Análise do uso racional de medicamentos anti-hipertensivos utilizados em hospital-escola
Palavras-chave:
Anti-hipertensivos, Comorbidade, Interações de medicamentos, TerapêuticaResumo
Objetivo
Verificar quais são os anti-hipertensivos mais prescritos para pacientes em seguimento ambulatorial, avaliando a racionalidade das prescrições e interações farmacológicas. Determinar, na amostra, a prevalência de comorbidades e complicações associadas à hipertensão arterial sistêmica.
Métodos
Foi realizada análise retrospectiva em 543 prontuários de pacientes com diagnóstico de hipertensão arterial sistêmica, em seguimento ambulatorial no período compreendido entre 2000 e 2007. Para o levantamento dos dados, utilizou-se
um questionário composto de idade, tempo de diagnóstico, medicamentos utilizados, adesão terapêutica, presença de comorbidades e reações adversas.
Resultados
A idade variou entre 20 e 95 anos, sendo 49,0% homens e 51,0% mulheres. A monoterapia foi verificada em 23,4% dos pacientes, 42,2% estavam utilizando dois medicamentos, 25,4% utilizavam três e 9,0% quatro ou mais. O medicamento
prevalente foi o captopril (65,0%), seguido de hidroclorotiazida (44,4%) e propranolol (28,4%). As associações mais comuns foram captopril com hidroclorotiazida (32,7%) e captopril com propranolol (22,1%). Dislipidemia foi a comorbidade mais frequente (44,2%). Quanto às lesões de órgãos-alvo (retino, nefro ou cardiopatia), houve prevalência de apenas uma destas complicações (31,0%). A margem de erro para a estimativa de proporção realizada é de 4,0%, com um intervalo de confiança de 95,0%.
Conclusão
A utilização de dois medicamentos para o controle da pressão arterial mostrou-se prevalente, sendo os medicamentos mais utilizados os inibidores da enzima conversora de angiotensina e sua associação com diuréticos ou betabloqueadores. A disponibilidade dos medicamentos na rede pública parece ser o principal fator determinante na prescrição.
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