Espécies e suscetibilidade antifúngica in vitro de leveduras isoladas em unhas de pacientes com vírus da imunodeficiência humana
Palabras clave:
Antimicóticos, Candida, HIV, OnicomicoseResumen
Objetivo
Identificar leveduras do gênero Candida responsáveis por onicomicose e as respectivas suscetibilidades antifúngicas in vitro em pacientes ambulatoriais com vírus da imunodeficiência humana e alterações ungueais sugestivas de onicomicose.
Métodos
Avaliaram-se 23 cepas de leveduras isoladas de 21 amostras ungueais das mãos e/ou pés. As colônias foram identificadas por CHROMagar Candida® e testes padrões. Para o antifungigrama, utilizou-se o ATB-Fungus 3®, e quando o fluconazol apresentou resistência neste kit, utilizou-se, para confirmação, o teste de disco difusão.
Resultados
Em dois casos houve infecção mista por duas espécies de Candida. Das 23 espécies, 48% eram C. albicans, 26% C. parapsilosis, 8,5% C. tropicalis, 8,5% C. glabrata, 4,3% C. guilliermondii e 4,3% C. famata. Nos testes de suscetibilidade, 48% das espécies apresentaram resistência aos azólicos, sendo 36% C. albicans e 64% espécies não albicans. Todas as cepas resistentes ao fluconazol no ATB-Fungus 3® apresentaram resistência no método de disco difusão. Pacientes com cepas resistentes utilizaram antifúngicos previamente para tratamento de candidíase oral ou onicomicose recorrente.
Conclusão
Candida albicans é a espécie mais isolada nos casos de onicomicoses causadas por leveduras do gênero Candida em unhas de pacientes com vírus da imunodeficiência humana. Entretanto, neste grupo de pacientes, as espécies não albicans isoladas nas unhas mostram-se menos suscetíveis aos azólicos. A resistência das leveduras ao fluconazol, droga frequentemente utilizada para candidíase, pode ter sido consequência de seu uso prévio. Desta forma, os antifúngicos devem ser utilizados com cautela e apenas quando houver certeza do diagnóstico micológico e da suscetibilidade antifúngica.
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