Dieta enteral manipulada com alimentos com qualidade nutricional e baixo custo

Autores

  • Ana Paula Lança BENTO Universidade de São Paulo
  • Rosa Wanda DIEZ GARCIA Universidade de São Paulo
  • Alceu Afonso JORDÃO JÚNIOR Universidade de São Paulo

Palavras-chave:

Custo e analise de custo, Dieta, Nutrição enteral

Resumo

Objetivo
Propor uma formulação de dieta enteral manipulada com alimentos com composição nutricional padrão que atendam às necessidades nutricionais de pessoas com idade acima de 51 anos e que tenha baixo custo.

Métodos
As dietas enterais foram formuladas principalmente com alimentos in natura e testadas quanto às características físicas (homogeneidade, estabilidade, osmolalidade, pH e fluidez) e químicas (umidade, cinzas, proteína, lipídeos, energia, fibra bruta, vitamina C, cálcio, ferro, magnésio e zinco). O custo foi obtido por pesquisa de preço em supermercados e lojas especializadas em suporte nutricional.

Resultados
A dieta enteral manipulada apresentou-se estável, homogênea, pH levemente ácido, osmolalidade hipertônica (603mOsm/kg) e fluidez compatível com o gotejamento gravitacional (21 minutos). A avaliação centesimal demonstrou adequação para proteína, lipídeo, vitamina C, ferro e zinco. O custo médio de 2000kcal de dieta enteral padrão foi de R$ 12,3±1,4, o que representa um custo 70% menor, em relação ao custo médio de dietas enterais industrializadas semelhantes a estas disponíveis no mercado.

Conclusão
A dieta planejada pode ser uma excelente escolha para o paciente em uso de nutrição enteral domiciliar, foi elaborada com alimentos comuns ao hábito alimentar, apresentam qualidade física e nutricional e são de baixo custo.

Referências

DeLegge MH. Enteral access in home care. J Parenter Enteral Nutr. 2006;30(Suppl.1):13-20. https://doi.org.10.1177/01486071060300S1S13

Bréton JO, Ruesca PB, Laborda SG, Nogueras EF. Evaluación de un programa de nutrición enteral domiciliaria. Endocrinol Nutr. 2002;49(6):179-84. https://doi.org/10.1016/S1575-0922(02)74453-7

Villares JMM. La práctica de la nutrición artificial domiciliaria en Europa. Nutr Hosp. 2004;19(2):59-67.

Zaban ALRS, Novaes MRCG. Demographic, epidemiological and nutritional profile of elders in home enteral nutritional therapy in Distrito Federal, Brazil. Invest Clin. 2009;50(3):347-57.

Horst MA, Lajolo E. Biodisponibilidade de compostos bioativos de alimentos. In: Cozzolino SMF. Biodisponibilidade de nutrientes. 2ª ed. São Paulo: Manole; 2007. p.697-735.

Carratu E, Sanzini E. Sostanze biologicamente attive presenti negli alimenti di origine vegetale. Ann Ist Super Sanitá. 2005;41(1):7-16.

Araújo EM, Menezes HC. Formulações com alimentos convencionais para nutrição enteral ou oral. Ciênc Tecnol Aliment. 2006;26(3):533-8. https://doi.org/10.1590/S0101-20612006000300008

Henriques GS, Rosado GP. Formulação de dietas enterais artesanais e determinação da osmolalidade pelo método crioscópico. Rev Nutr. 1999;12(3):225-32. http://doi.org/10.1590/S1415-52731999000300003

Von Atzingen MC, Silva MEMP. Características físico químicas de dietas enterais artesanais com hidrolisado protéico de carne. Alim Nutr. 2007;18(2):183-9.

Felício BA, Pinto ROM, Pinto NAVD, Silva FD. Food and nutritional safety of hospitalized patients under treatment with enteral nutrition therapy in the Jequitinhonha Valley, Brazil. Nutr Hosp. 2012;27(6):2122-9. https://doi.org/10.3305/nh.2012.27.6.6118

Sousa LRM, Ferreira SLR, Schieferdecker MEM. Physicochemical and nutritional characteristics of handmade enteral diets. Nutr Hosp. 2014;29(3):568-74. https://doi.org/10.3305/NH.2014.29.3.7083

Lima VS, Souza FCA, Aguiar JPL, Yuyama LKO. Composição nutricional de dieta enteral artesanal a partir de alimentos convencionais do Município de Coari, Estado do Amazonas, Brasil. Rev PanAmaz Saúde. 2015;6(2):29-36. https://doi.org/10.5123/S2176-62232015000200004

Medina JM, Nascimento GGF, Oliveira MRM, Marques MR. Contaminação microbiológica de dietas enterais. Rev Bras Nutr Clin. 2008;23(4):262-9.

Santos MIS, Tondo EC. Determinação de perigos e pontos críticos de controle para implantação de sistema de análise de perigos e pontos críticos de controle em lactário. Rev Nutr. 2000;13(3):211-22. https://doi.org/10.1590/S1415-52732000000300008

Oliveira MH, Bonelli R, Aidoo KE, Batista CRV. Microbiological quality of reconstituted enteral formulations used in hospitals. Nutrition. 2000;16(9):729-33.

Carvalho-Filho EV, Aquino JS, Donato NR, Sousa PPR, Silva JA. Monitoramento fisíco-químico e microbiológica de dietas enterais em unidade hospitalar pública da Região Nordeste do Brasil. Alim Nutr. 2008;19(2):145-51.

Núcleo de Estudos e Pesquisas em Alimentação. Tabela Brasileira de Composição de Alimentos: 4ª ed. rev. amp. Campinas: Unicamp; 2011.

Philippi ST. Tabela de Composição de Alimentos: suporte para decisão nutricional. 5ª ed. São Paulo: Manole; 2015.

Ornellas LH. Técnica dietéica, seleção e preparo de alimentos. São Paulo: Atheneu; 2007.

Institute of Medicine. Dietary Reference Intakes for vitamin A, vitamin K, arsenic, boron, chromium, copper, iodine, iron, manganese, molybdenum, nickel, silicon, vanadium, and zinc. Washington (DC): Institute of Medicine; 2000.

Institute of Medicine. Dietary Reference Intakes for vitamin c, vitamin e, selenium, and carotenoids. Washington (DC): Institute of Medicine; 2000.

Institute of Medicine. Dietary Reference Intakes for energy, carbohydrate, fiber, fat, fatty acids, cholesterol, protein, and amino acids (macronutrients). Washington (DC): Institute of Medicine; 2005.

Association of Official Analytical Chemists. Official methods of analysis of the Association of Official Analytical Chemists. 16th ed. Arlington: AOAC; 1995. v.1.

Matiotti F, Tomé D, Mirand PP. Converting nitrogen into protein: Beyond 6,25 and Jone’s factors. Crit Rev Food Sci Nutr. 2008;48(2):177-84. https://doi.org/10.1080/10408390701279749

Agência Nacional de Vigilância Sanitária. Resolução da Diretoria Colegiada – RDC nº 21, de 13 de maio de 2015. Diário Oficial da União. 2015 15 maio [acesso 2017 fev 28]; Seção 1(91):28-31. Disponível em: http://crn3.org.br/Areas/Admin/Content/upload/file-0711201562603.pdf

Agência Nacional de Vigilância Sanitária. Resolução nº 449, de 9 de setembro de 1999. Aprova o regulamento técnico referente a alimentos para nutrição enteral. Diário Oficial da União.1999 13 set.

Menegassi B, Sant’Ana LS, Coelho JC, Martins OA, Pinto JPAN, Braga Costa TM, et al. Características físico-químicas e qualidade nutricional de dietas enterais não-industrializadas. Alim Nutr. 2007;18(2):127-32.

Von Atzingen MC, Silva MEMP. Desenvolvimento e análise de custo de dietas enterais artesanais à base de hidrolisado protéico de carne. Rev Bras Nutr Clin. 2007;22(3):210-3.

Tarleton SM, Kraft CA, DiBaise JK. Fiber-enriched enteral formulae: Advantageous or adding fuel to the fire? Pract Gastroenterol. 2013;(124):11-22. [cited 2017 Mar 6] Available from: https://med.virginia.edu/ginutrition/wpcontent/uploads/sites/199/2014/06/Parrish_Dec_13.pdf

Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística. Pesquisa de Orçamentos Familiares 2008-2009: análise do consumo alimentar pessoal no Brasil. Brasília: IBGE; 2011 [acesso 2014 fev 20]. Disponível em: http://www.ibge.gov.br/home/estatistica/populacao/condicaodevida/pof/2008_2009_analise_consumo/pofanalise_2008_2009.pdf

Downloads

Publicado

17-03-2023

Como Citar

Lança BENTO, A. P. ., DIEZ GARCIA, R. W. ., & JORDÃO JÚNIOR, A. A. (2023). Dieta enteral manipulada com alimentos com qualidade nutricional e baixo custo. Revista De Nutrição, 30(4). Recuperado de https://seer.sis.puc-campinas.edu.br/nutricao/article/view/7887

Edição

Seção

ARTIGOS ORIGINAIS