A expansão da percepção humana pela fotografia
DOI:
https://doi.org/10.24220/2595-9557v2n2a4613Palavras-chave:
Cognição. Fotografia. Percepção. Semiótica. Umwelt.Resumo
Aliado ao seu caráter imagético, icônico, a fotografia possui um caráter indicial, pois
resulta de uma conexão dinâmica entre a imagem captada e os objetos sob suas lentes.
Segundo a semiótica peirciana, a percepção é um processo sígnico pelo qual qualquer
percepto ou objeto do mundo é captado sob a forma de percipuum. Entretanto, existem
objetos que estão além do campo sensório-perceptivo humano, que se denomina Umwelt.
Tais objetos não são captados pela visão ou são captados parcialmente, muitas vezes de
modo impreciso. Imagens tecnológicas têm facultado a expansão do Umwelt humano,
ampliando a percepção visual de diversos fenômenos do mundo físico e rompendo
fronteiras em nível micro e macroscópico. Como consequência, as características indiciais
da fotografia têm impulsionado a produção de conhecimento advindo da possibilidade
de observação desses fenômenos em diferentes escalas de tempo e espaço. Para além de
aspectos icônicos e indiciais, a fotografia tem igualmente aportado novas perspectivas
simbólicas sobre o próprio planeta, as quais são possibilitadas pela combinação com
meios espaciais de expansão do Umwelt humano. Isso gera interpretantes capazes de
desautomatizar a concepção de mundo das pessoas, despertando-as para a necessidade
de mudanças psíquicas e sociais. Mostrar essas inter-relações constitui o objetivo do
presente artigo.
Downloads
Referências
BURKS, A.W. (Ed.). The collected papers of Charles
Sanders Peirce. Cambridge: Harvard University Press,
v.7-8.
FLUSSER, V. Filosofia da caixa preta. Rio de Janeiro:
Relume Dumará, 2009. p.7-14.
HARTSHORNE, C.; WEISS, P. (Ed.). The collected
papers of Charles Sanders Peirce. Cambridge:
Harvard University Press, 1931. v.1-6.
JUNGK, I. Representações cartográficas e suas
implicações cognitivas. TECCOGS: Revista Digital
de Tecnologias Cognitivas, n.19, p.105-124,
Disponível em: <https://www.pucsp.br/pos/
tidd/teccogs/artigos/2019/edicao_19/teccogs19_
artigo04.pdf>. Acesso em: 21 ago. 2019.
MCLUHAN, M. Os meios de comunicação como
extensões do homem. São Paulo: Cultrix, 1999.
p.18-224.
NATIONAL AERONAUTICS AND SPACE
ADMINISTRATION. Blue Marble from Apollo 17,
Visible Earth: A catalogue of NASA images
and animations of our home planet, 2001.
Available from: <http://visibleearth.nasa.gov/view.
php?id=55418>. Cited: Apr. 23, 2019.
NATIONAL AERONAUTICS AND SPACE
ADMINISTRATION. Pale Blue Dot from Voyager 1,
Solar System Exploration, 2019. Available
from: <https://solarsystem.nasa.gov/resources/536/
voyager-1s-pale-blue-dot/>. Cited: Apr. 23, 2019.
NÖTH, W. Biossemiótica: Handbuch der Semiotik. 2.
ed. Verlag: J. B. Metzler, 2000.
NÖTH, W. Handbook of Semiotics. Bloomington:
Indiana University Press, 1990.
NÖTH, W. Os signos como educadores: Insights
peircianos. TECCOGS: Revista Digital de Tecnologias
Cognitivas, n.7, p.74-97, 2013. Disponível em:
<http://www4.pucsp.br/pos/tidd/teccogs/artigos/
/edicao_7/5-signos_como-educadores-win
fried_noth.pdf>. Acesso em 23 abr. 2019.
PALE BLUE FILMS. We are here: The Pale Blue Dot.
[S.l.:s.n], 2007. 1 vídeo (5 min., 58 seg.). Publicado
pelo canal @GiovaniTassi. Available from:
www.youtube.com/watch?v=EjpSa7umAd8>.
Cidet: Apr. 23, 2019.
SAGAN, C. Pálido ponto azul: uma visão do futuro
da humanidade no espaço. São Paulo: Companhia
das Letras, 1996. p.27-31.
SANTAELLA, L. Viveiros de signos: entre o céu e
a terra. In: SANTAELLA, L.Cultura das mídias. São
Paulo: Experimento, 1996. p.240.
SANTAELLA, L.; NÖTH, W. Imagem: Cognicão, semiótica,
mídia. São Paulo: Iluminuras, 1997. p.148.
SANTAELLA, L. A percepção: uma teoria semiótica.
São Paulo: Experimento, 1998. p.40-64.
SANTAELLA, L. Teoria Geral dos Signos: como as
linguagens significam as coisas. São Paulo: Pioneira
Thomson Learning, 2000. p.75-78.
SHORT, T. L. Peirce’s theory of signs. New York:
Cambridge University Press, 2007.
TERRA. Intérprete: Caetano Veloso. In: Muito - Dentro
da Estrela Azulada. Rio de Janeiro: CBD Phonogram,
1 disco, lado 1, faixa 1.
UEXKÜLL, T. A teoria da Umwelt de Jakob Von Uexküll.
Galáxia: Revista do Programa de Pós -Graduação
em Comunicação e Semiótica, n.7, p.19-48, 2004.
Disponível em: <https://revistas.pucsp.br/index.php/
galaxia/article/viewFile/1369/852>. Acesso: 23 abr.