A moral lockeana entre a razão e a revelação | Morality in Locke between reason and revelation

Autores

DOI:

https://doi.org/10.24220/2447-6803v43n1a4135

Palavras-chave:

Locke. Moral. Razão. Revelação.

Resumo

Neste artigo analisa-se a questão da moral dentro da relação entre razão e revelação. Em um certo momento do “Ensaio”, Locke propõe, en passant, que a moral poderia ser conhecida racionalmente. Porém, apesar de explicitamente nunca ter abandonado essa tese, ele não a desenvolveu suficientemente em nenhum lugar, dedicando-se, antes, a explorar outras vertentes para a fundamentação da moral. Uma delas seria buscar apoio para as verdades morais em textos tidos como revelações genuínas. Essas últimas – e, novamente, em particular, a revelação cristã –, forneceriam diretamente ao homem um corpo consistente de regras morais que orientam o homem a ser feliz nessa vida e na vida futura. No livro II do “Ensaio”, Locke desenvolve em razoável detalhe – e de forma um tanto inesperada, visto que ele é dedicado à questão epistemológica específica da origem das ideias –, a perspectiva da vida futura como relevante para a moralidade. Nota-se nesse ponto a possibilidade de uma interpretação que se poderia, em certo sentido, classificar como “utilitarista” da moral. Mesmo neste caso, o papel da razão diante de uma revelação com conteúdo moral continua sendo, se esse caminho for seguido, o de constatar a procedência divina da revelação.

Downloads

Não há dados estatísticos.

Biografia do Autor

Ramiro Marinelli Duarte, Pontifícia Universidade Católica de Campinas

Pontifícia Universidade Católica de Campinas, Centro de Ciências Humanas e Sociais Aplicadas, Faculdade de Teologia. R. Professor Doutor Euryclides de Jesus Zerbini, 1516, Parque Rural Fazenda Santa Cândida, 13087-571, Campinas, SP, Brasil.

Referências

FORDE, S. What does Locke expect us to know? The Review of Politics, v.68, n.2, p.232-258, 2006.

FORDE, S. Mixed modes in John Locke’s moral and political philosophy. The Review of Politics, v.73, n.1, p.581-608, 2011.

LOCKE, J. The works of John Locke. London: Thomas Tegg, 1823. 10v. p.140-157. Available from: <http://socserv.socsci.mcmaster.ca/~econ/ugcm/3ll3/locke/index.html>. Cited: May 2, 2018.

LOCKE, J. The philosophical works and selected correspondence of John Locke. Oxford: Clarendon Press, 1976. 8v. (Past Masters). Available from: <http://socserv.socsci.mcmaster.ca/econ/ugcm/3ll3/locke/index.html>. Cited: May 2, 2018.

LOCKE, J. La ley de la naturaleza. Madrid: Editorial Tecnos, 2007. p.38.

LOCKE, J. Ensaio sobre o entendimento humano. São Paulo: Martins Fontes, 2012. p.48-793.

NUOVO, V. John Locke writings on religion. Oxford: Oxford University Press, 2002. p.9. Introduction.

OSTRENSKY, E. John Locke entre o céu e o inferno. Integração, ano XII, n.47, p.369-376, 2006.

RUSSO, R. Ragione e ascolto: L’ermeneutica di John Locke. Napoli: Guida editori, 2001. p.101.

SCHNEEWIND, J.B. Locke’s moral philosophy. In: CHAPPELL, V. (Ed.). The Cambridge companion to Locke. Cambridge: Cambridge University Press, 1994. p.199-244.

SHERIDAN, P. Locke’s moral philosophy. Palo Alto: Stanford Encyclopedia of Philosophy. 2014. p.6. Available from: <http://plato.stanford.edu/archives/sum2014/entries/locke-moral>. Cited: Apr. 5, 2016.

WALSH, J. Locke: Ethics. [S.l.]: Internet Encyclopedia of Philosophy, [2016?]. Available from: <http://www.iep.utm.edu/locke-et>. Cited: Apr. 5, 2016.

WILSON, C. The moral epistemology of Locke’s Essay. In: NEWMAN, L. (Ed.). The Cambridge Companion to Locke’s “Essay concerning human understanding”. Cambridge: Cambridge University Press, 2007. p.381-405.

YOLTON, J. Locke and the compass of human understanding. Cambridge: Cambridge University Press, 1970. p.164-172.

Downloads

Publicado

2018-10-29

Como Citar

Duarte, R. M. (2018). A moral lockeana entre a razão e a revelação | Morality in Locke between reason and revelation. Reflexão, 43(1), 109–123. https://doi.org/10.24220/2447-6803v43n1a4135

Edição

Seção

Artigos: Temática Livre