Impacto da cirurgia bariátrica “tipo capella modificado” sobre a perda ponderal em pacientes com obesidade mórbida

Autores/as

  • Daniela Vicinansa Mînaco
  • Vânia Aparecida Leandro Marhi
  • Nilton Aranha
  • Nelson Ary Brandalise

Palabras clave:

cirurgia bariátrica, perda de peso, obesidade mórbida

Resumen

Objetivo

Avaliar a perda ponderal no período pós-operatório de 12 meses, de pacientes submetidos à gastroplastia redutora laparoscópica.

Métodos

Foi realizado um estudo prospectivo com 90 pacientes portadores de obesidade mórbida submetidos a gastroplastia redutora laparoscópica “tipo Capella modificado”. Nos períodos de 3, 6 e 12 meses de pós-operatório, foi aplicado um protocolo próprio, com dados de identificação do paciente e de avaliação nutricional, tais como: peso pré e pós-operatório, altura, índice de massa corporal pré e pós-operatório, peso ideal, excesso de peso e porcentagem de perda de excesso de peso. Para a comparação de medidas entre 2 grupos, foi utilizado o teste de Mann-Whitney e para explicar a variabilidade das medidas em função dos fatores tempo de seguimento, idade e sexo, foi utilizada a análise de variância. As correlações foram realizadas pelo coeficiente de Spearman, sendo adotado nível de significância de 5% (p<0,05).

Resultados

Verificou-se que a maior porcentagem de perda ponderal ocorreu nos primeiros 3 meses de pós-operatório, não havendo diferença significativa da idade entre os sexos (p=0,3948). Já quanto às variáveis estudadas, no período pré-operatório observou-se,diferença significativa para o excesso de peso entre os sexos (p<0,0001), ocorrendo entre os homens o excesso de peso maior. Ao longo do período de seguimento pós-operatório, verificou-se uma perda ponderal na população estudada, embora não significante estatisticamente (p=0,4448 para o sexo feminino e p=0,4256 para o sexo masculino). Foi constatada influência da idade na variabilidade do peso para o sexo feminino (0,0082), não ocorrendo a mesma influência para o sexo masculino (0,0314), ou seja, a idade influenciou só no caso das mulheres. Quanto à análise da porcentagem de perda de excesso de peso, verificou-se que não houve diferença significativa na mudança das porcentagem de perda de excesso de peso entre os sexos; mas, para ambos os sexos, verificou-se mudança significativa na %PEP ao longo do período de seguimento (p<0,0001). Foi encontrada correlação negativa entre idade e porcentagem de perda de excesso de peso (3 meses de pós-operatório: r=-0,12205, p=0,2518; 6 meses de pós-operatório: r=-0,28187, p=0,0071; 12 meses de pósoperatório: r=-0,39382, p=0,0071); ou seja, a partir de 6 meses de pós-operatório, quanto maior a idade, menor a porcentagem de perda de excesso de peso. Tal resultado nos permite supor que a idade dificulta a porcentagem de perda de excesso de peso após a cirurgia.

Conclusão

Segundo os dados obtidos no período estudado, a cirurgia aplicada mostrou-se um método eficaz no tratamento dos obesos mórbidos, sendo fundamental o seguimento pós-operatório para garantir o acompanhamento nutricional, no sentido de promover o aconselhamento dietético adequado ao impacto da perda ponderal.

Descargas

Los datos de descargas todavía no están disponibles.

Citas

Suter M, Giusti V. Surgical options of obesity treatment results and complications. Rev Med Suisse. 2005; 1(12):832-6.

Suter M, Giusti V. lmpact of bariatric surgery on health and quality of life of obese patients. Rev Med Suisse. 2005; 1(12):837-40.

Ogden J, Clementi C, Aylwin S, Patel A. Exploring the impact of obesity surgery on patients health status: a quantitative and qualitative study. Obes Surg. 2005; 15(2):266-72.

Ballantyne GH, Fascrs F. Measuring outcomes following bariatric surgery: weight loss parameters, improvement in co-morbid conditions, change in quality of life and patient satisfaction. Obes Surg. 2003; 13(11):954-64.

World Health Organization. Obesity-Preventing and managing the global epidemie. Geneva: WHO; 1998.

Clinicai guidelines on identification, evaluation, and treatment of overweight and obesity in adults. The evidence report. Bethesda: National lnstitutes of Health; 1998.

Flegal KM, Carroll MD, Ogden CL, Johnson CL. Prevalence and trends in obesity among USA adults, 1999-2000. JAMA. 2002; 288(14):1723-7.

Primeiro Consenso Latino-Americano de Obesidade. Rio de Janeiro; 1998.

National lnstitute of Health Consensus Development Conference Statement. Gastrointestinal surgery for morbid obesity. Am J Clin Nutr. 1992; 55(2): 615s-9s.

O. Raymond JL, Schipke CA, Becker JM, Lloyd RD, Moody FG. Changes in body composition and dietary intake after gastric partitioning for morbid obesity. Surgery. 1986; 99(1):15-9.

Updegraff TA, Neufeld NJ. Protein, iron and folate status of patients prior to and following surgery for morbid obesity. J Am Diet Assoe. 1981; 78(2):135-40.

Maclean LD, Rhode BM, Shizgal HM. Nutrition following gastric operations for morbid obesity. Ann Surg. 1983; 198(3):347-55.

Szego T, Mendes CJL, Bitran A. Derivaçao gastrojejunal por laparoscopia com e sem anel. ln: Garrido AB Jr. Cirurgia da obesidade. Sao Paulo: Atheneu; 2002. p.189-96.

Capella JF, Capella RF. The weight reduction operation of choice: vertical banded gastroplasty or gastric bypass? Am J Surg. 1996; 171(1):74-9.

Cambi MPC, Michels G, Marchesine JB. Aspectos nutricionais e de qualidade de vida em pacientes submetidos à cirurgia bariátrica. Rev Bras Nutr Clin. 2003; 18(1):8-15.

World Health Organization. Physical status: the use and interpretation of anthropometry. Geneve: WHO; 1995. p.452.

Deitei M, Greenstein RJ. Recommendations for reporting weight-loss. Obes Surg. 2003; 13(2):159-60.

Higa KD, Boone KB, Davies OG. Laparoscopic Roux­-en-Y gastric bypass for morbid obesity: technique and preliminary results of our first 400 patients. Arch Surg. 2000; 135(9):1029-33.

The SAS System for Windows (Statistical Analysis System), versão 8.02. Cary, NC: SAS lnstitute lnc; 1999-2001.

Conover WJ. Practical nonparametric statistics. New York: John Wiley & Sons; 1971.

Fleiss JL. Statistical methods for rates and proportions. 2nd ed. New York: John Wiley & Sons; 1981.

Montgomery DC. Design and analysis of experiments. 3rd ed. New York: John Wiley & Sons; 1991.

Faria OP, Pereira VA, Gangoni CMC, Lins RD, Leite S. Obesos mórbidos tratados com gastroplastia redutora com bypass gástrico em Y-de-Roux. Análise de 160 pacientes. Brasília Méd. 2002; 39(1/4):26-34.

Brolin RE. Gastric bypass. Surg Clin North Am. 2001; 81(5):1077-85.

Maclean LD, Rhode BM, Shizgal HM. Gastroplasty for obesity. Surg Gynecol Obstet. 1981; 153(2):200-8.

Rheinhold RB. Criticai analysis of long-term weight­-loss following gastric bypass. Surg Gynecol Obstet. 1982; 155(3):385-94.

Brolin RE, Kender HA, Gorman RC, Cody RP. The dilemma of outcome assessment after operations for morbid obesity. Surgery. 1989; 105(3):337-46.

Garrido ABJr. Cirurgia em obesos mórbidos: expe­ riência pessoal. Arq Bras Endocrinol Metab. 2000; 44(1):106-13.

Segai A, Libanori HT, Azevedo A. Bariatric surgery in a patient with possible psychiatric contraindications. Obes Surg. 2002; 12(4):598-601.

Barreto Villela N, Braghrolli Neto O, Lima Curvello K, Eduarda Paneili B, Seal C, Santos D, et ai. Quality of life of obese patients submitted to bariatric surgery. Nutr Hosp. 2004; 19(6):367-71.

Westling A, Gustavsson S. Laparoscopic versus open roux-en-y gastric bypass: a prospective randomized triai. Obes Surg. 2001; 11(9):284-92.

Publicado

2006-08-31

Cómo citar

Mînaco, D. V., Marhi, V. A. L., Aranha, N., & Brandalise, N. A. (2006). Impacto da cirurgia bariátrica “tipo capella modificado” sobre a perda ponderal em pacientes com obesidade mórbida. Revista De Ciências Médicas, 15(4). Recuperado a partir de https://seer.sis.puc-campinas.edu.br/cienciasmedicas/article/view/1099

Número

Sección

Artigos Originais