissection in China. Breast Care. 2012;7(6):461-4.

Togawa K, Ma H, Sullivan-Halley J, Neuhouser ML, Imayama I, Baumgartner KB, et al. Risk factors for self-reported arm lymphedema among female breast cancer survivors: A prospective cohort study. Breast Cancer Res. 2014;16(4):414.

Das N, Baumgartner RN, Riley EC, Pinkston CM, Yang D, Baumgartner KB. Treatment-related risk factors for arm lymphedema among long-term breast cancer survivors. J Cancer Surviv. 2015; 9(3):422-30.

Ibrahim AO, Alawad AA. Risk factors and management of breast cancer-related lymphedema. Int J Med. 2015;3(1):38-40.

Stuiver MM, ten Tusscher MR, Agasi-Idenburg CS, Lucas C, Aaronson NK, Bossuyt PM. Conservative interventions for preventing clinically detectable upper-limb lymphoedema in patients who are at risk of developing lymphoedema after breast cancer therapy. Cochrane Database Syst Rev. 2015; (2):CD009765.

Downloads

Publicado

2017-04-10

Como Citar

ROBERTI, B. F. de A., SCUDELLER, T. T., & Pace do Amaral, M. T. (2017). Influência do tratamento do câncer de mama na funcionalidade do membro superior e no retorno à atividade laboral. Revista De Ciências Médicas, 25(2), 69–76. https://doi.org/10.24220/2318-0897v25n2a3564

Edição

Seção

Artigos Originais