Cognição e hipertensão

influência da escolaridade

Autores

  • Eliane Ferreira Carvalho BANHATO Universidade Federal de Juiz de Fora, Programa de Pós-Graduação em Saúde.
  • Danielle Viveiros GUEDES Universidade Federal de Juiz de Fora, Programa de Pós-Graduação em Psicologia.

Palavras-chave:

Cognição, Envelhecimento, Escolaridade, Hipertensão

Resumo

É comum no envelhecimento a presença de hipertensão arterial. Embora esta pareça exercer impacto negativo na cognição, resultados de estudos que as relacionam não são consensuais. Dentre as escalas cognitivas, a Escala Wechsler de Inteligência para Adultos-III e suas formas abreviadas constituem-se como padrão-ouro. Objetivou-se descrever e comparar a cognição de hipertensos e não hipertensos, discriminados pela escolaridade, utilizando a forma abreviada 8 e resultados obtidos com o Miniexame do Estado Mental. Investigaram-se 118 idosos da comunidade de uma cidade mineira, sendo 63 hipertensos com idade média de 77,52 anos (DP=8,89), escolaridade média de 5,83 anos (DP=4,55) e predomínio feminino (71,2%). Entre aqueles com baixa escolaridade, apenas o Índice de Compreensão Verbal não obteve diferença significativa para hipertensos e não hipertensos. Entre os participantes de alta escolaridade não foram encontradas diferenças significantes na cognição. Identificaram-se associações fortes entre os resultados do Miniexame do Estado Mental e a forma abreviada com oito subtestes da Escala Wechsler de Inteligência para Adultos-III, nos grupos de hipertensos e não hipertensos. Estudos futuros devem aprofundar a relação entre esses instrumentos.

Downloads

Não há dados estatísticos.

Referências

Almeida, O. P. (1998). Mini exame do estado mental e o diagnóstico de demência no Brasil. Arquivos de Neuropsiquiatria, 56 (3B), 605-612.

Argimon, I. I. L., & Stein, L. M. (2005). Habilidades cognitivas em indivíduos muito idosos: um estudo longitudinal.Cadernos de Saúde Pública, 21 (1), 64-72.

Brasil. Ministério da Saúde. Secretaria de Atenção à Saúde. (2007). Cadernos de atenção básica: envelhecimento e saúde da pessoa idosa (Vol. 19, pp.71-80). Brasília: Ministério da Saúde.

Camargos, A. L., & Nascimento, E. (2009). Terapia de reposição hormonal e desempenho cognitivo na terceira idade. Estudos de Psicologia (Campinas), 26 (4), 437-443.doi: 10.1590/S0103-166X2009000400004.

Cavalini, L. T., & Chor, D. (2003). Inquérito sobre hipertensão arterial e déficit cognitivo em idosos de um serviço de geriatria. Revista Brasileira de Epidemiologia, 6 (1), 7-17.

Chaimowicz, F. (2007). O Envelhecimento populacional no mundo. In O. V. Forlenza. Psiquiatria & geriátrica: do diagnóstico precoce à reabilitação (pp.11-15). São Paulo: Atheneu.

Christensen, B. H., Girard, T. A., & Bagby, R. M. (2007). Wechsler Adult Intelligence Scale-Third Edition short form for index and IQ scores in a psychiatric population. Psychological Assessment, 19, 236-240.

Coutinho, A. C. A. M. (2009). Investigação psicométrica de quatro formas abreviadas do WAIS-III para avaliação da inteligência. Dissertação não-publicada, Programa de Pós-Graduação em Psicologia, Universidade Federal de Minas Gerais, Belo Horizonte.

Folstein M. F., Folstein, S. E., & McHugh, P. R. (1975). Minimental state: a practical method for grading the cognitive state of patients for the clinician. Journal of Psychiatry Research, 12 (3), 189-198.

Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística. (2002). Perfil dos idosos responsáveis pelos domicílios no Brasil, 2000.

Estudo & Pesquisa, 9, 20-24.

Joint National Committee on Prevention, Detection, Evaluation, and Treatment of High Blood Pressure. (2003). Seventh report of the joint national committee on prevention, detection, evaluation, and treatment of high blood Pressure. Hypertension, 42 (6), 1206-1252.

Liberman, A. (2007). Aspectos epidemiológicos e o impacto clínico da hipertensão no indivíduo idoso. Revista Brasileira de Hipertensão, 14 (1), 17-20.

Lima-Costa, M. F., Peixoto, S. V., & Firmo J. O. A. (2004). Validade da hipertensão auto-referida e seus determinantes (projeto Bambuí). Revista de Saúde Pública, 38 (5), 637-642.

Maciel, A. C. C., & Guerra, R. O. (2007). Influência dos fatores biopsicossociais sobre a capacidade funcional de idosos residentes no nordeste do Brasil. Revista Brasileira de Epidemiologia, 10 (2), 178-189.

Mota, M. M. P. E., Banhato, E. F. C., Silva, K. C. A., & Cupertino, A. P. F. B. (2008). Triagem cognitiva: comparações entre o mini-mental e o teste de trilhas. Estudos de Psicologia (Campinas), 25 (3), 353-359. doi: 10.1590/S0103-66X20 08000300004.

Nascimento, E. (2004). WAIS-III: escala de inteligência Wechsler para adultos: manual/David Wechsler; adaptação e padronização de uma amostra brasileira. São Paulo: Casa do Psicólogo.

Nascimento, E., & Figueiredo,V. L. M. (2005). A terceira edição das escalas Wechsler de inteligência. In R. Primi (Org.), Temas em avaliação psicológica (pp.127-159). Porto Alegre: Casa do Psicólogo.

Neri, A. L. (2006). Envelhecimento cognitivo. In E. V. Freitas, L. Py, F. A. X. Cançado, J. Doll & M. L. Gorzoni. Tratado de geriatria e gerontologia (pp.1236-1244). Rio de Janeiro: Guanabara-Koogan.

Noffs, M. H. S., Yasigi, L., Pascalicchio, T. F., Caboclo, L. O. S. F., & Yacubian, E. M. T. (2006). Desempenho cognitivo de pacientes com epilepsia do lobo temporal e epilepsia mioclônica juvenil: avaliação por meio da Escala WAISIII WAISIII. Journal of Epilepsy and Clinical Neuropshysiology, 12 (1), x-12.

Nussbacher, A. (2007). Hipertensão Arterial no Idoso. In O. V. Forlenza. Psiquiatria Geriátrica: do diagnóstico precoce à reabilitação (pp.303-309). São Paulo: Atheneu.

Oliveira, S. M. J. V., Santos, J. L. F., Lebrão, M. L., Duarte, Y. A. O., & Pierin, A. M. G. (2008). Hipertensão arterial referida em mulheres idosas: prevalência e fatores associados. Texto & Contexto Enfermagem, 17 (2), 241-249.

Posner, H. B., Tang, M. X., Luchsinger, J., Latigua, R., Stern, Y., n& Mayeux, R. (2002). The relationship of race/ethnicity and blood pressure to change in cognitive function. Journal of American Geriatric Society, 50 (3), 424-429.

Ramos, L. R. (2002). Epidemiologia do envelhecimento. In nE. V. Freitas, L. Py, A. L. Neri, F. A. X. Cançado, M. L. Gorzoni & S. M. Rocha. Tratado de geriatria e gerontologia n(pp.383-393). Rio de Janeiro: Guanabara-Koogan.

Rodrigues, N. C., & Rauth, J. (2002). Os desafios do envelhecimento nno Brasil. In E. V. Freitas, L. Py, A. L. Neri, F. A. X. Cançado, M. L. Gorzoni, S. M. Rocha Tratado de geriatria e gerontologia (pp.106-110). Rio de Janeiro: Guanabara- n-Koogan.

Salthouse, T. A. (1996). The processing-speed theory of adult age differences in cognition. Psychological Review, 103 (3), 403-428.

Sashida, V. T., Fontes, S. V., & Driusso, P. (2008). Relação entre nhipertensão arterial e cognição. Revista de Neurociências, 16 (2), 152-156.

Tzourio, C., Dufouil, C., Ducimetie‘re, P., Alpe´Rovitch, A., & EVA Study Group (1999). Cognitive decline in individuals with high blood pressure: a longitudinal study in the elderly. Neurology, 53, 1948-1952.

Vicario, A., Martinez, C. D., Baretto, D., Casale, A. D., & Nicolosi, L. (2005). Hipertension and cognitive decline: impact on nexecutive function. The Journal of Clinical Hypertension, 7(10), 598-604.

Wechsler, D. (1997). Manual for the Wechsler Memory Scale (3rd ed.) San Antonio, TX: The Psychological Corporation.

Wymer, J. H., Rayls, K., & Wagner, M. T. (2003). Utility of a clinically derived abbreviated form of the WAIS-III. Archives of Clinical Neuropsychology, 18 (8), 917-927.

Yassuda, M.S. & Abreu, V.P.S. (2006). Avaliação cognitiva. In E. V. Freitas, L. Py, F. A. X. Cançado, J. Doll & M. L. Gorzoni. Tratado de geriatria e gerontologia (pp. 1252-1259). Rio de Janeiro: Guanabara-Koogan.

Downloads

Publicado

2011-06-30

Como Citar

BANHATO, E. F. C., & GUEDES, D. V. (2011). Cognição e hipertensão: influência da escolaridade. Estudos De Psicologia, 28(2). Recuperado de https://seer.sis.puc-campinas.edu.br/estpsi/article/view/8867