Fatores associados à mortalidade materna em Campinas, estado de São Paulo
Palavras-chave:
morte materna, fatores de risco, saude reprodutivaResumo
Introdução
Apesar da tendência genérica de diminuição da mortalidade materna neste século, decorrente dos progressos na prática obstétrica, anestesia, medicamentos, hemoterapia e laboratório, ela permanece ainda elevada na maioria dos países em desenvolvimento.
Objetivo
Pelo quase total desconhecimento dos fatores determinantes da ocorrência de mortes maternas, considerou-se oportuno estudar os fatores associados a estas mortes.
Método
Foram analisadas as declarações de óbito de mulheres entre 1 O e 49 anos de idade, residentes no município de Campinas, falecidas no período entre 1985 e 1991. Para os 62 casos confirmados de morte materna, foram coletadas informações referentes às condições socioeconômicas, da gravidez, do parto, do puerpério e do óbito. Estes dados foram comparados aos de um grupo controle de 248 gestantes que foram internadas no mesmo período e que não faleceram, com um desenho de estudo caso-controle. Para cada fator estudado, estimaram-se o risco pelo Odds Ratio e seu respectivo IC95%, seguidos de uma análise de regressão logística não condicional.
Resultados
As mortes maternas estiveram mais associadas com a idade materna elevada, com o tipo de seguro de saúde por convênio ou privado, com a detecção de complicações durante o pré-natal e com o parto por cesárea.
Downloads
Referências
World Health Organization. Revised 1990 estimates of maternal mortality. A new approach by WHO and UNICEF. Geneve: WHO; 1996.
Sai FT, Nassin J. The need for a reproductive health approach. lnt J Gynaecol Obstet 1989; 3:103-13.
Loudon 1. Obstetric care, social class and maternal mortality. Br Med J 1986; 293:606-8.
Royston E, Armstrong S. Preventing maternal deaths. Geneve: WHO; 1989.
Cecatti JG, Albuquerque RM, Hardy E, Faúndes A. Mortalidade materna em Recife. Causas de óbitos maternos. Rev Bras Ginecol Obstet 1998; 20(1 ):7-11.
Pazero LC, Marcus PAF, Vega CEP, Boyaciyan K, Barbosa SA. Estudo da mortalida de materna no município de São Paulo durante o ano de 1996. Rev Bras Ginecol Obstet 1998; 20(7):395-403.
Cecatti JG, Faúndes A, Surita FGC. Maternal mortality in Campinas. Evolution, under-registration and avoidance. São Paulo Med J 1999; 117:5-12.
Parpinelli MA, Faúndes A, Surita FGC, Pereira BG, Cecatti JG. Mortalidade materna na cidade de Campinas, no período de 1992 a 1994. Rev Bras Ginecol Obstet 1999; 21 :227-32.
Faúndes A, Cecatti JG. Which policy for Caesarean section in Brazil. An analysis of trends and consequences. Health Policy and Planning 1993; 8(1 ):33-42.
Petitti DB, Cefalo RC, Shapiro S, Whalley P. ln hospital maternal mortality in the U.S. Time trends and relation to method of delivery. Obstet Gynecol 1982; 59:6-12.
Laguardia KD, Rotholz MV, Belfort P. A 10-year review of maternal mortality in a Municipal Hospital in Rio de Janeiro: a cause for concern. Obstet Gynecol 1990; 75:27-32.
Laurenti R. Maternal mortality in Latin American urban areas: the case of São Paulo, Brazil. Buli Pan Am Health Organ 1993; 27(3):205-14.
World Health Organization. Studying maternal mortality in developing countries. Rates and causes. A guidebook. Geneve: WHO; 1987.
Laurenti R. Marcos referenciais para estudos e investigações em mortalidade materna. Rev Saúde Pública 1988; 22:507-1 O.
Cox DR. The analysis of binary data. London: Methuen; 1970.
Campbell OMR, Graham WJ. Measuring maternal mortality and morbidity: leveis and trends. London: London School of Hygiene & Tropical Medicine; 1990.
Braga LFCO, Nazareno ER, Fanini ML, Carvalho MTW, Soares VMN, Hirata VM. Relatório do comitê de morte materna do Paraná, 1990. Femina 1992; 20: 186-95.
Berg CJ, Chang J, Callaghan WM, Whitehead SJ. Pregnancy-related mortality in the United States, 1991-1997. Obstet Gynecol 2003; 101 (2):289-96.
