Esofagectomia submucosano tratamento do megaesôfago avançado

Autores/as

  • José Luís Braga de Aquino
  • José Alfredo Reis Neto
  • Cirilo Luís Pardo Meo Muraro
  • José Gonzaga Teixeira de Camargo

Palabras clave:

cirurgia do esofago, esofagectomia, acalasia esofagica

Resumen

A ressecção do esôfago sem toracotomia vem sendo utilizada com maior frequência, nos últimos anos, para as afecções benignas, sobretudo no megaesôfago avançado. Essa via de acesso, embora apresente a vantagem de evitar o comprometimento da dinâmica pulmonar, não é isenta de complicações. Dentre essas, destaca-se a abertura da pleura, com o consequente hemopneumotórax, além da potencial agressão a outros órgãos no nível do mediastino, com morbidade pós-operatória muitas vezes expressiva. Por sua vez, no megaesôfago avançado, a esofagite de estase predispõe à instalação de carcinoma. Com base nessas considerações, foi proposta, previamente em animais e em cadáver humano, a retirada da mucosa e subrnucosa do esôfago, mediante sua invaginação completa, sem toracotomia. Os resultados, bastante satisfatórios na cirurgia experimental, estimularam a continuação nessa linha de pesquisa, iniciando-se a experiência na área clínica. Assim, o presente trabalho teve por objetivo demonstrar, através de uma análise pormenorizada, a técnica da retirada da mucosa do esôfago pelo descolamento submucoso da sua túnica muscular, conservando-a por inteiro, no nível do mediastino. Esse procedimento foi realizado pela via cervicoabdominal em 60 pacientes portadores do megaesôfago grau III ou IV. Efetuou-se a reconstrução do trânsito gastrintestinal, transpondo o estômago pelo mediastino posterior, por dentro da túnica muscular ou pela via retrosternal. Este estudo permitiu as seguintes conclusões: 1) a ressecção da mucosa pelo plano submucoso, mediante a invaginação, mostrou ser de execução simples e viável em 98,4% dos casos; 2) houve pouca perda de sangue, no intra ou no pós-operatório imediato, cuja origem fosse do leito da túnica muscular esofágica remanescente no nível mediastinal; 3) houve baixa incidência de complicações pleuropulmonares (5,0%); 4) a continuidade do trato gastrintestinal pôde ser restabelecida mediante transposição do estômago, através do tubo muscular esofágico remanescente, na maioria dos pacientes com megaesôfago grau IV.

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Publicado

2002-11-29

Cómo citar

Aquino, J. L. B. de, Reis Neto, J. A., Muraro, C. L. P. M., & Camargo, J. G. T. de. (2002). Esofagectomia submucosano tratamento do megaesôfago avançado. Revista De Ciências Médicas, 11(3). Recuperado a partir de https://seer.sis.puc-campinas.edu.br/cienciasmedicas/article/view/1288

Número

Sección

Artigos Originais