“Não contavam com a minha astúcia”

entre as guerras indiretas, as guerras híbridas e as políticas contenciosas nas redes sociais

Autores

DOI:

https://doi.org/10.24220/2595-9557v5e2022a5636

Palavras-chave:

Guerras Indiretas, Movimentos Socioterritoriais, Política Contencios, Território

Resumo

Enquadradas como guerras de Novo Tempo ou de Quarta-Geração, as Guerras Híbridas são um tipo de conflito que tem sido cada vez mais estudado devido ao seu caráter de inovação em relação aos outros formatos e gerações de guerras. Marcadas pela incerteza, assimetria e não linearidade, elas se estruturam em um campo no qual as conectividades proporcionadas, especialmente pela Internet, apontam a necessidade de contestar e superar a crença de que as redes sociais seriam um hiato ou
autônomas em relação ao espaço. Visto isso e a relação entre território, circulação de informações e o desenvolvimento das guerras indiretas, o presente artigo pretende refletir o fenômeno das guerras indiretas e o desenvolvimento das políticas contenciosas que, via os movimentos socioterritoriais de esquerda, adquirem caráter subversivo. Para isso, este artigo foi dividido em três tópicos diferentes, abordando em primeiro lugar o contexto que permite a existência da Guerra Híbrida e o que a justifica; no segundo momento, o desenvolvimento das políticas contenciosas; e, no terceiro, tem como objetivo provocar a análise sobre estes conflitos em transformação.

Downloads

Não há dados estatísticos.

Referências

Andrade, M. C. Lutas camponesas no Nordeste. São Paulo: Editora Ática, 1986.

Aylwin, J. Los conflictos en el territorio mapuche: antecedentes y perpectivas. Revista Perspectivas, v. 3, p. 277-300, 2000.

Brzezinski, Z. The Grand Chessboard: American Primacy and its geostrategic imperatives. New York: Basic Books, 1997.

Castells, M. A sociedade em rede. São Paulo: Paz e Terra, 2000.

Castells, M. A galáxia da Internet: reflexões sobre a Internet, os negócios e a sociedade. Rio de Janeiro: Zahar, 2003.

Castells, M. Redes de indignación y esperanza. Madrid: Alianza Editorial, 2012.

Castro, J. Sete palmos de terra e um caixão: ensaio sobre o Nordeste, área explosiva. São Paulo: Brasiliense, 1967.

Clausewitz, C. V. Da Guerra. Princeton: University of Princeton Press, 2018.

Cumbers, A.; Routledge, P. The entangled geographies of global justice networks. Progress in Human Geography, v. 32, n. 183, p. 183-201, 2008.

Deere, C. D.; Leon, M. Género, propiedad y empoderamiento: tierra, estado y mercado en América Latina. México D.F: Universidad Nacional Autónoma de México, 2002.

Domingues, J. M. Os movimentos sociais latino-americanos: características e potencialidades. Análise de Conjuntura OPSA, n. 2, p. 1-12, 2007.

Fernandes, B. M. A formação do MST no Brasil. Petrópolis: Vozes, 2000.

Fernandes, B. M. Movimentos socioterritoriais e movimentos socioespaciais. Observatório Social de América Latina, ano 6, n. 16, p. 273-284, 2005.

Foschiera, A. A. Da barranca do rio para a periferia dos centros urbanos: a trajetória do Movimento dos Atingidos por Barragens face às políticas do setor elétrico no Brasil. 2009. Tese. 344 f. (Doutorado em Geografia) – Universidade Estadual Paulista Júlio de Mesquita Filho, Presidente Prudente, 2009.

Gohn, M. G. Reivindicações populares urbanas. São Paulo: Cortez Editora, 1982.

Gohn, M. G. Teoria dos movimentos sociais: paradigmas clássicos e contemporâneos. São Paulo: Edições Loyola, 2009a.

Gohn, M. G. Novas Teorias dos movimentos sociais. São Paulo: Edições Loyola, 2009b.

Gohn, M. G. Movimentos sociais e redes de mobilização civis no Brasil contemporâneo. Petrópolis: Editora Vozes, 2010.

Gutierrez, C. J.; Lorini, I. A trilha de Morales: novo movimento social indígena na Bolívia. Novos Estudos: CEBRAP, v. 77, p. 49-70, 2007.

Hammes, T. X. Fourth Generation Warfare Evolve. FIFTH EMERGES, 2016. Disponível em: http://www.da-ic.org/5gen/2016/08/25/colonel-thomas-xhammes-fourthgeneration-warfare-evolves-fifth-emerges/. Acesso em: 1 ago. 2020.

Harvey, D. Justice, nature, and geography of difference. Oxford: Blackwell Publishers, 1996.

Harvey, D. O Novo Imperialismo. São Paulo: Edições Loyola, 2014.

Korybko, A. Guerras Híbridas: a abordagem indireta com vistas à troca de regime. Moscou: People’s Friendship University of Russia, 2015.

Korybko, A. Guerras Híbridas: das revoluções coloridas aos golpes. São Paulo: Expressão Popular, 2018.

Kozinets, R. V. The field behind the screen: using netnography for marketing research in online communities. Journal of Marketing Research, v. 39. n. 1, p. 61-72, 2002.

Leitner, H.; Sheppard, E.; Sziarto, K. The spatialities of contentious politics. Transactions of the institute of British Geographers, v. 33, n. 2, p. 157-172, 2008.

Leirner, P. C. O Brasil no espectro de uma Guerra Híbrida: militares, operações psicológicas e política em uma perspectiva etnográfica. São Paulo: Alameda, 2020.

Lind, W. S. et al. The changing face of war: into the fourth generation. Marine Corps Gazette, v. 73, p. 22-26, 1989.

Mackinder, H. The Geographical Pivot of History. The Royal Geographical Society, v. 170, n. 4, p. 298-321, 2004.

Mahan, A. T. The influence of Sea Power upon History: 1660-1783. Boston: University Press, 1890.

Mann, S. Chaos Theory and Strategic Thought. [S.l.:s.n.], 1992. Disponível em: https://apps.dtic.mil/sti/pdfs/ADA528321.pdf

Maricato, E. et al. Cidades rebeldes: passe livre e as manifestações que tomaram as ruas do Brasil. São Paulo: Boitempo, 2013.

Melucci, A. A Invenção do Presente: movimentos sociais nas sociedades complexas. Petrópolis: Editora Vozes, 2001.

Michi, N. Movimientos campesinos y educación: estudio sobre el Movimento de trabajadores Rurales Sin Tierra de Brasil y el Movimiento Campesino de Santigo del Estero MOCASE-VC. Buenos Aires: Editoral El

Coletivo, 2010.

Moreira, R. O movimento operário e a questão cidade-campo no Brasil. Rio de Janeiro: Vozes, 1984.

Monteiro, N. S. Guerras de quarta geração. Revista Militar, n. 2591, p. 1001-1014, 2017. Disponível em: https://www.revistamilitar.pt/artigo/1288. Acesso em: 1 ago. 2021.

Mizubuti, S. O movimento associativo de bairro em Niterói (RJ). 1986. Tese. 291 f. (Doutorado em Geografia) – Universidade de São Paulo, São Paulo, 1986.

Nicholls, W. Place, networks, space: theorising the geographies of social movements. Transactions of the institute of British Geographers, v. 34, n. 1, p. 78-93, 2009.

Nicholls, W. The geographies of social movements. Geography Compass, v. 1, n. 3, p. 607-622, 2007.

Oliveira, A. U. A Geografia das lutas no campo. São Paulo: Contexto, 1988.

Ornelas, R. A autonomia como eixo da resistência zapatista: do levante armado ao nascimento dos caracoles. In: Ceceña, A. E. (org.). Hegemonias e emancipações no século XXI. São Paulo: CLACSO, 2005. p. 129-167.

Passos, R. D. F. Clausewitz e a política: uma leitura da Guerra. 2005. Tese. 122 folhas. (Doutorado em Geografia) – Universidade de São Paulo, São Paulo, 2005.

Pedon, N. R. Movimentos socioterritoriais: uma contribuição conceitual à pesquisa geográfica. 2009. Tese. 240 f. (Doutorado em Geografia) – Universidade Estadual Paulista Júlio de Mesquita Filho, Presidente Prudente, 2009.

Quijano, A. El laberinto de América Latina: ¿Hay otras salidas? Journal of Iberian and Latin American Research, v. 10, n. 2, p. 173-196, 2004.

Quijano, A. Estado-nación y “movimientos indígenas en la región Andina: cuestiones abiertas. Analisis, n. 19, 2006.

Recuero, R. C. Teoria das Redes e Redes Sociais na Internet. In: Encontro dos Núcleos de Pesquisa da XXVII INTERCOM, 4., 2004, Porto Alegre. Anais [...]. São Paulo: Intercom, 2004. p. 1-15, 2004. Disponível em: http://

www.portcom.intercom.org.br/pdfs/121985795651418859729998795470196200751.pdf. Acesso em: 27 de junho de 2022.

Routledge, P. Convergence space: process geographies of grassroots globalization networks. Royal Geographical Society, v. 28, n. 3, p. 333-349, 2003.

Routledge, P. Putting politics in its place: Balipal, India, as a terrain of resistance. Political Geography, v. 11, n. 6, p. 588-611, 1992.

Santaella, L. Mídias locativas: a Internet móvel de lugares e coisas. Revista FAMECOS, v. 15, n. 35, p. 95-101, 2008.

Santos, M. A Natureza do espaço. São Paulo: Editora da Universidade de São Paulo, 2008.

Santos, M. Por uma outra globalização. São Paulo. Record. 2001.

Santos, R. E. Agendas e agências: a espacialidade dos movimentos sociais a partir do Pré-vestibular para negros e carentes. 2006. Tese. 607f. (Doutorado em Geografia) – Universidade Federal Fluminense, Niterói,

Silva, J. B. Os incomodados não se retiram: uma análise dos movimentos sociais em Fortaleza. Fortaleza: Multiraf, 1992.

Sobreiro Filho, J. Contribuição à construção de uma Teoria Geográfica sobre movimentos socioespaciais e Contentious Politics: produção do espaço, redes e lógica-racionalidade espaço-temporal no Brasil e Argentina.2016. Tese. 440 f. (Doutorado em Geografia) – Universidade Estadual Paulista Júlio de Mesquita Filho, Presidente Prudente, 2016.

Souza, M. J. L. O que pode o ativismo de bairro? Reflexão sobre as limitações e potencialidades do ativismo de bairro à luz de um pensamento autonomista.1988. Dissertação. 241 f. (Mestrado em Geografia) - Universidade Federal do Rio de Janeiro, Rio de Janeiro, 1988.

Tarrow, S. Power in movement: social movements and contentious politics. Cambridge: Cambridge University Press, 2011.

Thomaz Junior, A. Por trás dos canaviais, os nós da cana: a relação capital x trabalho e o movimento sindical dos trabalhadores na agroindústria canavieira paulista. São Paulo: Annablume, 2002.

Tilly, C.; Wood, L. J. Los movimientos sociales, 1768-2008. Barcelona: Editorial Crítica, 2010.]

Touraine, A. A. Sociologia de la Acción. Barcelona: Ediciones Ariel, 1969.

Touraine, A. Crítica de la Modernidad. México: Fondo de Cultura Económica, 1994.

Tzu, S. A Arte da Guerra. São Paulo: Record, 2006.

Vanden, H. E. Novos movimentos sociais, globalização e democratização: a participação do MST. Revista NERA, n. 14, p. 67-71, 2009.

Warden, C J. “The Enemy as a System”. Airpower Journal, v. 9, p. 41-55, 1995.

Zibechi, R. Los movimientos sociales latinoamericanos: tendencias y desafios. OSAL: Observatorio de América Latina, n. 9, p. 185-188, 2003.

Downloads

Publicado

2022-08-29

Como Citar

Sobreiro Filho, J., Lima , E. F. O., & Couto , D. C. C. (2022). “Não contavam com a minha astúcia”: entre as guerras indiretas, as guerras híbridas e as políticas contenciosas nas redes sociais. Pós-Limiar | Título não-Corrente, 5, 1–18. https://doi.org/10.24220/2595-9557v5e2022a5636

Edição

Seção

Dossiê Corporeidade, cidades e redes sociais virtuais