Segurança alimentar e nutricional: a produção do conhecimento com ênfase nos aspectos da cultura
Palavras-chave:
cultura, políticas sociais de alimentação, segurança alimentar e nutricionalResumo
Este ensaio sobre segurança alimentar e nutricional tem como objetivos enfatizar a importância dos aspectos culturais para avaliar políticas de alimentação e nutrição, e contribuir com o debate nos centros de ensino interessados em pesquisas sobre o tema. A estrutura desse objeto envolve diversas disciplinas, inclusive as que se referem ao direito e à cultura. Fez-se a revisão da bibliografia pertinente para contextualizar a problemática da segurança alimentar e nutricional nas esferas macro e micro social. Também, foram analisados documentos oficiais e realizadas reflexões a partir de estudos antropológicos e exemplos de situações interligadas ao assunto, na expectativa de sedimentar algumas noções conceituais que contemplem aspectos da cultura, para enriquecer a avaliação de políticas sociais sobre segurança alimentar e nutricional. Destacou-se a abordagem antropológica para desvendar os significados da fome crônica, um dos efeitos mais perversos da insegurança alimentar. Concluiu-se que a compreensão dos aspectos culturais cria uma nova perspectiva analítica para estudos da eficácia da segurança alimentar e nutricional, para além do campo explicativo e normativo do modelo biomédico.
Referências
Brasil. Primeira Conferência Nacional de Segurança Alimentar. Brasília: Conselho Nacional de Segurança Alimentar; 1994.
Valente FLS. Segurança alimentar e nutricional: transformando natureza em gente. In: Direito à alimentação: desafios e conquistas. São Paulo: Cortez; 2002. p.103-36.
Benjamin C, Araújo TB. Brasil, reinventar o futuro. 2a.ed. Rio de Janeiro: Sindicato dos Engenheiros do Estado do Rio de Janeiro; 1996.
Freitas MCS. Agonia da fome. Salvador: Edufba; 2003.
Políticas sociais de combate à pobreza nos anos 1990: novas teses, novos paradigmas. In: Pobreza e desigualdades sociais. Série de Estudos e Pesquisas. Salvador: Superintendência de Estudos Econômicos e Sociais da Bahia; 2003. 63:7-27.
Santos M. Por uma outra globalização: do pensamento único à consciência universal. 11a.ed. Rio de Janeiro: Record; 2004.
Wanderley MNB. A modernização da agricultura: projeto político e escolhas da sociedade. In: Galeazzi MAM, organizadora. Segurança alimentar e cidadania: a contribuição das universidades paulistas. Campinas: Mercado das Letras; 1996. p.263-71.
Feres JC, Mancero X. Enfoques para la medición de la pobreza: breve revisión de literatura. Santiago de Chile: CEPAL; 2001.
Henriques R. Desnaturalizar a desigualdade e erradicar a pobreza: por um novo acordo social no Brasil. In: Henriques R, organizador. Desigualdade e pobreza no Brasil. Brasília: Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada; 2000. p.1-18.
Fundação Getúlio Vargas. Dados sobre distribuição de renda [acesso em 6 jan 2006]. Disponível em: http://www.fgv.br/ibre/cecon/
Barros RP, Henriques R, Mendonça R. A estabilidade inaceitável. In: Henriques R, organizador. Desigualdade e pobreza no Brasil. Brasília: Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada; 2000. p.21-47.
Brasil. Pesquisa de Orçamento Familiar - POF [acesso em 6 jan 2006]. Disponível em: http://www2.fgv.br/dgd/arq/pof_2002_2003.pdf
Bourdieu P. L’essence du néolibéralisme. Le Monde Diplomatique. 1998, Mars; (1):3.
Valente FLS. Relatoria nacional para os direitos humanos à alimentação, água e terra rural. In: Rodriguez ME, organizador. Relatorias nacionais em direitos humanos econômicos, sociais e culturais. Rio de Janeiro: Dhesc Brasil; 2005. p.41-64.
Oliveira RC. O trabalho do antropólogo. 2a.ed. São Paulo: UNESP; 2000.
Geertz C. A interpretação das culturas. Rio de Janeiro: LTC; 1989.
Freitas MCS. Uma abordagem fenomenológica da fome. Rev Nutr. 2002; 15(1):53-69.
Capalbo C. Metodologia das ciências sociais: a fenomenologia de Alfred Schutz. 2a.ed. Londrina: ABDR/UEL; 1998.
Pires LM. O fruto proibido e o pão [tese]. São Paulo: Pontifícia Universidade Católica de São Paulo; 2003.
Bourdieu P. Poder simbólico. Rio de Janeiro: Bertrand Brasil; 1989.
Morin E. Introduction à la pensée complexe. Paris: ESF éditeur; 1990.
Gracia M. La alimentación en el umbral del siglo XXI: una agenda para la investigación sociocultural en España. In: Gracia M, coordenador. Somos lo que comemos. Barcelona: Ariel; 2002
Constituição da República Federativa do Brasil. São Paulo: Saraiva; 1999.
Dallari DA. Direitos humanos e cidadania. São Paulo: Moderna; 1998.
Brasil. Segunda Conferência Nacional de Segurança Alimentar. Recife: Conselho Nacional de Segurança Alimentar; 2004.
Freitas LCG. Direito à alimentação [monografia de conclusão de curso]. Rio de Janeiro: Pontifícia Universidade Católica do Rio de Janeiro; 2004.
Heimam LS, Mendonça MH. A trajetória da atenção básica e do Programa Saúde da Família no Sistema Único de Saúde: uma busca de identidade. In: Lima NT, organizador. Saúde e democracia: história e perspectiva do Sistema Único de Saúde. Rio de Janeiro; 2005. p.481-502.
Veloso I, Santana VS. Impacto nutricional do programa de alimentação do trabalhador no Brasil. Rev Panam Salud Pub. 2002; 11(1):24-31.
Santos L, Mazza RPD, Santos SMC, Santos LMP, Almeida DS, Almeida LC, et al. O papel do conselho de alimentação escolar sob o enfoque de segurança alimentar. In: Livros de Resumos do 17º Congresso Brasileiro de Ciência e Tecnologia de Alimentos; Fortaleza. UFC; 2000. v.3.
Woortmann K. A família das mulheres. Rio de Janeiro: Tempo Brasileiro; 1987.
Puccini RF, Pedroso GC, Silva EMK, Araújo NS, Silva NN. Eqüidade na atenção pré-natal e ao parto em área da Região Metropolitana de São Paulo:1996. Cad Saúde Pública. 2003; 19(1):35-45.
Contreras J, Gracia M. Alimentación y cultura. Barcelona: Ariel; 2005.
Douglas M. Pureza e perigo. São Paulo: Perspectiva; 1966.
Monteiro CA, Conde WL. A tendência secular da obesidade segundo estratos sociais: Nordeste e Sudeste do Brasil, 1975-1989-1997. Arq Bras Endocrinol Metabol. 1999; 43:186-94.
Brasil. Ministério Extraordinário de Segurança Alimentar. Programa Fome Zero: manual do mutirão. Brasília; 2003.
Silva LI, Camargo JA, coordenadores. Programa Fome Zero: uma proposta de política de segurança alimentar para o Brasil. Instituto Cidadania [acesso 10 dez 2002]. Disponível em: http://www.cidadania.org.br
Pedraza Gómez Z. Corpo, pessoa e ordem social. In: Corpo e cultura. São Paulo: Educ. Pontifícia Universidade Católica; 2002. p.81-98.
Garcia RWD. Reflexos da globalização na cultura alimentar, considerações sobre as mudanças na alimentação urbana. Rev Nutr. 2003; 16(4): 483-92.
Fischler C. A McDonaldização dos costumes. In: Flandrin JL, Montanari M, organizadores. História da alimentação. São Paulo: Estação Liberdade; 1998.
Lupton D. Food, risk and subjectivity. In: Williams SJ, editor. Health, medicine and society, key theories, futur agendas. London: Routledge; 2000.
Downloads
Publicado
Como Citar
Edição
Seção
Licença
Copyright (c) 2023 Maria do Carmo Soares de FREITAS, Paulo Gilvane Lopes PENA

Este trabalho está licenciado sob uma licença Creative Commons Attribution 4.0 International License.