A expansão da percepção humana pela fotografia

Autores

  • Isabel Jungk Pontifícia Universidade Católica de São Paulo

DOI:

https://doi.org/10.24220/2595-9557v2n2a4613

Palavras-chave:

Cognição. Fotografia. Percepção. Semiótica. Umwelt.

Resumo

Aliado ao seu caráter imagético, icônico, a fotografia possui um caráter indicial, pois
resulta de uma conexão dinâmica entre a imagem captada e os objetos sob suas lentes.
Segundo a semiótica peirciana, a percepção é um processo sígnico pelo qual qualquer
percepto ou objeto do mundo é captado sob a forma de percipuum. Entretanto, existem
objetos que estão além do campo sensório-perceptivo humano, que se denomina Umwelt.
Tais objetos não são captados pela visão ou são captados parcialmente, muitas vezes de
modo impreciso. Imagens tecnológicas têm facultado a expansão do Umwelt humano,
ampliando a percepção visual de diversos fenômenos do mundo físico e rompendo
fronteiras em nível micro e macroscópico. Como consequência, as características indiciais
da fotografia têm impulsionado a produção de conhecimento advindo da possibilidade
de observação desses fenômenos em diferentes escalas de tempo e espaço. Para além de
aspectos icônicos e indiciais, a fotografia tem igualmente aportado novas perspectivas
simbólicas sobre o próprio planeta, as quais são possibilitadas pela combinação com
meios espaciais de expansão do Umwelt humano. Isso gera interpretantes capazes de
desautomatizar a concepção de mundo das pessoas, despertando-as para a necessidade
de mudanças psíquicas e sociais. Mostrar essas inter-relações constitui o objetivo do
presente artigo.

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Biografia do Autor

Isabel Jungk, Pontifícia Universidade Católica de São Paulo

Pontifícia Universidade Católica de São Paulo,
Coordenadoria Geral dos Cursos de Especialização, Aperfeiçoamento Extensão | R. da Consolação, 881, Consolação, 01301-000, São Paulo, SP, Brasil | E-mail: <isabeljungk@yahoo.com.br>.

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Publicado

2019-12-02

Como Citar

Jungk, I. (2019). A expansão da percepção humana pela fotografia. Pós-Limiar | Título não-Corrente, 2(2), 229–243. https://doi.org/10.24220/2595-9557v2n2a4613