A porção na rotulagem nutricional de alimentos processados comercializados no Brasil: relação com o valor energético

Autores

  • Nathalie KLIEMANN Universidade Federal de Santa Catarina
  • Marcela Boro VEIROS Universidade Federal de Santa Catarina
  • David Alejandro GONZÁLEZ-CHICA University of Adelaide
  • Rossana Pacheco da Costa PROENÇA Universidade Federal de Santa Catarina

Palavras-chave:

Escolha alimentar, Rotulagem de alimentos, Legislação sobre alimentos, Política nutricional, Informação nutricional

Resumo

Objetivo
Este estudo objetivou analisar a informação sobre porção na rotulagem nutricional de alimentos processados, considerando as recomendações da legislação brasileira, a variabilidade entre alimentos similares e a sua relação com o valor energético.

Métodos
Foram coletadas informações sobre a rotulagem nutricional de 24 grupos de alimentos processados disponíveis em um supermercado no sul do Brasil. As porções declaradas foram classificadas em cinco grupos de acordo com a sua adequação às porções recomendadas pela legislação brasileira, sendo <70% e >130% inadequada e 70-99%, 100% e 101-130% adequada. Foram conduzidas análises descritivas e de correlação de Spearman, bem como testes de Kruskal-Wallis.

Resultados
Foram analisados 1.953 alimentos industrializados, sendo que 72% apresentaram porções idênticas às recomendadas e 14%  eclararam porções dentro da margem de 60% de variabilidade permitida pela legislação. Houve grande variabilidade no tamanho da porção declarada entre alimentos similares, com amplitude máxima entre hambúrgueres e almôndegas (364 g). Além disso, observou-se correlação significativa e positiva entre porção e valor energético declarados na maioria dos grupos de alimentos, indicando que porções menores podem estar sendo utilizadas para declarar menor valor energético.

Conclusão
Concluiu-se que a margem permitida pela legislação para declaração do tamanho da porção nos rótulos de alimentos pode estar levando a uma baixa padronização das porções declaradas entre alimentos similares e a uma variabilidade significativa no valor energético declarado. Como consequência, isso pode gerar rótulos de alimentos confusos e afetar as escolhas alimentares. Dessa forma, faz-se necessária revisão da legislação de rotulagem nutricional, visando uniformizar as porções declaradas nos rótulos e facilitar escolhas alimentares mais saudáveis.

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Publicado

28-03-2023

Como Citar

KLIEMANN, N. ., Boro VEIROS, M. ., GONZÁLEZ-CHICA, D. A. ., & Pacheco da Costa PROENÇA, R. . (2023). A porção na rotulagem nutricional de alimentos processados comercializados no Brasil: relação com o valor energético. Revista De Nutrição, 29(5). Recuperado de https://seer.sis.puc-campinas.edu.br/nutricao/article/view/8122

Edição

Seção

ARTIGOS ORIGINAIS