Associação entre autopercepção de saúde, estado nutricional e qualidade de vida de idosos

Authors

DOI:

https://doi.org/10.24220/2318-0897v27n1a3959

Keywords:

Estado nutricional. Idoso. Percepção. Qualidade de vida. Saúde.

Abstract

Objetivo
Este estudo teve como objetivo avaliar a relação entre autopercepção de saúde, dados sociodemográficos, estado nutricional e percepção da qualidade de vida.
Métodos
A pesquisa foi realizada com 110 idosos em acompanhamento em duas Unidades Básicas de Saúde do município de Vinhedo, São Paulo. A coleta de dados consistiu em: mensuração das medidas antropométricas (peso, altura e circunferência da cintura), aplicação de questionário semiestruturado sobre características sociodemográficas, autopercepção de saúde, Mini Avaliação Nutricional e questionário abreviado de qualidade de vida World Health Organization Quality of Life-bref. Foi realizada análise de conglomerados pelo método de partição, estabelecendo a priori a criação de dois clusters. A análise comparativa da composição dos conglomerados obtidos foi feita a partir dos testes Qui-Quadrado e Mann-Whitney.
Resultados
Os resultados indicaram que as variáveis que mais contribuíram na formação dos clusters foram domínio psicológico (R2=0,4319), domínio meio ambiente (R2=0,3403) e qualidade de vida global (R2=0,5604). A composição dos conglomerados, no Cluster 1, foi de idosos com pior autopercepção de saúde, do gênero feminino, com menor escolaridade (analfabetos + até oito anos), acentuada ou moderada redução da ingestão alimentar, inadequado consumo de líquidos (até cinco copos/dia) e menor pontuação nos quatro domínios e na qualidade de vida global do questionário World Health Organization Quality of Life-bref. Já o Cluster 2 foi composto por idosos com melhor autopercepção de saúde, do gênero masculino, com escolaridade superior a oito anos, adequada ingestão alimentar, consumo de líquidos maior que cinco copos/dia e maior pontuação nos quatro domínios e na qualidade de vida global do questionário World Health Organization Quality of Life-bref.
Conclusão
A pesquisa concluiu ser importante avaliar a autopercepção de saúde em idosos, bem como os fatores que a influenciam, como o estado nutricional e a percepção da qualidade de vida, a fim de realizar ações sociais e de saúde que satisfaçam os desejos e necessidades desse grupo populacional.

Downloads

Download data is not yet available.

Author Biography

Cássia de Almeida Merlo Garcia, Unicamp

Sou nutricionista pela PUC - Campinas, com duas especializações em Nutrição Cl'inica e mestra em gerontologia pela Unicamp

References

United Nations. Current status of the social situation, wellbeing, participation in development and rights of older persons worldwide. New York: United Nations; 2011 [cited 2014 Apr 4]. Available from: http://www.un.org/esa/socdev/ageing/documents/publications/current-status-older-persons.pdf

Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística. Projeção da população por sexo e idades. Rio de Janeiro: IBGE; 2013 [acesso 2013 mar 10]. Disponível em: http://www.ibge.gov.br/home/estatistica/projecao_da_populacao/2013/default_tab.shtm

Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística. Distri-buição da população por sexo, segundo os grupos de idade. Rio de Janeiro: IBGE; 2010 [acesso 2013 maio 5]. Disponível em: http://www.ibge.gov.br

Chachamovich E. Qualidade de vida em idosos: desenvolvimento e aplicação do módulo WHOQOL-OLD e teste do desempenho do instrumento WHOQOL-bref em uma amostra de idosos brasileiros [dissertação]. Porto Alegre: Universidade Federal do Rio Grande do Sul; 2005.

Institute of Medicine. State of the USA Health Indicators: Letter Report. Washington (DC): The National Academies Press; 2009 [cited 2014 Jan 28]. Available from: http://scholar.harvard.edu/files/davidrwilliams/ files/2008-the_state_of-williams.pdf

Silva RJS, Smith-Menezes A, Tribess S, Rómo-Perez V, Virtuoso Júnior JS. Prevalência e fatores associados à percepção negativa da saúde em pessoas idosas no Brasil. Rev Bras Epidemiol. 2012;15(1):49-62.

Najas MS, Andreazza R, Souza ALM, Sachs A, Guedes ACB, Sampaio LR, et al. Padrão alimentar de idosos de diferentes estratos socioeconômicos residentes em localidade urbana da região sudeste, Brasil. Rev Saúde Pública. 1994;28(3):187-91.

Lakdawalla DN, Goldman DP, Shang B. The health and cost consequences of obesity among the future elderly. Health Aff. 2005;24(Suppl 2):30-41.

Campos MTFS, Monteiro JBR, Ornelas APRC. Fatores que afetam o consumo alimentar e a nutrição do idoso. Rev Nutr. 2000;13(3):157-65. http://dx.doi.org/10.1590/S1415-52732000000300002

Ferriolli E, Moriguti JC, Paiva CE, Miranda SC, Tannus AFS, Rigo R, et al. Aspectos do metabolismo energético e proteico em idosos. Rev Soc Bras Alim Nutr. 2000;19/20:19-30.

Guigoz Y, Vellas B. Garry PJ. Assessing the nutritional status of the elderly: The Mini Nutritional Assessment as part of the geriatric evaluation. Nutr Rev. 1996;54(1Suppl):59-65.

Ramos LR. Fatores determinantes do envelhecimento saudável em idosos residentes em centro urbano: Projeto Epidoso, São Paulo. Cad Saúde Pública. 2003;19(3):793-8.

Coons SJ, Rao S, Keininger DL, Hays RD. A comparative review of generic quality-of-life instruments. Pharmacoeconomics. 2000;17(1):13-35.

Campos MO, Neto Rodrigues JF. Qualidade de vida: um instrumento para promoção de saúde. Rev Baiana Saúde Pública. 2008;32(2):232-40.

Peláez M, Palloni A, Pinto G, Arias, E. Encuesta Multicêntrica Salud Bienestar y Envejecimiento (SABE) en América Latina y el Caribe: Informe preliminar. Anales da XXXVI Reunión del Comitê Asesor de Investigaciones en Salud; 2001 Jul 9-11; Kingston, Jamaica. Washington (DC): Organización Panamericana de la Salud; 2001 [acceso 2014 abr 15]. Disponible en: http://envejecimiento.csic.es/documentos/documentos/paho-salud-01.pdf

World Health Organization. Obesity: Preventing and managing the global epidemic. Geneva: WHO; 2000 [cited 2014 Mar 21]. Available from: http://www.who.int/nutrition/publications/obesity/WHO_TRS_894/en/

Nestlé Nutrition Institute. Um guia para completar a Mini Avaliação Nutricional®. Nestlé Nutrition Institute [acesso 2013 nov 6]. Disponível em: http://www.mna-elderly.com/forms/mna_guide_portuguese.pdf

Federal Interagency Forum on Ageing-Related Statistics. Older Americans 2012: Keys indicators of well-being. Washington (DC): Government Printing Office; 2012 [cited 2015 May 4]. Available from: http://www.aarp.org/content/dam/aarp/livable-communities/learn/demographics/older-americans-2012-key-indicators-of-well-being-aarp.pdf

Fonseca MGUP, Firmo JOA, Filho AIL, Uchôa E. Papel da autonomia na autoavaliação da saúde do idoso. Rev Saúde Pública. 2010;44(1):159-65.

Confortin SC, Giehl MWC, Antes DL, Schneider IJC, d’Orsi E. Autopercepção de saúde positiva em idosos: estudo populacional no sul do Brasil. Cad Saúde Pública. 2015;31(5):1049-60.

Pagotto V, Nakatani AYK, Silveira EA. Fatores associados à autoavaliação de saúde ruim em idosos usuários do Sistema Único de Saúde. Cad Saúde Pública. 2011;27(8):1593-602.

Lebrão ML, Laurenti R. Condições de saúde. In: Lebrão ML, Duarte YAO, organizadores. SABE-Saúde, Bem-Estar e Envelhecimento: o projeto SABE no município de São Paulo: uma abordagem inicial. Brasília: Organização Pan-Americana de Sáude; 2003 [acesso 2014 abr 15];73-92. Disponível em: http://www.ciape.org.br/artigos/projeto_sabe.pdf

Spitzer DL. Engendering health disparities. Can J Public Health. 2005;96(Suppl 2):S78-96.

Souza MC, Otero UB, Almeida LM, Turci SRB, Figueiredo VC, Lozana JA. Autoavaliação de saúde e limitações físicas decorrentes de problemas de saúde. Rev Saúde Pública. 2008;42(4):741-9.

Abreu WC, Franceschini SCC, Tinoco ALA, Pereira CAS, Silva MMS. Inadequação no consumo alimentar e fatores interferentes na ingestão energética de idosos matriculados no programa municipal da terceira idade de Viçosa (MG). Rev Baiana de Saúde Pública. 2008;32(2):190-202.

Elmadfa I, Meyer AL. Body composition, changing physiological functions and nutrient requirements of the elderly. Ann Nutr Metab. 2008;52(Suppl 1):2-5.

Van der Meij BS, Wijnhoven HAH, Finlayson GS, Oosten BSH, Visser M. Specific food preferences of older adults with a poor appetite: A forced-choice test conducted in various care settings. Appetite. 2015;90:168-75.

Santos ALM, Amaral TMSPF, Borges NPGFB. Undernutrition and associated factors in a Portuguese older adult community. Rev Nutr. 2015;28(3):231-40. http://dx.doi.org/10.1590/1415-52732015000300001

Palmer MH, Marquez CS, Kline KV, Morris E, Linares B, Carlson BW. Hydrate for health: Listening to older adult’s need for information. J Gerontol Nurs. 2014;40(10):24-30.

Paskulin L, Vianna L, Molzahn AE. Factors associated with quality of life of Brazilian older adults. Int Nurs Rev. 2009;56(1):109-15.

Xavier FMF, Ferraz MPT, Marc N, Escosteguy NU, Moriguchi EH. Elderly people’s definition of quality of life. Rev Bras Psiquiatr. 2003;25(1):31-9.

Borglin G, Jakobsson U, Edberg A, Hallberg IR. Older people in Sweden with various degrees of present quality of life: Their health, social support, everyday activities and sense of coherence. Heal Soc Care Community. 2006;14(2):136-46.

Vagetti AL, Moreira NB, Barbosa Filho VC, Oliveira V, Cancian CF, Mazzardo O, et al. Domínios da qualidade de vida associados à percepção de saúde: um estudo com idosas de um programa de atividade física em bairros de baixa renda de Curitiba, Paraná, Brasil. Ciênc Saúde Colet. 2013;18(12):3483-93.

Published

2018-08-31

How to Cite

Garcia, C. de A. M., Moretto, M. C., & Guariento, M. E. (2018). Associação entre autopercepção de saúde, estado nutricional e qualidade de vida de idosos. Revista De Ciências Médicas, 27(1), 11–22. https://doi.org/10.24220/2318-0897v27n1a3959